Mercantilismo Contexto histórico
Por: Carolina234 • 1/1/2018 • 2.327 Palavras (10 Páginas) • 755 Visualizações
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1.4 Como o mercantilismo foi útil:
Os argumentos para o acumulo de ouro e prata, embora exagerados, faziam algum sentido em um período de transição entre a economia predominantemente autossuficiente da Idade Media e a economia do dinheiro e do credito dos tempos modernos. O rápido crescimento do comercio exigia mais dinheiro em circulação, e os bancos eram insuficientemente desenvolvidos para produzi-lo.
Antes do desenvolvimento das finanças internacionais e do comercio multilateral, o acumulo de ouro e prata era significativo para fazer pagamentos internacionais. Os mercantilistas também sabiam que a entrada de metais preciosos facilitava a cobrança de impostos.
Eles sabiam que os preços aumentariam ou, pelo menos, não cairiam, se a quantidade de dinheiro aumentasse à medida que o comercio se expandisse. Não só o volume de mercadoria estava se expandindo, mas também as famílias autossuficientes estavam sendo levadas para a economia de mercado. Portanto, mais dinheiro era necessário para comprar e vender o mesmo volume de mercadoria. Alguns mercantilistas também sabiam que aumentos no montante de ouro e prata em circulação reduziam as taxas de juros e promoviam o comercio.
1.5 Contribuições duradouras:
Os mercantilistas deram uma contribuição duradoura para a economia ao enfatizar a importância do comercio internacional. Nesse contexto, também desenvolveram a noção econômica e de contabilidade do que é hoje denominado balança de pagamentos entre uma nação e o resto do mundo. Eles também deram contribuições indiretas. Primeiro, influenciaram permanentemente as atitudes em relação ao mercador já que durante a aristocracia medieval essas pessoas envolvidas em negócios eram tidas como cidadãos desprezíveis que estavam imersos na sujeira da mercadização e da troca de dinheiro. Os mercantilistas deram respeitabilidade e importância aos mercadores, argumentando que, quando suas atividades eram canalizadas adequadamente pelo governo, os mercadores enriqueciam não só a si mesmos, mas também ao rei e ao reino. Em segundo, eles promoveram o nacionalismo. E em terceiro, houve uma transformação na organização econômica europeia por meio da expansão do mercado interno e da promoção do livre transporte de bens sem pedágios, estabelecendo leis e impostos uniformes e protegendo as pessoas e os bens em transito dentro de um país e entre países.
Porém, além dessas contribuições, os mercantilistas não contribuíram muito mais já que a maioria deles não entendia que um país poderia se tornar mais rico não só empobrecendo os vizinhos, mas também descobrindo uma quantidade maior de recursos naturais, produzindo mais bens de capital e utilizando a mão-de-obra de maneira mais eficiente, e também não compreenderam que todas as nações poderiam se enriquecer simultaneamente.
1.6 Pensadores da época
1.6.1 Thomas Mun:
Thomas Mun (1571-1641), filho de um mercador britânico da área têxtil, alcançou sua riqueza e reputação enquanto era um negociante no comercio italiano e do Oriente Médio.
Mun argumentava que, embora a Inglaterra fosse rica, o país poderia ser ainda mais rico se usasse terras desocupadas para plantar cânhamo, linho, arvores para extração de madeira, tabaco e outras coisas "que agora importamos do exterior, o que nos empobrece". As exportares deveria ser efetuado em navios ingleses para ganhar o seguro e os encargos do frete.
Ele pensava que o aumento nas importações aumentaria o estoque de metal precioso da Inglaterra se os produtos fossem exportados para algum outro país com lucro. No entanto, a ênfase de Mun era na compra e venda com lucro, em vez de no processamento de matérias-primas importadas em bens manufaturados.
1.6.2 Gerard Malynes:
Gerard Malynes (falecido em 1641) nasceu em Antuérpia, na Bélgica, filho de pais ingleses. Retornou a Inglaterra e se tornou um negociante no comercio exterior. Não obtendo sucesso na profissão, ele passou um tempo curto na prisão de devedores. Também foi encarregado inglês do comercio na Bélgica, conselheiro do governo sobre questões comerciais, mestre da analise de moedas e encarregado de assuntos monetários.
Malynes promoveu a ideia de que a regulamentação de bens pelo governo era necessária para garantir exportações de alta qualidade. A noção mercantilista de que mais dinheiro em um país elevaria os preço e estimularia o comercio foi desenvolvida por ele.
1.6.3 Charles Davenant:
Charles Davenant (1656-1714), filho do poeta e dramaturgo Sir William Davenant, passou boa parte da sua vida em vários postos do governo que lidavam com impostos, importações e exportações. Ele também era um membro do Parlamento.
Davenant é chamado de mercantilista esclarecido, um eclético que tentou misturar o velho e o novo, um homem que previu mais dos argumentos do laissez-faire do que qualquer outro mercantilista influente. Ele foi assim. Mas um exame dos seus escritos indica que, em alguns aspectos, Davenant foi um mercantilista ortodoxo.
Ele afirmava que, sempre que possível, uma nação deveria aplicar o bilateralismo entre ela e suas colônias, excluindo os estrangeiros do comercio ali, mas esse comércio multilateral é desejável entre iguais.
1.6.4 Jean Baptiste Colbert:
Jean Baptiste Colbert (1619-1683) representa o coração e a alma do mercantilismo, que é chamado de colbertismo na Franca. Ele foi ministro da Fazenda na Franca de 1661 a 1683, no reinado de Luis XIV. Apesar de sua origem modesta (ele veio de uma família de mercadores de bens secos), chegou a uma posição de grande poder, geralmente por meios inescrupulosos. Para satisfazer a sua ambição desmedida, ele tinha uma capacidade tremenda para o trabalho e atenção aos menores detalhes do seu oficio.
Ele era um bulionista que acreditava que a forca de um Estado depende de suas finanças, que suas finanças estão na coleta de impostos e que as receitas de impostos, por sua vez, são maiores quando o dinheiro e abundante. Ele era a favor da expansão das exportações, da redução de importações e de leis que impedissem a saída de ouro e prata do país.
Colbert empenhou-se em facilitar o comercio interno. Tentou fornecer à Franca um sistema uniforme de pesos e medidas, mas foi rejeitado pelo provincialismo, pela tradição feudal e pelas vantagens conquistadas pela Igreja e pela nobreza. Opôs-se,
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