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RESUMO SOBRE A PESQUISA DE TERRENO EM SOCIOLOGIA

Por:   •  30/4/2018  •  1.830 Palavras (8 Páginas)  •  492 Visualizações

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A interferência não é, pois, simplesmente, um obstáculo ao conhecimento sociológico, mas também um veiculo desse conhecimento. Não o ignorar é uma condição de objetividade. Permite equacionar expressamente as possibilidades e os limites de cada uma das situações e de cada uma das formas de interferência, ou seja, de cada uma das circunstancias e de cada um dos processos de pesquisa.

7| OBSERVAÇÃO DIRETA

Algo relevante é saber que um dos aspectos a tomar em consideração é o do peso relativo do impacto, na unidade social em estudo, da presença do investigador e das ações de recolha de informações por ele desenvolvidas. Neste momento, o que importa referir é que se usa por vezes a designação de “observação direta”, num sentido restrito, para designar o conjunto de técnicas de observação visual e auditiva, não envolvendo interações verbais especificas com o observador, e supondo frequentemente o anonimato deste.

Isoladamente, este tipo de técnicas apenas se pode aplicar ao estudo duma gama limitada de dimensões do social.

8| A OBSERVAÇÃO DO PARTICIPANTE

Sabe-se que os procedimentos e categorias classificatórias de observação direta de certas dimensões particulares da realidade social, como os que acabamos de referir, podem ser utilizados isoladamente e podem ser, igualmente, importantes instrumentos técnicos auxiliares do método de campo.

A pesquisa de terreno, ocupando-se em cada caso mais de alguns aspectos do que doutros, é particularmente adequada quer a uma descrição fina desses aspectos, quer a uma análise de interligação entre eles.

Esta cristalização da presença do investigador no de campo, que ocorre após um período inicial de integração, é um pau de dois bicos. É verdade que é condição importantíssima da eficácia da observação. Mas como traz consigo, inevitavelmente, uma definição social local do que, no comportamento do investigador, se dissolve na rotina normal do quotidiano e do que desperta atenção especial, das zonas permitidas e das zonas interditadas, acaba por, ao fim dum ciclo de pesquisa mais ou menos longo, criar barreiras a um alargamento do campo de incidência da observação.

9| O INVESTIGADOR NO TERRENO

A participação informal nas mais variadas situações _situações rotineiras do quotidiano, acontecimentos ocasionais regulares ou situações excepcionais_ e a conversa informal nessas situações, são as técnicas nucleares da pesquisa de terreno.

Pode se dizer que a pesquisa em terreno é, em boa medida, a arte de obter respostas sem fazer perguntas. As respostas obtêm-se no fluxo da conversa informal e da observação direta, participante ou continuada.

A estadia prolongada no terreno possibilita que, a observação, digamos, em primeiro grau, das ações e das verbalizações das pessoas se adicione uma observação, digamos, sem segundo grau, do próprio processo de relacionamento, ao longo do tempo, dessas pessoas com o investigador.

10| OS INFORMANTES PRIVILEGIADOS

Uma coisa é tomarmos os depoimentos de pessoas com quem nos relacionamos mais frequentemente como matéria prima informativa sobre as respectivas representações, opiniões, julgamentos de valor, visões de mundo, em suma, sobre as respectivas configurações culturais. Outra coisa é toma-los como informações objetivas sobre aspectos daquela realidade social a que o investigador não teve acesso direto.

Mas embora a informação assim obtida, indiretamente, não se possa dispensar, é necessário ter permanentemente em conta que são sempre os depoimentos elaborados através dos sistemas de representações próprios do contexto social local e do lugar social especifico dos indivíduos em causa.

11| DIFERENTES TIPOS DE INFORMAÇÕES E DIFERENTES TECNICAS DE PESQUISA

Como já citado, um processo de estudo de caso intensivo não pode socorrer duma única técnica, mas duma pluralidade delas, acionadas alternada ou simultaneamente pelo investigador, A eficiência de cada uma dessas técnicas é diferente consoante tipo de informação que se pretende obter.

Para cada tipo de informação outras técnicas podem ser usadas, mas menos eficazmente. De fato, muitas vezes funcionam como substitutas da original.

A observação direta participante pode também obter estas informações, mas de maneira fragmentaria e morosa. Por outro lado, a entrevista a um informante privilegiado com um grande conhecimento dum assunto específico pode substituir um censo por questionário ou por contagem direta.

12| O PRIMADO EPISTOLOGICO DA PESQUISA DE TERRENO

Sabe-se que o estudo dos referidos documentos pode socorrer-se dos procedimentos da análise de conteúdo e sesta sujeito a todas as exigências de rigor que a historiografia tem vindo a estabelecer na utilização das fontes documentais, assuntos sobre os quais não nos alongaremos aqui. Importará entretanto assinalar que estas técnicas são, no método de caso intensivo, sempre subsidiárias.

O ponto de vista dos atores sociais sobre as suas próprias praticas e as suas próprias representações, sobre como acham que a vida social deveria ser, sobre como esperam que ela seja e sobre como a vem efetivamente ser é um elemento indispensável a associar a outros tipos de informação, não menos importantes, obtidos pelo investigador sem passar pela verbalização das pessoas em estudo.

13| METODOLOGIA DA PESQUISA E TEORIA DO OBJETO

As referencias teóricas estão presentes, é claro, nas diversas fases da pesquisa. Podemos agrupar os atos de pesquisa em quatro fases: 1ª planificação da pesquisa, 2ª recolha de informações, 3ª registro de informações e 4ª análise de informação. Aí está implícito uma ideia de sequencia das componentes do processo de pesquisa, ideia que tem evidentemente, em trações largos, a sua razão de ser, quer no plano logico, quer no plano cronológico.

A classificação e a análise da informação que assim se vai processando, o progressivo conhecimento do objeto de estudo, é indispensável para permitir o processo de continua regulação dos procedimentos técnicos de pesquisa.

14| IDENTIDADE E PAPEIS DO INVESTIGADOR

Ao inserir-se num determinado contexto social e ao nele prolongar sua presença, constrói ali uma

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