Empresa, Meio ambiente e Sociedade
Por: Salezio.Francisco • 25/11/2018 • 2.076 Palavras (9 Páginas) • 418 Visualizações
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Outra questão relevante para a pressão da sociedade é a mudança de valores, a qual, de acordo com Dias6, passou da busca pelo progresso material para a busca de qualidade de vida. Vemos essa postura mais acentuada nas comunidades de países desenvolvidos que em países em desenvolvimento, pois os primeiros possuem uma história mais longa de experiências com os efeitos danosos do progresso (poluição, acidentes ambientais) e agora procuram a condição que décadas atrás devastaram.
- Fatores que influenciam as empresas
Existem diversos fatores que podem exigir uma resposta das empresas a respeito da eliminação ou da redução da contaminação do meio ambiente, entre eles temos o Estado, a comunidade local, o mercado e os fornecedores.
3.1 O Estado
O Estado, por meio de seus instrumentos legais, tem como objetivo proteger a saúde das pessoas e o bem comum, o meio ambiente. As Políticas Públicas Ambientais possuem o instrumento de comando e controle para estabelecer limites de emissões de poluentes e de suas qualidades, como também proibições e restrições em produção. Não é mais permitida a abertura de empresas sem o licenciamento ambiental e, de acordo com o tamanho da empresa, é necessário fazer um estudo do impacto ambiental. Toda organização que não estiver dentro dos padrões preestabelecidos pelos órgãos reguladores estará sujeita as penalidades que vai de multas ao encerramento de suas atividades.
Quadro 1 – Alguns exemplos de atuação do Estado contra empresas poluidoras
[pic 1][pic 2]
O Brasil, por meio da Lei n° 6.938, de 31/08/1981, aderiu ao princípio do poluidor pagador, onde sua abrangência é total dentro do território nacional e não restrito somente a pessoa jurídica. Com o instrumento econômico, o Estado objetiva estimular, através de uma compensação financeira, as organizações que querem melhorar seus processos, para que trabalhem com menores índices de emissões ou com tecnologias limpas. E foi além, criou o ICMS Ecológico, com o qual incentiva os setores públicos através de retornos de impostos. Donaire7 nos cita como exemplo o lançamento em São Paulo do Fundo Ecológico Crefisul-Ação Verde, cuja negociação está pautada em ações de empresas aprovadas por um comitê de ambientalistas e que tenham rentabilidade.
3.2 A comunidade local
Alguns anos atrás as pessoas vibravam com a instalação de empresas próximas de suas comunidades, pois isso significava oferta de trabalho, oportunidade de negócios e maior renda para sua cidade. Com as pessoas mais bem informadas, com as mudanças de valores, hoje a comunidade quer saber, além da questão dos benefícios, quais os danos gerados com a instalação de uma indústria, quais recursos naturais serão extraídos, que tipo de riscos a população pode vir a sofrer. A comunidade é uma reguladora informal.
3.3 O mercado
Como a preocupação com o meio ambiente tem aumentado constantemente, deixou de ser assunto somente para o Estado controlar, fiscalizar e punir e passou a ser uma preocupação do mercado. Conforme Donaire surgiu o mercado verde inicialmente nos países desenvolvidos, nos quais os consumidores que tiveram suas necessidades quantitativas atendidas passaram a se preocupar com o conteúdo do produto, com a forma como são feitos e com a sua procedência.
3.4 Os fornecedores
Dias lembra que existem empresas que até podem não estar sendo cobradas pelo Estado ou pela comunidade, porém, por pertencerem a uma cadeia produtiva, podem estar sendo pressionadas pelo seu cliente-empresa, que exige de seus fornecedores certificações ambientais para comprovar que suas unidades produtivas são respeitosas com o meio ambiente e possam atender ao seu mercado consumidor altamente exigente quanto à procedência do produto e de suas matérias-primas.
- A resposta das empresas
Diante desse cenário, no qual a pressão vem de todos os lados, conforme Donaire10, as indústrias responderam agindo em três fases: controle ambiental nas saídas (controle da poluição), integração do controle ambiental nas práticas e nos processos industriais (prevenção da poluição) e integração do controle ambiental na gestão administrativa (abordagem estratégica).
Na primeira fase, a tecnologia implantada no final do processo produtivo irá somente conter a contaminação dentro das dependências da empresa, pois, uma vez criada, precisa ser tratada e/ou armazenada, passando a ser um passivo para a indústria que a gerou. E, por conseqüência, entrando nos custos que ela irá repassar ao mercado A segunda fase é o controle ambiental integrado nas práticas e no processo produtivo, passando a ser uma função da produção, e não mais uma função de controle.
Donaire explica que esse processo envolve a escolha de novas matérias-primas, de estudo e de desenvolvimento de novos processo e produtos, reaproveitando a energia, a reciclagem dos resíduos e a reintegração com o meio ambiente. Devido a exigências do mercado competitivo, algumas empresas resolveram integrar o controle ambiental em sua gestão administrativa. Segundo Donaire12, a proteção ambiental passou a fazer parte da estrutura organizacional e do planejamento estratégico, gerando políticas, metas e planos de ação. As empresas estão cientes de que há vários benefícios aos que adotam atitudes de proteção ao meio ambiente. Dias13 cita alguns:
a) menores gastos com matéria-prima, energia e disposição para os resíduos;
b) redução ou eliminação de custos futuros decorrentes de processos de despoluição;
c) menores complicações legais (eliminação das multas ambientais);
d) menores custos operacionais e de manutenção;
e) menores riscos, atuais e futuros, aos funcionários, público e meio ambiente e, conseqüentemente, menores despesas.
5. Estímulos para adoção de métodos de gestão ambiental
Os estímulos que as empresas recebem para adotar métodos de gestão ambiental podem ser internos, isto é, gerados dentro de sua organização, ou causados por agentes externos.
5.1 Estímulos internos
São
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