Análise dos Ajustes Salariais de Novembro de 2015
Por: Ednelso245 • 26/2/2018 • 2.433 Palavras (10 Páginas) • 250 Visualizações
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estudada nesse trabalho, por o poder de barganha sindical ter se desenvolvido menos e de forma unilateral se comparado com o crescimento econômico (DEDECCA, 2005).
Ainda de acordo com CAMPOS (2014), o número de empregados de indústrias, entre 2001 e 2011, cresceu 34,8% em termos relativos, já nos demais setores o número de empregados cresceu 72,4%. Esses dados são relevantes para o estudo do sindicato dos metalúrgicos, já que faz parte do setor industrial. Esse cenário de desvantagem para o setor industrial frente os outros setores econômicos fez com que seus benefícios, mediante à expansão da economia, fossem menores, o que contribuiu para uma sitruação mais crítica para os sindicatos em 2001, e menores reajustes salariais, como consequência, interferindo na negociação coletiva estudada nesse capítulo
3. Metodologia
Visto o objetivo do trabalho: entender o problema em questão e destrinchar as relações e interesses que o tangem, faz-se necessário que para atingí-lo foi preciso buscar informações inerentes e fornecidas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Para a realização do trabalho o grupo pesquisou tanto artigos científicos quanto informações disponíveis em diversos sites, incluso o site do sindicato estudado, e blogs para compor nosso trabalho com diversos materiais, dado que esse problema deve ser estudado na ótica das relações de trabalho. Utilizamos esse método (e não entrevistas, por exemplo), pois o grupo tentou se comunicar com o sindicato insistentemente através de emails e telefone, porém, não obtivemos resposta.
4. Análise
4.1 Contexto
A Campanha salarial dos metalúrgicos de 2015 insere-se no cenário atual brasileiro de disputa entre projetos opostos. Por um lado, há um modelo de nação em que os trabalhadores são participantes ativos do desenvolvimento econômico do pais; por outro, existe um retrocesso que não dá espaço algum para os trabalhadores intervir a não ser por meio da luta pela defesa do que já foi conquistado nos anos anteriores.
A partir de 2003 com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência, houve a retomada do papel do Estado e do fortalecimento da participação dos trabalhadores no âmbito político e econômico. Já em 2004 é perceptível a mudança ocorrendo no país através de ações e metas para a indústria com o lançamento da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE). Esse processo continuou e em 2008 é lançada a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). A política industrial durante os anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva foi progressiva e teve continuidade no governo Dilma Rousseff com a nova versão da política industrial, o Plano Brasil Maior (PBM).
Em meio à crise dos ultimos 12 anos, a Europa cortou direitos, aumentou impostos, demitiu, precarizando ainda mais as relações de trabalho. Simultaneamente, o Brasil conseguiu apresentar considerável crescimento, gerando postos de trabalho e reduzindo a desigualdade social. Isso se deve às medidas como a valorização do salário mínimo, os programas de transferência de renda, os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento ( PAC) , o Minha Casa, Minha Vida e o fortalecimento do BNDES. Todos esses projetos contribuiram para o crescimento da atividade industrial.
Durante os oitos anos de governo anteriores ao governo Lula, foram gerados 800 mil postos de trabalho. Já os últimos 12 anos, tivemos geração de 20 milhôes de postos de trabalho. Mas mesmo assim, segundo dados divulgados pelo Ministérios do Trabalho e Emprego, a média salarial mensal brasileira continua baixa (é de R$2.177,60). Os patrões, sob o pretexto da crise que, efetivamente, vem abalando todos os segmentos e a economia nacional como um todo, têm endurecido nas negociações apresentando propostas inaceitáveis, como por exemplo conceder reajustes inferiores à inflação. Em meio a essa crise, a Federação de Metalúrgicos da Central Unica dos Trabalhadores do Estado de São Paulo (FEM-CUT/SP), a Força Sindical e os sindicatos filiados entregaram as pautas da Campanha Salarial aos seis setores patronais durante a sexta-feira (3/07/2015) nas sedes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Vale ressaltar a consciência de ambos os lados frente a conjuntura a econômica atípica do País e a importância dada para construir um diálogo equilibrado que caminhe para o entendimento. Os metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo aprovaram como principais bandeiras de lutas: 40 horas semanais; a reposição da inflação e aumento real; a unificação e valorização dos pisos e a valorização das cláusulas sociais.
4.2 Estrutura
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes tem como objetivo representar os interesses econômicos e sociais dos metalúrgicos localizados nessa região.
A Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da Central Unica dos Trabalhadores do Estado de São Paulo (FEM-CUT/SP) é a organização que visa mudar a estrutura sindical brasileira, com mais liberdade e autonomia para os trabalhadores por meio da promoção de cursos de formação sindical e da realização de políticas sociais.
A Força Sindical é uma organização sindical brasileira de trabalhadores. Fundada em 1991 tinha o objetivo de fazer frente a outra central já existente que era ligada ao PT, a CUT. A Força Sindical não tem em seus princípios ser contra o Capitalismo mas um suposto sindicalismo de resultados. É uma das principais Centrais Sindicais do Brasil e da America Latina e busca fortalecer a unidade de ação na luta dos trabalhadores.
4.3 Processo
No dia 25 de agosto, terça-feira, os 53 Sindicatos de Metalúrgicos do Estado de São Paulo filiados à Federação dos Metalúrgicos do estado de São Paulo e à Força Sindical deram a largada para a Campanha Salarial 2015. O início da campanha foi aprovada pela plenária dos Sindicatos, realizada no dia 18 de agosto. Nesta data - 25 de agosto - os sindicatos convocaram suas assembléias para discutir a pauta de reivindicações. Em meio à turbulenta campanha , os presidentes das duas maiores centrais sindicais do país - Central Unica dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical - fizeram na terça-feira (16 de Setembro) duras críticas ao pacote de ajuste fiscal anunciado no dia anterior (15) pelo governo. Vagner Freitas, presidente da CUT, considerou “lamentável” o pacote do governo, que em sua visão iria penalizar ainda mais os trabalhadores.
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