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RESENHA DO LIVRO MUITO ALÉM DA ECONOMIA VERDE, DE RICARDO ABRAMOVAY

Por:   •  23/12/2018  •  1.200 Palavras (5 Páginas)  •  313 Visualizações

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Para sinalizar outras tendências que podem ser aliadas da sustentabilidade, Abramovay cita por diversas vezes o livro A Terceira Revolução Industrial, de Jeremy Rifkin, que mostra como a economia colaborativa pode otimizar o uso dos recursos. Rifkin escreveu também, em 2015, o livro A Sociedade de Custo Marginal Zero, que aborda o mesmo tema, mas de uma maneira ainda mais extrema: ele afirma que, daqui a anos (não estima quantos), as energias renováveis ilimitadas e de custos baixíssimos após implementação (solar, eólica etc.), a Internet das coisas, as possibilidades de automação, as alternativas de reciclagem e a economia colaborativa que permitirá a utilização compartilhada de produtos que, antes, tinham mais horas de ociosidade que de uso, irá se tornar predominante em relação ao capitalismo. Se as alternativas de otimização de recursos que Abramovay cita, baseadas em Rifkin, já nos dá algumas esperanças de que o meio ambiente não está fadado à plena degradação, o panorama mostrado no livro de 2015, nos deixa ainda mais esperançosos. No entanto, ainda que a tecnologia e a ciência nos dê todas as ferramentas para a sustentabilidade, será necessário que a conscientização ambiental atinja uma parte significativa da população para que ela faça uso destas ferramentas.

Abramovay faz alusão também às ideias que o economista Friedrich von Hayek tinha a respeito da formação de preços. De uma forma extremamente resumida e simplificada, podemos dizer que Hayek acreditava que, mais que qualquer planejador central, os preços são os melhores indicativos dos produtos que satisfaz às necessidades humanas e dos pesos que os indivíduos lhes atribuem, portanto, é o melhor parâmetro possível para orientar a alocação de recursos. Neste sentido, Abramovay mostra uma certa insatisfação com estas ideias, pois o valor dos recursos ambientais, muitas vezes, não aparecem nestes preços. Entretanto, há outras interpretações: se os preços são os indicadores espontâneos do valor que os indivíduos dão a cada item que lhes satisfaz, sendo a sustentabilidade reconhecida como necessidade por parte destes indivíduos, o seu valor entra espontaneamente no cálculo dos preços. A chave aqui, está em fazer com que parte significativa da população reconheça esta necessidade, para que ela possa ser precificada com base na real importância que tem para a geração atual e para as próximas. É neste ponto que destaco aqui uma opinião muito pessoal sobre o livro: Abramovay é excelente no diagnóstico que faz da situação atual e nos apontamentos das tendências que se relacionam aos problemas e soluções do ponto de vista ambiental, mas pouco foca na importância da conscientização ambiental de cada indivíduo. Se o mercado e os governos têm um potencial enorme para modificar os rumos da degradação ambiental, são os consumidores e os eleitores que têm que fazer esse direcionamento. Talvez seja assunto para outro livro, mas pensar em como conscientizá-los verdadeiramente e em larga escala é essencial para a mudança.

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