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Certificações das Normas ISO 9001 e 14001 em Uma Empresa do Setor de Rochas Ornamentais

Por:   •  15/3/2018  •  6.274 Palavras (26 Páginas)  •  445 Visualizações

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Visando à garantia dos direitos e da privacidade dos entrevistados, esta pesquisa foi realizada com autorização formal dos envolvidos, os quais não tiveram suas identidades reveladas na análise de dados.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A sociedade está enraizada no mercado econômico atual, razão pela qual, mesmo sabendo de todas as situações existentes, o consumismo – o sufixo “ismo” vem do grego e indica uma ideologia, uma regra, algo consolidado, a ser seguido – continua aumentando, e um novo chamado para mudança só ocorrerá se o fato for extremamente importante ao ponto de entrar na cabeça de cada um, além dos poderes dominantes (legislativo executivo e judiciário).

A falta de esclarecimento e de contradição entre as nações já foram vistas em várias cúpulas e conselhos internacionais, e embora este péssimo fato, Viola et al. (1992, p.42) cita algumas palavras de sabedoria:

[...] o ambientalismo é o único movimento contemporâneo em condições de desenvolver valores e conhecimentos de novo tipo, o qual significa mais para uma maior acomodação e/ou tolerância das diferenças, significa gerir meios sincréticos para uma ativa cooperação sinérgica entre atores com interesses e perspectivas diferentes (e até contraditórias) (VIOLA et al., 1992, p. 42).

Com a conscientização de que a humanidade havia ultrapassado o limite da equidade prevalecente entre taxa de produção e taxa de renovação do planeta, houve um apelo que até então era ignorado: a sustentabilidade.

Alvater (1995 apud TEODOSIO et al., 2006, p. 41), cita :

As estratégias de gestão de operações prevalecentes nas grandes empresas, sobretudo até a primeira metade do século XX, eram orientadas para ganhos crescentes em escala, por meio do uso intensivo de insumos produtivos, principalmente os extraídos da natureza. Em decorrência de diversos fatores, tanto de ordem econômica quanto social e política, e ainda devido aos danos causados ao meio ambiente, essa forma de competitividade empresarial chegou ao limite (ALVATER, 1995 apud TEODOSIO et al., 2006, p. 41).

Durante o século XX, em várias décadas, ocorreram fatos marcantes que repercutiram mundialmente. Entre os mais recentes e importantes está o Informe de Brundtland (1987) denominado “Nosso Futuro Comum”, que primeiramente vincula economia e ecologia; em seguida vem a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), que ocorreu em 1992, discorrendo que “a proteção ambiental constitui parte integrante do processo de desenvolvimento, e não pode ser considerado isoladamente deste” (DIAS, 2011, p. 22); e, mais recentemente, o Rio+20, que ocorreu em 2012.

Segundo Andrade et al. (2002), as organizações necessitam partilhar do entendimento de que deve haver um objetivo comum entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental.

A atividade-fim das indústrias, geralmente, gera impactos ambientais, impactos esses definidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 1986) e citado por Dias (2011, p. 74), como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causadas por qualquer matéria ou energia resultante das atividades humanas (...)”.

Os impactos ambientais podem se mostrar através de contaminações e, segundo Dias (2011), “a contaminação industrial (...) é fruto da impossibilidade de transformação total dos insumos em produtos, e essas perdas formam resíduos que contaminam o ar, a água, e o solo”.

Em consonância com as empresas de rochas ornamentais, os resíduos gerados são os seguintes: pó de pedra, fragmentos de rocha nas pedreiras e serrarias e lama abrasiva (ARAÚJO, 2008).

Todavia, existem maneiras de minimizar os efeitos causados pela atividade do homem sobre a natureza.

A adoção das normas ISO 9001:2000 e ISO 14001 oferecem uma competitividade empresarial pela compatibilidade das suas ações com objetivos estratégicos adotados. Entretanto, os resultados se apresentam de médio à longo prazo, a medida que uma empresa adota seus procedimentos e façam uso deles, o que pode vir a ser um contraponto, considerando impactos imediatos.

2.1 GESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA

O beneficio da gestão ambiental se compreende em economia de custo, incremento de receita e benefícios estratégicos. Na economia de custos há uma redução de consumos, por exemplo, de água, de energia e de vários outros insumos; há economia devido à reciclagem, aproveitamento de resíduos, diminuição de efluentes, entre outros.

De acordo com Donaire (2009), na verdade, existem várias maneiras pelas quais uma organização pode incorporar uma questão ambiental, cuja primeira possibilidade seria verificar o seu condicionamento em relação ao desafio ambiental, para saber – e se certificar – em quais variáveis a empresa teve baixa na sua avaliação institucional.

Conforme recomenda Donaire (2009), “[...] é bom não esquecer que os empregados serão os responsáveis por garantir a imagem ambiental da empresa internamente e disseminar isto junto à comunidade local onde vivem”.

Há uma infinidade de recursos cujo consumo se pode diminuir, basta saber quais. Donaire (2009) diz que algumas empresas têm demonstrado que é possível gerar lucro e proteger o meio ambiente, mesmo não atuando no chamado “mercado verde”. Uma opção é a reciclagem de resíduos, que vem trazendo grandes economias de recursos – financeiros, naturais, ambientais.

Convém lembrar que a existência de um plano ambiental formal, embora importante, não é suficiente, pois a transformação da questão ambiental em um valor da organização vai depender das ações da alta administração e de suas gerências. Os exemplos que elas darão sobre a importância do meio ambiente provocarão consequências no resto da organização (DONAIRE, 2009, p. 65).

Ainda de acordo com o autor, com a motivação para a proteção ambiental da empresa, muitas organizações passam gradualmente a incluir na gestão de seus negócios a dimensão ecológica. Ocasionalmente ocorre, então, uma mudança na cultura organizacional.

2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL (RSE)

Na visão tradicional da empresa como instituição econômica, sua responsabilidade se restringe basicamente à maximização seus lucros e à minimização de seus custos/gastos.

Esta visão puramente econômica deixa de existir quando a

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