ATPS de Ciencisas Sociais
Por: Jose.Nascimento • 22/2/2018 • 4.240 Palavras (17 Páginas) • 244 Visualizações
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2. CULTURA, INDIVIDUO E SOCIEDADE ---------------------------------------------------VII
3. A CLASSE OPERÁRIA --------------------------------------------------------------------------IX
3.1. Reflexão sobre o filme abordado: A classe operária vai ao paraíso ------------X
3.2. Interações sociais existentes no cotidiano da sociedade atual -----------------XI
4. DIVERGÊNCIAS SOCIAIS --------------------------------------------------------------------XII
5. EXPLORAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ----------------------------------------------------XIV
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS -------------------------------------------------------------------XV
REFERÊNCIAS -------------------------------------------------------------------------------------XVII
ANEXO - DIVERGÊNCIAS SOCIAIS ---------------------------------------------------------XVIII
2 CULTURA, INDIVIDUO E SOCIEDADE
Na linguagem da ciência Social, cultura não significa violinos, poesia ou escultura. Cultura é uma perspectiva do mundo que as pessoas passam a ter em comum quando interage. É aquilo sobre o que as pessoas acabem por concordar, seu consenso, sua realidade em comum, suas ideias compartilhada. O Brasil é uma sociedade cujo povo tem em comum uma cultura. E no Brasil, cada comunidade, cada organização formal cada grupo e díade possui sua própria cultura (ou o que alguns cientistas sociais denominam uma subcultura, pois se trata de uma cultura dentro de outra cultura). Enquanto a estrutura ressalta as diferenças (as pessoas relacionam-se entre si em termos de suas posições diferentes), a cultura salienta as semelhanças (de que modo concordamos),
Fazer parte da “cultura jovem” no Brasil, por exemplo, é ter em comum com várias pessoas certas ideias sobre verdade, politica, autoridade, felicidade, liberdade e música. Nas ruas, na palavra escrita e falada, nas universidades, em shows e filmes desenvolve-se uma perspectiva à medida que as pessoas compartilham experiências e se tornam cada vez mais semelhantes umas às outras, por um lado, enquanto se diferenciam crescentemente das que se encontram fora de sua interação. Desenvolve-se uma linguagem comum entre os que compartilham a cultura, consolidando a solidariedade e excluindo os de fora.
Quando Marta e Marcos interagem, em certo sentido também formam uma cultura própria e única. Discutem sobre vários assuntos e passam a ter em comum concepção a respeito um do outro, dos pais, adultos, crianças, da china, da vida, do trabalho e do futuro. Dizem um ao outras coisas que apenas os dois entendem perfeitamente, pois possuem um contexto comum no qual situar essas coisas. Na mesma situação em que outros ficam sérios, eles desatam a rir, porque só para os dois que a veem sob a mesma perspectiva a situação é engraçada.
Cultura é o que as pessoas acabam por pensar em comum, suas ideias sobre o que é verdadeiro, correto e importante. Essas ideias nos guiam, determinam muitas de nossas escolhas, têm consequências além de nosso pensamento. Nossa cultura, compartilhada na interação, constitui nossa perspectiva consensual sobre o mundo e dirige nossos atos nesse mundo.
Um indivíduo pode querer transformar sua vida e o modo de funcionamento de sua sociedade através de suas ações, de seu pensamento, de sua interferência na vida de outras pessoas e nas diversas instituições sociais. Contudo, proporcionalmente e à primeira vista, um indivíduo parece ter menos força e poder que toda uma sociedade.
Como sabemos, a sociedade é um todo, formado por um conjunto de elementos que inclui grupos de pessoas, culturas, costumes e regras socialmente construídas, praticas e técnicas produtivas particulares, além de um sistema político e econômico particular. Acreditar, portanto, que um indivíduo é capaz de interferir substancialmente em uma sociedade, transformando-a e mudando seus rumos pode parecer pouco provável.
Caso um indivíduo em questão ocupe uma posição de maior poder ou prestígio social, cultural, econômico, político ou religioso, todavia, suas chances de intervenção aumentam consideravelmente. Atualmente, com a ampliação dos meios de comunicação de massa como o rádio, a televisão, e mais recentemente, a internet, o alcance de ideias individuais a um público cada vez mais ampliado cresce enormemente o que permite uma nova reflexão acerca do alcance e da interferência de indivíduos específicos em uma ou mais sociedades.
É importante lembrar que as sociedades transformam-se ao longo do tempo. Se por um lado elas moldam os indivíduos que a compõe, definindo normas e padrões de comportamento, signos linguísticos etc., por outro é válido ter em mente que as mudanças são, em parte, resultado da interferência da ação individual e/ou coletiva. Há, portanto, uma via de mão dupla.
O debate acerca da tensão existente entre indivíduo e sociedade é um dos temas centrais da sociologia, perpassando de forma transversal, mitos campos de estudo das ciências sociais, tais como: cultura, política, economia, desigualdades, globalização, pobreza, e tantos outros.
Compreender a visão sociológica do ser humano é também levar em consideração o conceito que os sociólogos denominam “socialização”.
Para que a sociedade funcione sem graves conflitos, o ser humano tem de ser socializado. Socialização é o processo pelo qual a sociedade, comunidade, organização formal ou grupos ensinam seus costumes a seus membros. A família e a escola socializam a criança, as agremiações estudantis socializam os calouros nas faculdades, o time de futebol socializa seus jogadores, e a sociedade, de muitos modos diretos e indiretos, socializa seus cidadãos. Uma pessoa socializada é aquela que, com êxito, tornou-se membro de seu grupo, organização formal, comunidade e/ou sociedade. Uma pessoa socializada controla-se, mas esse autocontrole provém de aprendido os controles da sociedade.
A socialização cria as qualidades que nos tornam plenamente humanos. Temos potencial para ação humana ao nascer, mas adquirimos a linguagem, o “eu”, a mente e a consciência quando nos tornamos socializados. Como seria o homem sem a socialização? Alguns adultos não são muito bem socializados; apresentam pouco autocontrole, incapacidade
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