ANÁLISE DOS CONDICIONANTES DA CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO EIXO ESPACIAL PORTO ALEGRE - CAXIAS DO SUL E SEUS REFLEXOS NA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO.
Por: Carolina234 • 28/9/2018 • 1.769 Palavras (8 Páginas) • 454 Visualizações
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2.7) REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Marx apud Harvey (2005) o mercado do trabalho e o nível salarial é regulado pela existência de um exército industrial de reserva, que possa alimentar a expansão da produção industrial. Esse mecanismo funciona como uma mão invisível, regulando os salários dos trabalhadores. Quanto mais trabalhadores ociosos maior será a pressão sobre os ocupados e menores benefícios estes terão.
O aumento desse exército industrial de reserva pode acontecer através do estímulo ao crescimento populacional bem como através do adensamento populacional, população migrante ou mesmo desemprego estrutural, isto é, quando inovações tecnológicas poupam trabalho, por exemplo, através da mecanização de linhas de produção.
A existência no mercado de quantidades necessárias de meios de produção e espaço físico possibilita que o capital seja reinvestido. Por sua vez a existência de mercado consumidor para absorver as quantidades crescentes de mercadorias produzidas fecha o ciclo. Se não há mercado consumidor, ou se a população não possui renda suficiente para tais aquisições o ciclo se rompe. Para evitar esse panorama de impossibilidade de acumulação capitalista entram em cena os financiamentos e as linhas de crédito.
Marx concluiu que o capitalismo tende, ativamente a produzir algumas das barreiras para o seu próprio desenvolvimento. Isso significa que as crises são endêmicas ao processo capitalista de produção. No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise – o desemprego e o subemprego crônico, o excedente de capital e a falta de oportunidades de investimento, as taxas decrescentes de lucro, a falta de demanda efetiva no mercado e assim por diante - podem desse modo, remontar à tendência básica de superacumulação. Como não há outras forças compensatórias em ação dentro da anarquia competitiva do sistema capitalista, as crises possuem uma função importante: elas impõem algum tipo de ordem e racionalidade no desenvolvimento econômico capitalista. Isso não quer dizer que as crises sejam ordenadas ou lógicas; mas, de fato, as crises criam as condições que forçam a algum tipo de racionalização arbitrária no sistema de produção capitalista. Essa racionalização apresenta um custo social e provoca trágicas consequências humana na forma de colapsos financeiros, falências, concentração de poder político e econômico, queda dos salários reais e desemprego.
Quanto aos custos de circulação das mercadorias produzidas estes “podem ser reduzidos pelo transporte aperfeiçoado, mais barato e mais rápido” (Marx, 1973: 534 apud Harvey, 2005). Um subproduto disso é o barateamento de muitos elementos do capital constante e a expansão do mercado geográfico. Do ponto de vista da produção enquanto totalidade, a redução dos custos de circulação real (no espaço) faz parte do desenvolvimento das forças de produção pelo capital. O imperativo da acumulação implica consequentemente no imperativo da superação das barreiras espaciais. A redução nos custos de realização e circulação ajuda a criar novo espaço para a acumulação de capital. Reciprocamente, a acumulação de capital se destina a ser geograficamente expansível, e faz isso pela progressiva redução dos custos de transporte e comunicação. Qualquer redução no tempo de circulação aumenta a produção de excedente e intensifica o processo de acumulação. O aumento da velocidade de circulação do capital contribui para o processo de acumulação.
O importante não é a distância do mercado no espaço, mas a velocidade pela qual o mesmo pode ser alcançado” (Marx, 1973). A necessidade de minimizar o custo de circulação e o tempo de giro promove a aglomeração capitalista da produção em grandes centros urbanos, que se tornaram as oficinas da produção capitalista. A anulação do espaço pelo tempo realiza-se, neste caso, pela localização racional a fim de reduzir os custos de transporte.
Junto da concentração populacional e de capital ocorre a concentração de grande quantidade de capitais na mão de poucos. No custo de circulação, a capacidade de economizar depende da natureza das relações de transportes estabelecidas, e nesse caso, parece haver uma tendência dinâmica em favor da concentração. As melhorias nos meios de transportes tendem a se direcionar para o mercado já existente, isto é, para os grandes centros de produção e população acumulação.
3) METODOLOGIA
O presente estudo será realizado na região metropolitana de Porto Alegre, Encosta da serra, serra, no estado do Rio Grande do Sul, área esta que destaca-se das demais por sua forte concentração industrial e populacional.
A metodologia materializa-se, de um lado, na pesquisa bibliográfica e documental (acervos de bibliotecas e bancos de dados e informações secundárias). Em relação à pesquisa bibliográfica daremos atenção para livros; revistas; teses; dissertações; periódicos tanto no âmbito da Geografia, quanto às demais áreas das ciências humanas e sociais. Desta forma, acreditamos que estaremos tendo contato e acesso a informações sobre outras experiências que envolvem a gestão espacial gaúcha.
Para tanto, estão previstas as seguintes ações:
• Pesquisa descritivo-qualitativa, também denominada de levantamento de campo, que terá como foco principal a obtenção de dados. Os sujeitos da pesquisa serão os agentes reguladores da atividade industrial, tais como secretárias estaduais e municipais de desenvolvimento, indústria e comercio e planejamento dos municípios da área de estudo.
• Aquisição de conhecimento através de capacitações em cursos, palestras, visitas técnicas, participação em eventos, etc.
4. CRONOGRAMA
ETAPAS
1º SEMESTRE
2º SEMESTRE
Revisão bibliográfica
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Participação nas disciplinas obrigatórias e optativas
X
X
Elaboração de instrumentos de pesquisa
X
X
Encontros de orientação pedagógico-teórica
X
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