Estrutura de Mercado do setor Supermercadista
Por: eduardamaia17 • 4/4/2018 • 4.797 Palavras (20 Páginas) • 440 Visualizações
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Todos os dias um amplo número de empresas, oferta a um número ainda maior de consumidores seus bens e serviços para consumo, ou seja, atendem a uma demanda de um determinado mercado. As empresas procuram ampliar seus lucros frente aos seus custos e os consumidores buscam maximizar a sua satisfação frente à sua restrição orçamentária. Esta interação em um determinado mercado entre consumidores e produtores, entre demanda e oferta, resulta na determinação do preço dos bens e serviços e pode ser abordada através de diferentes estruturas de mercado (MENDES, 2004). O mesmo autor acrescenta que o termo “estrutura de mercado” refere-se às características organizacionais de um mercado, que determina as relações entre os envolvidos, tais como entre vendedores no mercado e/ou entre vendedores e compradores. Santos (2009) cita que quanto à estrutura de mercado, são considerados fatores como a participação do governo, diferenciação de produtos, distribuição e número de vendedores e compradores, existência de barreiras à entrada de novos concorrentes, integração vertical, elasticidades de demanda e economias de escala de produção.
Dentre as abordagens que a literatura traz, Jurandir (2014) classifica a estrutura de mercado de acordo com o número de participantes que interagem no mercado: a) Concorrência perfeita (muitos compradores e muitos vendedores); b) Oligopólio (número reduzido de vendedores diante de muitos compradores); c) Monopólio (um só vendedor frente a muitos compradores).
A estrutura de mercado conhecida como monopólio caracteriza-se por apresentar apenas um produtor no mercado. Vários são os motivos que podem levar um mercado a se estruturar como monopólio: patentes, licenças governamentais, propriedade exclusiva de matéria-prima ou técnica produtiva, economias de escala que levam ao monopólio natural, etc.
Mesmo com tantos motivos, são raros os mercados estruturados em monopólio. Diferentemente da concorrência perfeita, um produtor monopolista pode determinar o preço de mercado. Sua escolha é produzir a quantidade em que a receita marginal é igual a seu custo marginal, mas o preço poderá ser diferente do custo marginal. Como não há entrada de concorrentes, o monopolista deverá ter lucros extraordinários (GREVE, 2013).
O oligopólio consiste em uma estrutura caracterizada pela existência de poucas firmas no mercado. Essa estrutura abrange um conjunto de firmas que produzem produtos substitutos perfeitos, ou mesmo substitutos próximos.
Essa estrutura define-se por condicionar às escolhas das demais firmas do setor. Segundo Kon (1994), os oligopólios podem estabelecer seus preços a partir de acordos organizados ou não organizados. Os acordos organizados são aqueles em que as firmas de determinado setor se reúnem e combinam o preço a ser estabelecido, como nos cartéis. Por sua vez, os acordos não organizados podem ser do tipo coniventes, em que há um acordo informal entre as firmas.
Segundo Araújo (2001), os oligopólios influem sobre maneira na economia mundial e de um país, como podem ser vistos no exemplo da OPEP (organização dos países exportadores de petróleo) onde tal organização é quem dita às regras de compra e venda de petróleo, visto que são os maiores produtores mundiais deste produto. Para os países árabes dessa organização, o preço do petróleo é uma arma política capaz de exercer pressão sobre o Ocidente. No Brasil, a indústria petroquímica caracteriza-se como um oligopólio altamente concentrado e de baixa integração vertical em sua cadeia produtiva, tendo em vista que apresenta elevada concentração geográfica das indústrias de segunda geração, em função principalmente das dificuldades técnicas e do alto custo de transporte de seus produtos, resultando na dificuldade de se trocar fornecedores ou consumidores.
Até há pouco tempo, o oligopólio era considerado nocivo à economia, porque poderia levar à formação de cartéis e à manipulação de preços. Mais recentemente, os oligopólios ganharam contornos positivos, porque seu tamanho permite que os custos sejam divididos por um contingente muito grande de compradores (ARAÚJO, 2001).
Objetivou-se com essa compilação bibliográfica estudar a estrutura de mercado do setor supermercadista do Rio Grande do Sul, bem como analisar as mudanças quanto às estruturas de mercado (oligopólio, monopólio) frente à economia. Pretende-se ainda descrever métodos quantitativos aplicados à Gestão Empresarial e elucidar sobre a tendência do capitalismo em sua atual fase de se tornar monopolista.
AIRES CUNHA & ADRIAN CUNHA (2004) afirmam que os supermercados, além de gerarem empregos e rendas, são considerados como um setor chave. Geralmente, os empresários que atuam nesse ramo não ficam exclusivamente na compra e venda de mercadorias. Eles procuram mostrar um lado empreendedor, investindo seus ganhos em outros fatores que realmente possam garantir uma demanda maior e assim contribuir facilmente para o desenvolvimento da economia. Diante dessa conjuntura, considerando os conhecimentos acerca da Economia, têm-se que a relevância desse estudo como ciência engendra o auxílio de pessoas, empresas e até o governo quanto ao processo decisório de alocação de recursos para satisfazer as necessidades de mercado.
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2 DESENVOLVIMENTO
2.1 MICROECONOMIA E MACROECONOMIA
Segundo Jurandir (2014), o estudo da Economia costuma ser dividido em dois blocos: Microeconomia e Macroeconomia. A Macroeconomia envolve assuntos mais amplos, tais como a soma do total de bens e serviços produzidos pela economia de um determinado país (PIB). No entanto, a Microeconomia estuda os componentes básicos, tais como a teoria econômica de unidades econômicas individuais: produtores, administradores, consumidores individuais, entre outros, que formam uma abrangente rede de relações econômicas. Oliveira (2006) complementa que a Microeconomia procura interpretar como as empresas e os consumidores interagem na definição de preços e quantidades dos bens, serviços e fatores de produção. A Microeconomia pode ter duas abordagens: a Neoclássica, e a Teoria da Organização Industrial.
A análise microeconômica convencional pressupõe o equilíbrio de mercado e a construção de um “homem econômico”, que age racionalmente, sempre de forma a aperfeiçoar sua “função utilidade”. Trata-se de um mundo hipotético criado para tentar explicar o sistema econômico, partindo, porém, de funções que tornaram o “homem econômico”
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