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A Hiperinflação Brasileira

Por:   •  8/3/2018  •  2.195 Palavras (9 Páginas)  •  245 Visualizações

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O malogro do Plano Verão, combinado com o fracasso de seus antecessores culminou na reescalada do processo inflacionário.

O câncer central na economia do período de 1986 até então, de acordo com Luiz Carlos Bresser Pereira, que impedia o sucesso duradouro dos planos econômicos, era a maneira como o Tesouro e o Banco Central lidava com a venda dos títulos do tesouro. A especulação com as LTFs (letras do tesouro) era muito grande. Intermediários financeiros tinham o hábito de comprar esses títulos, mas sem terem compradores finais para elas. Como a grande maioria desses agentes não tinham como financiar-se no mercado graças ao baixo crédito (juros altos e economia desfavorável) o Banco Central recomprava as LTFs. Embora esta recompra, diz Bresser, ser benéfica por um lado, pelo fato de reduzir a especulação e diminuía o fardo carregado pelo Estado de juros, havia pontos seriamente negativos. O maior desses pontos era a oferta desmesurada da moeda, de caráter passivo que resulta no aumento dos preços.

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Depois da concepção dos planos descritos nas secções acima e dos Planos Collor foi proposto o Plano Real, que por sua vez solucionou a crise que se iniciou em 1979. Por meio desse plano foi foram atacadas as duas causas fundamentais da inflação brasileira: a crise fiscal e a inércia inflacionária. Para combater a inércia inflacionária implantou uma solução inovadora que se traduz na coordenação prévia dos preços relativos por via da URV. A nova moeda que gradualmente passou a entrar em vigor, o Real, passou assim a ser desindexada e lastreada ao dólar. O Plano Real era estritamente contra o congelamento de preços, seu posicionamento estava fortemente vinculado ao mercado. Ele buscou desindexar a economia ao máximo, porém essa manobra não pode ser efetivada em 100%. Os salários continuam indexados anualmente e a poupança mensalmente, por exemplo. Os aspectos, portanto, que podem impactar o sucesso desse plano seria a reindexação da moeda e os aumentos dos gastos públicos em descompasso com a capacidade da economia de satisfazer a demanda agregada.

Questão 2

O início de 2016 já apresentou turbulências no mercado financeiro. Houve alguns choques econômicos em nível internacional entre eles a economia chinesa desacelerando e a desvalorização do Yuan, causando impactos imediatos à economia brasileira. A China é o destino de aproximadamente 18% (31,8 Bi) de tudo que o Brasil vende ao exterior, principalmente minérios e grãos.

A instabilidade econômica causada pelo Banco Central da China com o intuito de desvalorizar a moeda é chamada de “circuit breaker”, planejada para evitar as fortes quedas do ano passado que afetaram os mercados mundiais. Porém essa ação tomada pode ser interpretada como medida para uma depreciação competitiva da moeda para ajudar seus exportadores em dificuldade. Na teoria, outras moedas enfraqueceriam em resposta, acarretando maior volatilidade do mercado, e investidores inseguros com dinheiro em países secundários como o Brasil, tenderiam a retirá-lo.

A mudança do papel da China no cenário econômico mundial resulta em uma crise econômica que pode ser sentida em vários países, com o Brasil sendo afetado consideradamente por conta de sua dependência exportadora. Com a desaceleração da economia chinesa, decorrente da redução de seu investimento em infraestrutura, o país passou a comprar commodities brasileiras num ritmo muito menor, quase pela metade. As ações da VALE, maior produtora mundial de minério e exportadora para a China, acumularam queda de 40%, no ano passado.

Haverá problemas a curto e longo prazo. No curto prazo, será a limitação na demanda por commodities e os consequentes preços desfavoráveis, que diminuirão pelo excedente de estoque e desvalorização cambial. No longo prazo, com a acomodação do crescimento da China baseando-se em patamares normais e a conclusão de projetos de encadeamento de suprimentos, focando em produtos primários, perderemos mercado por commodities nos limites geográficos asiáticos, pois estes possuem capacidade produtiva de abastecer a China em quantidades menores com custos de frete e logística menos onerosos.

No médio prazo, não mencionado anteriormente, cabe a nós utilizá-lo de maneira eficiente para construir novas possibilidades de renda. A nação pode aproveitar a desvalorização do real para diversificar a pauta de exportações e vender mais produtos industrializados. O problema é que o pais passou por um processo de desindustrialização nos últimos anos, e a recuperação da indústria não é imediata. Outra oportunidade seria oferecer incentivos fiscais a empresas estrangeiras com grande potencial de investimento ou que agreguem ao panorama de comércio externo. Tais benefícios devem ser concedidos principalmente a investidores do ramo de energia e infraestrutura pois os produtos brasileiros deixam de ser competitivos também pelo alto custo que a carência nessas áreas nos proporcionam

Há também a oportunidade de aumentar as parcerias com outros países e diminuir a dependência com a China; a Índia por exemplo tem taxas de crescimento maiores que as da China. Pode-se também ir além e mobilizar o empresariado para pressionar o Itamaraty a aumentar seus esforços na ampliação de tratados econômicos que são vergonhosamente escassos.

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Questão 3

Embora o Brasil figurar entre os dez países com o maior PIB do mundo, as fontes de riqueza provêm quase que em sua totalidade do comércio interno. A participação do país nas Cadeias Globais de Valor (CGV) é mínima: somente 1% do comércio internacional pertence ao Brasil. Com a crise econômica, o mercado interno está contraindo e a dependência da economia brasileira a esse setor não ajuda. A moeda está muito desvalorizada frente ao dólar; isso implica, por um lado, notícias ruins para importadoras nacionais e por outro, vantagens competitivas para exportadores.

Com o mercado interno em queda durante o futuro próximo e projeções incertas de retomada de crescimento, a situação é propícia para o aumento nos esforços econômicos de voltar a atenção ao exterior. Com algumas exceções, como a empresa aeronáutica Embraer, a grande maioria da pauta de exportação consiste de commodities e produtos de valor agregado baixo.

Por causa de sua história moderna, das dimensões físicas e demográficas extensas do Brasil

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