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A Formação Econômica do Brasil – Celso Furtado

Por:   •  3/5/2018  •  3.082 Palavras (13 Páginas)  •  351 Visualizações

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Assim, fica claro para Celso, que apenas o conjunto dos fatores fez com que o Brasil pudesse se tornar um case de sucesso para Portugal. Ele afirma que os portugueses resolveram cada um dos problemas que apareceram no timing certo. E que o forte desejo e empenho português de manter as terras na América também foram importantes.

O terceiro capítulo da primeira parte do livro de Celso Furtado “Formação Econômica do Brasil” é destinado a explicar o porquê do “fracasso” das colônias espanholas. Fracasso por causa das consequências trazidas pelos metais preciosos para a Espanha.

Para Celso as colônias espanholas tinham absolutamente tudo pra dar certo. Porém não foi isso que aconteceu. A Espanha se concentrou na extração dos metais preciosos, o poder econômico do Estado cresceu absurdamente, e o inflou na mesma proporção provocando uma inflação que em pouco tempo se traduziu em um déficit na balança comercial que, inclusive, chegou a se propagar pela Europa como uma onda. Os espanhóis tinham produzir e de exportar, segundo Celso, enquanto isso as importações só cresciam. Isso, segundo ele, ocorreu, pois a o número de pessoas economicamente inativas deu salto que explicado, para ele, por elas estarem sendo subsidiadas direta ou indiretamente pelo Estado.

A crise no país se desenrolou nas colônias, para o escritor. A América espanhola foi duramente prejudicada. Nenhuma atividade produtiva conseguiu obter êxito. Ele afirma que o retrocesso da economia espanhola prejudicou duramente a exportação de manufaturas americanas e de um vínculo econômico mais profundo.

Furtado deixa muito claro, como dito anteriormente, que as colônias espanholas tinham tudo pra dar certo e, caso tivessem dado, fatalmente criariam muitas dificuldades para Portugal obter seu êxito no Brasil. A Espanha tinha tudo em suas colônias para fazer com que o açúcar trouxesse ao país um êxito bem maior, possuía mão de obra barata nas suas colônias (a indígena), terras de ainda melhor qualidade e todo poder econômico que precisasse. Para ele, a Espanha teve chance de dominar o mercado de produtos tropicais. Segundo o escritor, isso não aconteceu por causa justamente da decadência econômica espanhola.

Dessa forma, Celso Furtado afirma em seu livro que o êxito português se deu pela decadência espanhola.

O quarto capítulo do livro é destinado a explicar a desarticulação do sistema português. Furtado explica no capítulo que a absorção de Portugal na Espanha irritou os flamengos e promoveu uma guerra entre Holanda e Espanha. Ele chama a guerra entre os dois países de guerra sem quartel e afirma, também, que a luta pelo controle do açúcar entre os dois países era a razão de ser desta guerra. Por causa dessa guerra, a Holanda invadiu o Brasil.

Celso deixou claro que a experiência holandesa obtida pelo período de tempo da invasão foi primordial para a desarticulação do sistema. Isso porque os conhecimentos obtidos aqui no Brasil constituíram uma indústria concorrente, de grande escala, no Caribe. Acabando mais uma vez com o monopólio do açúcar.

Para o escritor, a partir deste ponto, enormes consequências se desdobraram tanto para o Brasil como para Portugal. A rentabilidade da produção na colônia despencou, o volume das exportações também. Ele indica que a renda gerada pela produção açucareira foi reduzida a apenas ¼ em relação aos seus “anos de ouro”.

A moeda portuguesa entra em crise, enquanto isso a Holanda ultrapassa Portugal na produção do açúcar. Porém, segundo o autor, as transferências de renda decorrentes da desvalorização da moeda, favoreciam os exportadores portugueses.

No quinto capítulo do livro Celso Furtado explica as colônias de povoamento no hemisfério norte. No começo do capítulo ele já afirma que a decadência do exército espanhol foi observada pelas três potências em ascensão na Europa: Holanda, Inglaterra e França. Todo muito queria um pedaço do, nas palavras de Celso, “quinhão espanhol”. Inclusive, o autor que afirma que a penetração de Inglaterra e França na América só não foi maior pela rivalidade entre os dois países.

Ingleses e franceses invadiram as ilhas do caribe e se instalaram nas Antilhas e começaram a colonizá-la pelo sistema de pequena propriedade. Eles atraíam colonos, levavam criminosos e até seqüestravam pessoas. Todo mundo ia – ou era obrigado a ir – às Antilhas e ganhava um pequeno pedaço de terra que seria pago com os frutos dos seus trabalhos.

Furtado afirma que os ingleses povoaram as Antilhas com mais rapidez e com menos dinheiro do Estado, uma vez que as ilhas britânicas passavam por uma época de grandes transformações sociais e intraquilidades políticas e religiosas. Dessa forma, essas transformações geraram uma onde de deslocamento populacional. Com o interesse de uma parte da população das ilhas britânicas em ir às Antilhas, as mais duras condições foram aceitas. Assim, companhias que financiavam o translado desses grupos nasceram e o governo inglês não pagava por nada.

Logo a parcela da América ocupada pela Inglaterra com um considerável excedente da população e depois de algumas transformações na agricultura inglesa, fez com que este excedente vivesse em condições precárias e se submeteram a um regime precário de servidão onde Furtado aponta que esta gente recebia um tratamento igual ou pior ao dado aos escravos africanos.

As companhias que financiaram o translado e promoviam a colonização na América do Norte também estavam em prejuízo e consideravam a colonização um completo fracasso, segundo o autor, uma vez que não foi possível encontrar nenhum produto adaptável à região que valesse a pena exportar.

As condições nas Antilhas eram favoráveis à produtos como algodão, anil, café e principalmente o fumo, artigos que, segundo Furtado, tinham ótimas condições de mercado na Europa e era compatíveis ao sistema de pequena propriedade adotado no local.

Segundo o escritor, a prosperidade dos negócios aumentou o regime de servidão temporária. Pessoas que cometiam crimes eram induzidas a irem às Antilhas inglesas. Mesmo assim a mão de obra era insuficiente, e a prática de raptos se tornou uma questão de calamidade pública no país.

O sexto capítulo do livro “Formação Econômica do Brasil” é destinado às consequências da penetração do açúcar nas Antilhas.

Com o advento da agricultura tropical nas Antilhas inglesas, a necessidade de abastecimento de mão de obra aumentava. Segundo o autor, a solução vista pelas

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