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Agente Motriz dos Ciclos Capitalistas

Por:   •  24/10/2018  •  1.946 Palavras (8 Páginas)  •  250 Visualizações

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Esta perspectiva Keynes chamou de vazamentos, e incluía: poupança, importações e impostos. Visto que uma parte da renda era poupada e outra era utilizada para o pagamento de impostos (tributos) além das importações que saía do pais (exportações) .Para compensar estes vazamentos sua sugestão foi aconselhar o governo a interferir na economia procurando fazer com que os investimentos se igualassem a poupança. Criando um ciclo no qual os gastos públicos, impostos, importações e exportações teriam de alguma forma garantido o pagamento das empresas pelos fatores de produção pois voltariam na totalidade. Sendo assim rentável a atividade empresarial.

A poupança dos capitalistas, entesourada, voltava a ser aplicada. As engrenagens econômicas voltavam então a girar e saia-se da crise, porque restabelecia-se a confiança no futuro e com isso retomava-se os investimentos. É evidente que havia um custo. O estado era obrigado a recorrer ao déficit público e a uma moderada inflação, mas era um preço módico para sair-se da depressão. Keynes também retratou uma nova visão sobre o desemprego, que antes era apenas considerado desempregados os que não aceitava trabalhar pelo salário vigente, e apresentou trabalhadores que mesmo com vontade de trabalhar pelos salários vigentes não encontravam empregos, resultado da desconfiança no mercado. O mercado, em tempos de crise, tende a diminuir a produção, pois se não há compradores, as mercadorias ficam no estoque, diminuindo a produção acarreta também na redução de postos de trabalho. Em “Hunt & Scherman” vemos a teoria keynesiana, por sua vez analisada em que Keynes demonstra o que estava acontecendo com o capitalismo em crise e procurou soluções, buscando entender o processo de produção. Keynes exorta que o valor de tudo que uma empresa produz ao longo do tempo é renda. Consequentemente, para que a empresa venda tudo que foi produzido é preciso que as pessoas gastem coletivamente suas rendas. Esse circulo formado é o que supre a ideia de capitalismo. Fica claro que o sistema passa por crises no esgotamento dos seus ciclos de relação lucro-salário. Por isso, crises eclodirão rotineiramente em um sistema frágil que é o capitalismo.

Para falar de Minsky é preciso entender que ele acredita que a tomada de crédito em longa escala faz iniciar o aumento da fraqueza financeira, pois é nessa situação que crescem os investimentos juntamente com o grau de endividamentos. O ciclo se inicia no momento em que muitos tomam crédito sem a certeza que poderão pagar, e mesmo aqueles que acreditam que poderão pagar seus empréstimos correm o risco de não pagá-lo, para isso Minsky apresenta três hipóteses.

A primeira delas, a hedge, afirma de uma maneira menos formal, que o tomador de crédito conseguirá saldo suficiente para pagar a dívida, sem que seja necessário pegar mais crédito. A segunda, a chamada postura especulativa, diz que ainda que o devedor tenha renda para saldar a sua dívida existirá momentos que a sua renda não será suficiente para assumir as parcelas da mesma, tendo o devedor que fazer novos empréstimos, para que estes preencham o montante. A terceira, a Ponzi, é uma situação em que o devedor está confiante em pagar a sua dívida, porém sabe ele que deverá ter que refinanciá-la, essa postura pode ser adotada após a postura especulativa, pois vem a ser uma consequência.

É possível perceber essas situações, ao menos em alguns pontos, na crise financeira acontecida nos (EUA) em 2008, a crise imobiliária ou a bolha imobiliária, como ficou conhecida, teve origem em um contexto macroeconômico onde ocorreu uma enorme tomada de crédito, por iniciativa do sistema monetário americano que ampliou o crédito hipotecário, com o momento favorável muitos tomaram crédito com a intenção de obter o próprio imóvel, a ideia inicial desses tomadores de crédito era pagá-lo, porém houve alta nos juros, ao perceber a situação que se encontravam tiveram que ir postergando, refinanciando e por último, o que levou ao ápice da crise, o não pagamento do crédito, formando a maior crise vista recentemente.

A crise em 2008 ocorreu de maneira que foi possível perceber as três etapas mencionadas por Minsky, pois saiu de um momento favorável em que todos tinham condições de pagar as suas dívidas, isso fez com que muitos tomassem empréstimos, dentre estes, haviam os que possuíam altos riscos de não pagar o que tomaram emprestado, com o aumento da procura deste crédito veio também o juros. Temos assim um momento menos favorável, onde aqueles que planejaram saldar as suas dívidas, se viram encurralados, tendo que se desdobrar para não atrasar o pagamento das mesmas, foi então que buscaram mais crédito emprestado, se afundando em mais dívidas, observaram que teriam que fazer um novo acordo para pagar o que estavam devendo, porém isso não foi o suficiente, temos aí o cenário real da primeira, da segunda e da terceira postura mencionada por Minsky.

Visto isso, é importante compreender de maneira mais clara que Minsky vê o ciclo da economia como sendo financeiro, onde operações arriscadas e incentivos desregulados de tomada de crédito podem levar a uma imensa inadimplência e acarretar lamentavelmente em crise. Para ele tudo aquilo que de alguma forma procura dar funcionamento ao ciclo da economia atual, como por exemplo a concessão de crédito facilitado pelos bancos, entra em choque com esse ciclo financeiro, fazendo alterações nos padrões que compõem o ciclo da economia, verificando esses padrões como sendo o nível de atividade e o volume de produção, emprego e renda numa economia.

A relação existente entre Marx, Minsky e Keynes diz respeito á crise financeira do Sub prime (2008), crise de bancos americanos. Marx diz que as crises estão relacionadas com acumulação; os bancos acumularam bens, oferecendo créditos á pessoas e estudantes, que em determinado momento não conseguiam mais pagar determinados empréstimos, acabaram por hipotecar seus bens e tendo que realizar mais empréstimos, ambos em soma recorde, com isso veio á tona uma nova crise. Na visão de Marx isso eclodiria no fim do capitalismo, e surgiria uma luta de classes em que as pessoas que trabalhariam para conseguir

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