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Dos Movimentos do Início do Século XX

Por:   •  15/5/2018  •  1.578 Palavras (7 Páginas)  •  306 Visualizações

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de densidade para evitar problemas futuros e promover uma maior qualidade de vida aos habitantes assim como abrir espaço para áreas verdes. Focava primordialmente no âmbito da salubridade, devido aos surtos de doenças ocorridas na Europa, principalmente em distritos industriais da recém-industrial Inglaterra, causadas pela alta densidade de pessoas morando em cubículos fechados sem ventilação ou com iluminação natural mínima, um atento à própria arquitetura de Le Corbusier que sempre procurava criar ambientes muito bem iluminados, ventilados e cercados de natureza, dizia que as zonas habitacionais deveriam ser afastadas das grandes vias de transporte para evitar o contato com poeira, gases tóxicos e ruídos expelidos pelos automóveis. Defendia também a ideia de que as indústrias deveriam se concentrar em vias lineares de modo que os setores habitacional e industrial sejam separados também por zonas verdes. Para o lazer, deveriam ser asseguradas áreas verdes nas periferias das cidades com fácil acesso e que ofereçam atividades diversas e saudáveis para o entretenimento da população. As áreas verdes remanescentes deveriam ser utilizadas para o embelezamento, e também para abrigar instalações de bem coletivo. Já na circulação, as vias seriam classificadas segundo o seu uso ou natureza e velocidade média, sendo assim categorizadas ( passeio, trânsito, etc.) e gerenciadas por um regime próprio. E também a criação de zonas de vegetação que devem isolar as vias de grande circulação das edificações.

No urbanismo moderno, a rua perde o papel de principal meio estruturante das cidades, dando assim liberdade criativa para a composição de edifícios que não seriam delimitados por uma quadra. Ou seja, o edifício se posicionaria de acordo com suas necessidades individuais e não de acordo com o quarteirão. Há uma relação diferente entre o público e o privado na cidade moderna. A influência de ideais socialistas se mostra na ideia de que o interesse individual não poderia se sobrepor aos interesses do coletivo, logo se tal local fosse mais aproveitado para o coletivo assim ele o seria. Um exemplo disso na arquitetura é a elevação dos edifícios em pilotis, onde o terreno abaixo era público e do primeiro pavimento acima privado.

Em um primeiro momento, o urbanismo moderno propôs projetos do estilo “arrasa quarteirão”, onde se destrói todo o tecido urbano anterior e se projeta outro a partir do zero, uma tabula rasa. Mesmo que o cerne Modernismo seja a quebra do vínculo com o antigo, Le Corbusier, em A Carta de Atenas, reconhecia a importância do patrimônio histórico presente no tecido antigo da cidade, e que valores arquitetônicos devem ser mantidos em respeito à personalidade e ao passado próprio da cidade. Porém, caso a presença deste for prejudicial, será destruído dando lugar às áreas verdes, pois mesmo que destruindo um ambiente secular os bairros vizinhos serão os maiores beneficiados destas mudanças. Entretanto, se este possuir algum valor serão procuradas outras formas solucionar seus problemas, mas a sua conservação não deve acarretar o sacrifício de populações mantidas de forma insalubre, por exemplo.

Apesar de muito difundido, apenas duas cidades foram inteiramente projetadas segundo os princípios descritos na Carta de Atenas, Chandigarh (1952-1959), projetada por Le Corbusier e Brasília (1957), por Lúcio Costa.

Tomando Brasília como exemplo maior do Urbanismo Moderno, e é a partir dela que se pode promover críticas. Primeiramente, a forma como as zonas são setorizadas e classificadas acaba por provocar uma falta de relação entre os elementos, criando locais muito habitados em determinados momentos do dia e em outros não, o que acarreta em vários problemas como o abandono e o aumento da violência nestes locais. Afinal, segundo Jane Jacobs, a segurança se faz a partir da presença das pessoas nos espaços.

A disposição excessivamente organizada e distribuída em setores promove uma falta da complexidade da cidade formal, onde mesmo que geradas, na maioria das vezes, de forma espontânea funciona, pois de uma forma orgânica e natural às funções se organizam e se relacionam num mesmo espaço. Além de uma distributiva monotonia visual e uma falta de significação dos espaços.

Voltando ao caso de Brasília, conferiu-se na prática que o urbanismo Moderno, mesmo com a ideia de funcionalidade para a fácil resolução de problemas, não é de todo um meio para saná-los. Os urbanistas modernos não tiveram a consciência de que, assim como o ser humano, a cidade é dinâmica e passível de mudanças e que o dever do urbanista não é ordená-las, mas planejar cidades adaptáveis às mudanças provenientes do aumento da tecnologia, população, etc.

****Os blocos residenciais da que constituem a as asas Norte e Sul de Brasília, não foram suficientes para abrigar a população da crescente capital. O crescimento das cidades satélites nas periferias, primordialmente desordenado é um reflexo também na falta de atenção à população carente. Formada basicamente por migrantes do nordeste que participaram da construção

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