Operadoras e Hospitais em uma Mesa Redonda.

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Ressalta-se também que quem indica a necessidade desses procedimentos não é o Hospital e sim o médico assistente o qual, na maioria das vezes, é conveniado ao Plano. Em suma, o usuário contrata um plano para obter assistência à saúde, o plano, por sua vez, contrata os prestadores para atender o seu beneficiário, indicando em muitas ocasiões os médicos conveniados que deverão assisti-lo. Este profissional prescreve o tratamento que o hospital deverá providenciar. O hospital solicita autorização da operadora de saúde e, mesmo diante da negativa, não poderá cobrar do usuário? E quem irá arcar com este custo?

Por outro lado, os custos das operadoras estão cada vez maiores. De acordo com a pesquisa realizada pela UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, o custo assistencial das operadoras de autogestão aumentou 53,2% no período de 2010 a 2014. Inúmeros fatores corroboram para isso: maior utilização em procedimentos ambulatoriais, tempo mais elevado de permanência hospitalar dos idosos, desenvolvimento de novas tecnologias, judicialização da saúde entre outros. A solução, entretanto, não é criar meios questionáveis para diminuir o repasse aos prestadores.

Atingido por todos esses conflitos está o beneficiário, aquele que separa parte de sua renda mensal para garantir o acesso à assistência à saúde. Em uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) em agosto de 2015, 42% dos entrevistados classificaram os serviços oferecidos pelas operadoras como péssimos, ruins ou regulares. É um indicador que precisa ser levado seriamente em questão. Este usuário, ao avaliar o plano, também avalia indiretamente os prestadores.

É chegada a hora de colocar em prática a compreensão da saúde como um SISTEMA. Nele, suas partes são interdependentes e inter-relacionadas, “de modo que a mudança em uma delas provoca impacto sobre as outras”. Este entendimento deveria promover uma maior transparência nas negociações, aproximação entre seus agentes e uma verdadeira mudança cultural. Começando na mesa de negociação que, de preferência, deveria ser redonda por não possuir lados.