Brics - projeto de monografia
Por: YdecRupolo • 18/6/2018 • 3.781 Palavras (16 Páginas) • 389 Visualizações
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Em 1992, foi criado o NAFTA – Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement) – promovendo uma zona de livre comércio integrada pelos Estados Unidos, Canadá e México. Este acordo foi uma expansão do antigo "Tratado de livre comércio Canadá-Estados Unidos", de 1989. Diferentemente da União Europeia, o NAFTA não criou um conjunto de corpos governamentais supranacionais, nem criou um corpo de leis que seja superior à lei nacional. (NIEMEYER E COSTA, 2012) O NAFTA é um tratado sob a égide das leis internacionais.
O Mercosul – Mercado Comum do Sul – formado inicialmente por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, originado pelo Tratado de Assunção, de 1991, resultado do acordo de alcance parcial no âmbito da ALADI. Atualmente, o Mercosul é formado por cinco membros plenos: Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela; e cinco países associados: Chile, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Há também na América do Sul o Pacto Andino, originado em 1969, e que atualmente é chamado de Comunidade Andina, constituído pela Bolívia, Equador, Peru e Venezuela (BALBÉ e MACHADO, 2008).
No oriente, a formação de blocos econômicos foi marcada pela APEC (Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, 1993) – composta inicialmente pelo Japão, China, Coreia do Sul, Tigres Asiáticos, Peru, Chile, Rússia, EUA, México e Canadá.
No campo político-econômico, o surgimento dos primeiros blocos europeus tinha por meta inicial viabilizar a recuperação da Europa pós 2ª Guerra Mundial. Assim, os blocos europeus tiveram a função de reduzir o poderio econômico e a influência dos Estados Unidos[1] e da antiga União Soviética na economia mundial. Com o passar do tempo, outros blocos foram aparecendo com o objetivo de articular a economia de outros países em crescimento.
Dentre os benefícios de um bloco econômico, estão algumas práticas adotadas pelos países membros, tais como a redução ou isenção de impostos ou tarifas alfandegárias, e a busca de soluções em comum para resolverem problemas comerciais. A redução ou isenção na tarifa alfandegária favorece uma maior circulação de pessoas e de mercadorias, inclusive a permissão do livre acesso entre os componentes do bloco.
Os blocos econômicos também podem aumentar as relações comerciais entre seus países constituintes, e com isso, permitir o crescimento econômico desses países. A formação dos blocos geralmente se dá pelo fato de serem países vizinhos, ou por terem afinidades culturais ou comerciais, em busca de objetivos comuns.
Um outro objetivo procurado com a regionalização e organização de blocos econômicos, é a possibilidade de os países terem maior representatividade na comunidade internacional e assim poderem interferir ou, ao menos, participarem das discussões diplomáticas.
A grande crise do Sistema Financeiro Internacional, iniciada em 2008, deixou a maioria dos blocos econômicos em risco, mesmo com acordos tão amplamente organizados na segunda metade do século XX. Como por exemplo, em 2011, na crise da União Europeia, que colocou em dúvida a permanência de países como Grécia, Espanha e Portugal no referido bloco.
Os blocos econômicos são capazes de propiciar interessantes vantagens aos seus membros. Ao viabilizar o acesso e o barateamento de determinados produtos, antes caros e com pouca oferta, ampliam a demanda dos mesmos e, consequentemente, permitem que os seus países tenham um melhor aproveitamento dos seus fatores de produção e uma produção em grande escala. Como resultado, essa integração aumenta a concorrência entre as empresas dos seus diversos países membros, impulsionando uma melhora na qualidade dos seus produtos, com custos reduzidos.
Tais ações de cooperação também têm o seu lado ruim, pois podem reduzir as possibilidades de expansão da economia nacional em determinadas áreas em que os seus países parceiros possuem maior desenvolvimento, resultando no desemprego e na retração de certos setores industriais.
A formação de blocos econômicos, atualmente, é uma tendência mundial, pois, o comércio entre esses blocos cresce cada vez mais. Num mundo cada vez mais globalizado, o país que não fizer parte de um bloco econômico, poderá ficar praticamente “isolado” do mundo comercial.
Quanto a origem do BRICS, o termo surgiu no final do ano de 2001, quando foi publicado o artigo Building Better Global Economic BRIC, de um banco de investimento norte-americano, o Goldman Sachs:
Eu pensava que a economia global nas próximas décadas seria impulsionada pelo crescimento de quatro países populosos e economicamente ambiciosos, Brasil, Rússia, Índia e China, e criei o acrônimo BRIC, a partir de suas iniciais, para descrevê-los.
Desde então, minha carreira foi moldada em grande parte por esse único termo. Mesmo naquela época eu já havia parado de pensar nessas quatros economias como mercados emergentes tradicionais. Dez anos depois, estou cada vez mais disposto a convencer o mundo de que elas são, juntamente com algumas outras estrelas em ascensão, o motor de crescimento da economia mundial, hoje e no futuro (JIM O’NEILL, 2011, p. 13).
O Brasil, a Rússia, a Índia e a China somavam 23% do PIB mundial no fim do ano 2000 e cresciam mais do que as sete maiores economias do mundo naquele momento: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá (O’NEILL, 2001 apud LIMA, 2013. p. 35).
Mesmo não estando em ordem de tamanho e importância econômica, a escolha da organização das letras pelo economista foi proposital. Para o idioma inglês, a sigla BRIC soa como brick (tijolo). Para o criador do grupo, os países se tornariam a base da economia global em quarenta anos, os “tijolos” com os quais a economia moderna seria edificada. Em seu livro “O Mapa do Crescimento – Oportunidades Econômicas nos BRICS e Além Deles, 2011”, Jim O’Neill fala que por diversas vezes recebeu sugestões de que deveria ter usado outro nome, uma delas seria CRIB (crib é berço em inglês), e com a China encabeçando o time. Já alguns críticos defendiam até que alguns desses países não deveriam estar no grupo, enquanto outros diziam que o Brasil era forte candidato a deixar o grupo, mas todas as propostas foram descartadas e a sigla do BRIC foi mantida em mais de 15 relatórios de previsão econômica feitos pelo banco de investimento.
O BRIC passou posteriormente à BRICS com a adesão da África do Sul. O Goldman Sachs não incluiu a África do Sul e sequer citou o país no relatório que cunhou o nome do grupo. O banco apontou apenas os países originários
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