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Causas Hiperinflação Brasil Anos 90

Por:   •  1/5/2018  •  1.889 Palavras (8 Páginas)  •  328 Visualizações

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- Não existe relação entre déficit publico/crise fiscal e inflação. O crescimento da moeda tende a ser endógeno principalmente em uma situação de alta inflação, e assim, da mesma forma, o déficit publico tende também a assumir esse caráter, conforme que a maneira mais simplória de aumentar a quantidade de moeda nominal é a existência de um déficit publico.

- Deficit publico e crise fiscal: causa básica, mesmo que indireta, da aceleração da inflação. Por duas razões: 1ª – o conflito distributivo é intensificado conforme as tentativas do Estado em recuperar o nível da receita tributaria é feito e de reduzir o déficit são reagidas por aumentos de cunho defensivo nos preços e salários pelas empresas, trabalhadores e servidores públicos; 2ª – a crise fiscal leva a uma relativa imobilização do Estado. Para o combate da inflação, seja em qualquer nível, é preciso um Estado forte, que tal governo tenha a força necessária de interferir na economia através de medidas fiscais e monetárias e quando necessário, medidas administrativas.

- Uma crise fiscal imobiliza o Estado no sentido da perda de credibilidade ao governo e na perda de crédito para o próprio país. Ao passo que um Estado enfraquecido financeiramente não é mais capacitado de combater a inflação, essa tem o caminho livre para se desenvolver e se acelerar.

AS ETAPAS DA ACELERAÇÃO DA INFLAÇÃO

- Brasil acostumando com altas taxas de inflação, mas não a nada parecido ao que ocorreu.

- O país, até aquele momento, não conhecia uma taxa de inflação moderada como as que existem nos países desenvolvidos.

- A aceleração inflacionaria se deu em etapas, tendo o ano de 1974 (crise do petróleo) como ponto inicial.

Na primeira etapa, o país teve três panoramas de inflação inercial: 1974/78, 1980/82, 1984/85; duas etapas consideradas de transição com aceleração elevada da inflação: 1979 e 1983; uma etapa de estagnação seguida de aceleração inflacionaria, 1986/89; uma ultima, a hiperinflação indexada do 2º semestre de 1989 e a hiperinflação partindo de fevereiro de 1990.

- A partir da primeira crise do petróleo, entre 1974 e 1978, se teve o primeiro patamar da inflação inercial: a taxa média de inflação foi de 40% aa. Em 1979, na segunda crise do petroleo e a desvalorização cambial como consequencia do endividamento externo tiverem fortes efeito sobre a inflação, a aumentando para um patamar de 100% aa. Nesse segundo patamar a inflação a permaneceu até 1983. Nesse ano, nova desvalorização cambial aumentou a inflação para 200% aa (10% ao mês). O terceiro patamar de inflação inercial ocorreu em 1984 e 1985. A partir de 1985 já começa a ocorrer a aceleração da inflação que vem do agravamento do conflito distributivo entre trabalhadores e empresas.

- É importante citar que no meio de toda essa turbulência economica em que o país estava passando, em 1985 tivemos a redemocratização do país depois de vinte anos de regime autoritário. As aspirações dos trabalhadores e funcionários de recuperar o que havia sido perdido, principalmente durante o período de ajustamento 1981/1983, aumentam. As reivindicações dos trabalhadores do setor privado e em especial do setor publico, que haviam sido ate aquele momento penalizados por uma a política de redução salarial a partir de 1979, são muito grandes.

- Nesse sentido, a ideia que começa a permear os pensamentos de tal classe diante da nova situação politica em que o país se consolidava era a "reposição salarial". Em parte ela é alcançada, mas provocou uma clara aceleração da inflação, nas vésperas do Plano Cruzado.

- É seguido entao a etapa dos planos de estabilização, com o congelamento de preços. O Plano Cruzado, em fevereiro de 1986, leva a uma estabilização da inflação quase completa, durando cerca de nove meses, mas em seguida a inflação voltou a crescer. Esse crescimento é devido, em última análise, à política econômica populista que presidiu a implementação do Plano: a taxa de câmbio se valorizou, os salários reais aumentaram fortemente, o déficit público aumentou ao invés de diminuir, agravou os desequilíbrios dos preços em meio a um processo generalizado de excesso de demanda.

- O crescimento exagerado da inflação, que superou os 20% em poucos meses e a aguda crise economica e financeira do 1º semestre de 1978 foram interrompidos provisoriamente por um congelamento emergencial: o plano Bresser, de junho de 1987. Conforme a previsão, a inflação voltou a crescer. A previsão dos responsáveis pelo plano era que a inflação estaria acerca de 10% ao mês em dezembro de 1987 – na realidade, ela chegou a 14% ao mês.

- Ficava cada vez mais claro que seria necessário, logo no inicio de 1988 um novo e definitivo congelamento, em conjunto de um ajuste fiscal e redução da divida externa.

- Após a mudança do Ministro da Fazenda, em dezembro de 1987, a inflação continuou lenta, mas direcionada a crescer. Em janeiro de 1989, quando alcançou a marca dos 30% ao mês, temos um terceiro congelamento - o Plano Verão - que, da mesma forma que o Plano Cruzado, e diferentemente do Plano Bresser, promove uma reforma monetária, desindexa a economia e congela a taxa de câmbio.

- Tinha como visão, assim como todos os outros planos, à eliminação da inflação. O fracasso desse plano é total, seja porque o déficit público não foi tocado, seja porque a definição de uma taxa de juros real elevada leva os agentes econômicos a entender que na verdade essa era uma taxa nominal. Isto ocorre porque os agentes percebem imediatamente a inconsistência da política econômica: uma taxa de juros real de quase 20% ao mês, quando o Estado é o grande devedor, levaria a um enorme aumento do déficit público e, portanto, à total insolvência do Estado. Era, portanto, mais lógico da parte dos agentes econômicos considerar que aquela taxa era na verdade nominal e que a "verdadeira" taxa de inflação continuava tão elevada como antes do congelamento.

- Da mesma maneira que ocorreu quando

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