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O Modo de transporte ferroviário

Por:   •  17/12/2018  •  3.791 Palavras (16 Páginas)  •  257 Visualizações

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numa operação similar ao que hoje se convenciona chamar de project finance.

A expansão da atividade cafeeira esteve intimamente associada ao crescimento da malha ferroviária, o que explica o porquê de sua maior amplitude e capilaridade na região Sudeste, em especial no Estado de São Paulo.

Existiam quatro pontos de convergência na malha ferroviária brasileira, sendo três no Sul/Sudeste (São Paulo/Santos, Rio de Janeiro e Curitiba/Paranaguá) e um no Nordeste (Recife). Essa convergência não é fortuita. Ela revela o elevado grau de conhecimento da geografia e, principalmente, da economia regional brasileira do século XIX, o que permitiu aos concessionários privados otimizar rotas (Os concessionários necessitavam obter o máximo de capilaridade para suas redes, ao mesmo tempo em que buscavam minimizar os custos de construção e de operação).

Deve-se reconhecer que a geografia brasileira não é das mais propícias à implantação de redes de transportes, devido às inúmeras serras, vales e outros acidentes geográficos. Porém, da mesma forma que os portos foram locados nos melhores pontos do litoral (identificados há 500 anos pelos colonizadores portugueses), as ferrovias foram construídas aproveitando os tabuleiros de planaltos e de vales para assentamento das linhas.

2.1 IMPORTÂNCIA DO MODAL FERROVIÁRIO NO BRASIL

Para escoar a produção agrícola brasileira e transportar os produtos importados para o interior do território nacional, foram implantadas, no fim do século XIX e inicio do século XX, ferrovias com uma extensão expressiva de 30 mil quilômetros (dados de 1986).

O transporte ferroviário passou a ser utilizado principalmente no deslocamento de grandes massas de produtos homogêneos por longas distâncias, como minério de ferro, de manganês, carvão mineral, derivados de petróleo e cereais em grão (como soja e milho), entre outros.

As primeiras ferrovias construídas no Brasil foram estimuladas por capitais privados, nacionais ou de países estrangeiros, que tinham o desejo de se obter uma infraestrutura de transporte ferroviário capaz de levar a produção agrícola dos interiores aos principais centros urbanos e portos brasileiros.

Assim, começou a se desenvolver o transporte ferroviário no Brasil, passando a integrar alguns dos estados brasileiros, buscando uma forma eficiente de transportar pessoas e cargas de maneira mais rápida, segura e em grandes quantidades.

Por volta da década de 50, o transporte ferroviário brasileiro passou por algumas crises devido ao processo de industrialização e de urbanização que favoreceu o transporte rodoviário no país. As empresas que eram lucrativas passaram a falir e surgiu a necessidade da estatização de várias companhias ferroviárias.

Surge então, em 1957, a Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) que unificou muitas das ferrovias brasileiras. Já a Ferrovia Paulista S/A (Fepasa) incorporou as estradas de ferro no estado de São Paulo. Com a crise do Petróleo na década de 70 e crises econômicas brasileiras, a Fepasa e a RFFSA tornaram-se insustentáveis.

Para reverter esse quadro, aconteceu a privatização das ferrovias sob controle das estatais, sendo a RFFSA incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND) por meio do Decreto nº473/1992. A RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima) entrou em liquidação em 1992 e em 1998 a malha da Fepasa foi incorporada à RFFSA, acontecendo a extinção automática da estatal paulista.

Em 2007, a RFFSA foi extinta oficialmente e as principais ferrovias nacionais passaram a ser geridas por grandes operadores privados, que realizam exclusivamente o transporte de carga, enquanto que apenas uma pequena parte da malha ferroviária passou a pertencer ao poder estatal.

O mapa abaixo apresenta as principais ferrovias de carga no Brasil, as empresas controladoras são as principais usuárias deste tipo de modal.

Ainda, a imagem e tabela abaixo representam a relação entre os países de grande extensão territorial e seu modal ferroviário.

País Características

Extensão

(em Km de linhas) Densidade

(Km de linhas para cada 1000Km² de área) Aproveitamento

(proporção de uso do modal ferroviário) Velocidade

(Km por hora)

Estados Unidos 194.731 21,3 46% 42

Rússia 87.157 5,1 81% 50

China 65.650 9,3 37% 60

Canadá 64.994 7 46% 37

Brasil 10.930 1,3 25% 28

Podemos assim, concluir que o Brasil usa pouco o Modal Ferroviário, ou seja, entre os países de grande extensão territorial, o Brasil tem a mais baixa oferta de transporte ferroviário e o menor velocidade em Km por hora.

2.2 CARACTERÍSTICAS DO MODAL FERROVIÁRIO

Transporte ferroviário é o realizado sobre linhas férreas para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias transportadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quantidades como: produtos agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, cimento, cal, calcário, contêiners, entre outros.

Uma característica importante da linha férrea é a bitola que tem como definição a distância entre os trilhos, no Brasil, existem 3 tipos de bitola: larga (1,60m), métrica (1,00m) e a mista. O Brasil tem grandes problemas decorrentes da variedade de bitolas utilizadas, o que retira a produtividade de boa parte dessa malha. Destacando-se que grande parte da malha ferroviária do Brasil está concentrada nas regiões sul e sudeste com predominância para o transporte de cargas.

Este modal não é tão ágil como o rodoviário no acesso às cargas, uma vez que elas têm que ser levadas aos terminais ferroviários para o embarque. As ferrovias oferecem uma diversidade de serviços especiais aos embarcadores, desde o transporte de granéis como carvão e cereais até vagões especiais para produtos refrigerados e automóveis novos, que exigem cuidados e equipamentos diferenciados. Há também, serviços especiais como o de urgência com garantia de entrega em um determinado número de horas; inúmeros privilégios em escalas, que permitem carga e descarga parciais entre os pontos de origem e destino;

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