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A CIÊNCIA E A FILOSOFIA

Por:   •  7/6/2018  •  1.435 Palavras (6 Páginas)  •  288 Visualizações

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apenas a morte e a destruição imediata, até hoje por causa da radiação continuam morrendo pessoas vítimas de problemas herdados geneticamente. Alguns nascem com má formação do corpo e doenças respiratórias, um efeito ainda pouco conhecido em 1945 foi a radioatividade espalhada pela explosão nuclear, que provocou câncer, leucemia e outras doenças. Ela disseminou um terror muito maior do que outras conseqüências, pois suas manifestações só apareceriam dias, meses e até mesmo anos após a explosão.

A partir do momento que a ciência começou a tornar-se complexa, multiplicando-se e se particularizando, sua especialização passou a comportar forte influencia ideológica. O contexto fordista contemporâneo, herdeiro do século XX, tornou a ciência um terreno fértil para a filosofia, originando um novo campo de trabalho para o filosofo: a filosofia da ciência. Neste sentido, passou a ser função da filosofia analisar os fundamentos da ciência, questionando o próprio conceito de ciência ou seu papel diante do mundo, além das conseqüências das descobertas cientificas. A partir do século XVIII, a ciência passou a pretender ser objetiva, neutra, isenta de influências ideológicas, voltada à construção de um conhecimento desinteressado em prol do beneficio da humanidade. Entretanto, esquece-se que existem homens que fazem a ciência, portanto, sujeitos as influências sociais, culturais, políticas e econômicas. Não podemos esquecer que a ciência reflete interesses diversos, apresentando um modelo que pretende desvendar a realidade e que é fruto desta mesma pretensa realidade.

O filósofo austríaco Karl Popper (1902-1994) considera a imaginação o princípio motor da ciência. Segundo ele, cientistas formulam hipóteses e estas são testadas através da experimentação. Se tais hipóteses mostrarem-se inadequadas, criam-se outras, que serão sujeitas a novos testes, em um processo contínuo que aumenta o poder explanatório das teorias, aproximando-as cada vez mais da verdade. A ciência é essencialmente transitória, pois, em um dado momento, a melhor teoria é a que melhor suporta as tentativas de refutação. Assim, o pensamento científico se desenvolve através da relação indissociável entre hipóteses, confirmações e refutações. A atitude crítica é fundamental: aprendemos com os erros.

Para Popper, apenas hipóteses que podem ser falseadas são de fato científicas (nesse sentido, a ciência avança não pela comprovação de sentenças básicas, mas pela rejeição das mesmas, o que exige a inferência de novas hipóteses). Contrariando a linha positivista da indução, Popper afirma que o pensamento científico é baseado em hipóteses e experimentos/deduções: “Não há, pois, indução (...), nunca argumentamos passando dos fatos para as teorias”. Todo experimento ou observação é influenciado por hipóteses existentes.

Já o norte-americano Thomas Kuhn (1922-1996), no livro A estrutura das revoluções científicas, baseou-se na história das ciências físicas para estabelecer que o padrão de desenvolvimento da ciência fundamenta-se na mudança de ‘paradigmas’ por meio de ‘revoluções’. Paradigmas são conjuntos de hipóteses aceitos pela comunidade científica e que fornecem, por um tempo, problemas e soluções às questões levantadas pelos praticantes da ciência. Para Kuhn, os cientistas passam grande parte do tempo refinando os paradigmas aceitos – tais períodos de ciência dita ‘normal’ são pontuados por ‘explosões revolucionárias’, em que o consenso paradigmático é contestado e substituído por um novo conjunto de hipóteses. Dessa maneira, a imagem de realizações científicas acabadas, desvinculadas de um contexto histórico, compromete a compreensão do processo de construção da ciência.

Esse contexto foi um exemplo de que a ciência pode ser utilizada para trazer benefícios ou malefícios. A energia nuclear é um exemplo disso: e Einstein, que sempre zelou pela paz, viu parte de sua teoria ser utilizada para demonstrar poder e dominação, causando morte e destruição.

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