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Etica nos tempos atuais

Por:   •  21/11/2017  •  4.591 Palavras (19 Páginas)  •  601 Visualizações

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A partir do argumento, ditado por Vásquez (1999, p.), “que a ética aparece como um comportamento redigido por normas, que consiste o fim, visado pelo comportamento moral, visto que faz parte do indivíduo,” muita gente confunde ética com moral, de modo que essa diferença é facilmente esclarecida pela citação supracitada. A moral é um conjunto de ideias estabelecidas dentro de uma sociedade sem que haja um estudo cientifico, seguido por um grupo de pessoas, independente de se conhecerem.

Salienta-se que a moral vincula-se com o comportamento pessoal diante de uma situação, ou seja, cada ser apresenta um posição diante de um acontecimento, no qual pode ocorrer divergências. Quando se fala em ética, admite-se o estudo científico elaborado com normas generalizadas que se emancipa dos problemas morais da vida cotidiana. No que diz respeito à ética, aceita-a como teoria que apura a forma de um comportamento dos homens, da moral, considerando sua totalidade, variedade e adversidade.

Segundo Srour (2003, p.31), “as morais vem a ser conjunto de regras de comportamentos e códigos de conduta que coletividades adotam, quer seja nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou uma organização qualquer.” Compreende-se que a definição de moral está ligada às atitudes cotidianas de todos aqueles que atuam na sociedade, tornando-se desta forma objeto de estudo da ética, o que se remete às palavras de Vasquez (1999).

Diante das ideias supracitadas, não se pode confundir ética e moral, mesmo que essas estejam interligadas. Por fim, a conduta que o indivíduo pratica na sociedade, ou melhor, o comportamento moral do homem auxilia na análise da ética.

2.1.1 HISTÓRICO DA ÉTICA

A idade antiga, marcada pelos pensadores e filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles, estes definem ética como o caminho da sabedoria, desse modo, da felicidade. Em suma, os filosóficos vêm a ética a partir de uma reflexão ontológica. Enquanto na idade média, o renascimento considerava uma época ofuscada e marcada pelo preconceito, contudo teve feitos relevantes no plano cultural, na formação de pensamentos filosóficos e científicos. Neste período, a política e a sociedade existentes eram mais complexas, do qual, nas questões ideológicas, a teoria dominava a prática, uma vez que o cristianismo era a religião oficial que dominava tudo, inserindo a prática moral. Passos (2013), em seus estudos salienta que a ética cristã compõe a afinidade entre o homem e Deus, a partir das verdades reveladas. Essa estudiosa traz em sua obra a divergências entre esses períodos, do qual a era média concentra-se na fé, deixando a filosofia para segundo plano. Destaca o bem estar em Deus, melhor, antes a felicidade era atingida pelo próprio ser, enquanto na idade média a felicidade se encontra no campo transcendental e para alcança-la requer compreender o fim último, que se encontra em Deus.

A idade moderna apresenta um contexto político, econômico e social contrário da idade média. Nesse ambiente o homem apresenta valor por si mesmo e não apenas, por ser cidadão pólis, como acontecia com a ética aristotélica. Na modernidade, a ética surge tal como tendência antropocêntrica, visto que sua moral consiste em um cânone universal do desejo, hipoteticamente, conduzindo todo gesto humano.

A fase contemporânea admite uma grande evolução científica e a admiração do ser humano, é o que diz Passos (2013, p. 42) “Diante de uma sociedade plural e heterogênea, a ética precisa ser capaz de garantir o cumprimento de direitos fundamentais a todos os indivíduos, não pela imposição ou obrigação, com códigos a serem obedecidos.” Neste período, a ética molda-se com a criação de normas a partir de estudos científicos.

Para Motta (1984) a palavra ética define-se como “um conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, igualmente, o bem estar social,” isto é, ética é o modo pelo qual o indivíduo comporta-se na sociedade.

Os valores e condutas das pessoas vão mudando constantemente. Max Weber (1994) mostra que a ética não era, em todo caso, simples, clara e acessível para todos. Kant (1994) acrescenta mediante seus estudos, as formas de compreensão deste termo específico: uma ética se prevalece através da igualdade fundamental entre os homens.

Kant (1994) era um crítico que acreditava na ideia de que a moralidade deve ser única e racional para todos. Já Vásquez (1999) diz que a ética não cria a moral. Conquanto seja certo que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os estabelece numa determinada comunidade.

Moreira (1999) enfatiza que os conceitos éticos são extraídos da experiência e do conhecimento da humanidade. Baseado na lição de Henry R. Cheeseman (1977) - Contemporary Business Law, Prentice Hall, New Jersey, Estados Unidos da América, 1997-, diz Moreira (1999) que “há pelo menos cinco teorias a respeito da formação dos conceitos éticos”, aos quais também denominam-se como preceitos, a saber:

a) teoria fundamentalista – propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de uma fonte externa ao ser humano, a qual pode ser um livro (como a Bíblia), um conjunto de regras, ou até mesmo outro ser humano;

b) teoria utilitarista – sustentada nas ideias de Jeremy Bentham e John Stuart Mill (1984), para os quais o conceito ético deve ser elaborado “no critério do maior bem para a sociedade como um todo”;

c) teoria kantiana – defendida por Emanuel Kant, propõe que o conceito ético seja extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo com princípios universais.

d) teoria contratualista – baseada nas ideias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte do pressuposto de que o ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigação de se comportar de acordo com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os conceitos éticos seriam extraídos, portanto, das regras morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da paz e da harmonia do grupo social;

e) teoria relativista – segundo a qual cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não ético, com base nas suas próprias convicções e na sua própria concepção sobre o bem e o mal. Assim sendo, o que é ético para um pode não o ser para outro.

Adverte-se para que os conceitos éticos levem em conta o estudo de todas as teorias supracitadas, entretanto, como já se sabe, não existem verdades absolutas ou exatas em matéria de ética, logo, a reflexão precisa ser

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