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Projeto de pesquisa serviço social e mercado de trabalho

Por:   •  9/4/2018  •  1.758 Palavras (8 Páginas)  •  472 Visualizações

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Esta precarização na atualidade é resultado das profundas transformações societárias no mundo do trabalho, resultado dos ajustes neoliberais, onde o se tem um Estado mínimo de proteção social visando sempre se manter no poder.

Nas ultimas décadas nota-se uma oferta muito grande de profissionais do serviço social e um mercado que não consegue absorver-los. A grande demanda de profissionais formados faz com que muitos aceitem condições precárias para inserir-se no mercado de trabalho, o que acaba por gerar péssimas condições de trabalho e desvalorização da classe que são submetidos a contratos temporários, terceirizados, subcontratados, baixos salários além da falta de condições físicas e materiais adequados para consecução do seu trabalho, de modo que sua autonomia e estratégias profissionais têm sido comprometidas pelas condições objetivas de sua inserção no mercado de trabalho.

Os assistentes sociais funcionários públicos vêm sofrendo os efeitos deletérios da Reforma do Estado no campo do emprego e da precarização das relações de trabalho, tais como a redução dos concursos públicos, demissão dos funcionários não estáveis, contenção salarial, corrida à aposentadoria, falta de incentivo à carreira, terceirização acompanhada de contratação precária, temporária, com perda de direitos etc. (IAMAMOTO, 2012, pg. 124).

É inegável que nos últimos anos houve uma ampliação da inserção dos assistentes sociais no mercado de trabalho principalmente no setor publico, porém se por um lado aumentaram-se os campos de atuação, ao mesmo tempo contraditoriamente, aprofunda-se as características do trabalho precarizado. Principalmente devido às condições precárias em que se encontram os serviços públicos em todas as esferas de governo, implicando na redução de profissionais e na escassez de recursos financeiros, devido aos ajustes neoliberais

Assim afirma Raichelis:

A reestruturação produtiva do capital, da qual resultam diferentes formas de precarização do trabalho, atinge o mercado de trabalho do assistente social, incidindo, contraditoriamente, tanto no movimento de mudança e/ou redução de postos de trabalho em alguns campos (por exemplo, nas empresas industriais), como também de ampliação, como é o caso das políticas de seguridade social, com destaque para a política de assistência social, principalmente no âmbito municipal, em função das novas e intensas demandas aos municípios decorrentes da descentralização dos serviços sociais públicos. (RAICHELIS, 2011, pg. 431)

Esses profissionais além de serem submetidos a condições precárias de trabalho ainda são submetidos á aderirem aos respectivos objetivos instituições contratantes:

Os empregadores determinam as necessidades que o trabalho do assistente social deve responder; delimitam a matéria sobre o qual incide esse trabalho; interferem nas condições em que se operam os atendimentos assim como seus efeitos na reprodução das relações sociais. Eles impõem, ainda exigências trabalhistas e ocupacionais aos seus empregados especializados e mediam as relações de trabalho coletivo articulado que o assistente social se integra na organização do conjunto de trabalhadores afins, por meio de suas entidades representantes, e com a coletividade de classe trabalhadora.(IAMAMOTO, 201, pg. 214)

Iamamoto diz ainda que embora a profissão seja regulamentada como uma profissão liberal na sociedade, ela não a realiza como tal, pois o assistente social não dispõe dos meios necessarios para realização de seu trabalho, pois o mesmo vende sua força de trabalho que torna-se mercadoria, ainda que disponha de uma relativa autonomia esse profissional depende das entidades empregadoras, porém esse meios e instrumentos devem ser colocados a sua disposição por esses empregadores institucionais os mesmo também “têm o poder de definir as demandas e as condições em que deve ser exercida a atividade profissional: o contrato de trabalho, a jornada, o salário, a intensidade, as metas de produtividade”. Richhelis (2011, p. 428):

A autora ainda completa:

Problematizar o trabalho do assistente social na sociedade contemporânea supõe pensá-lo como parte alíquota do trabalho da classe trabalhadora, que vende sua força de trabalho em troca de um salário, submetido aos dilemas e constrangimentos comuns a todos os trabalhadores assalariados, o que implica ultrapassar a visão liberal que apreende a prática do assistente social a partir de uma relação dual e individual entre o profissional e os sujeitos aos quais presta serviços.( RAICHELIS, 2011, pg. 425)

Ainda tem-se o fato de os assistentes sociais lutarem pela defesa dos direitos de seus usuários, no entanto seus próprios direitos na condição de trabalhador são violados, muitos para inserir-se no mercado de trabalho se sujeitam as condições precárias. Tem-se vários projetos de lei para serem aprovados, projetos esses que se ‘’arrastam’’ há anos, o que demonstra um descaso com a categoria. A partir de então mostra-se que vários são os desafios para superar tal problemática.

3. Objetivos geral e específicos

Analisar as condições de trabalho dos assistentes sociais e os desafios lançados a profissão no cenário contemporâneo.

-Identificar os limites e desafios que a categoria enfrenta para efetivação dos seus direitos enquanto trabalhadores.

- Determinar os desafios enfrentados pela categoria profissional para inseri-se no mercado de trabalho

- Apontar como se deu o processo histórico que desencadeou essa precarização do trabalho do assistente social

-Analisar como se dá o processo de violação de direitos a qual o profissional é submetido na condição de trabalhador assalariado

4.Justificativa

A escolha do tema se fez a partir da curiosidade de aprofundar o conhecimento acerca das condições de trabalho do assistente social na cena contemporânea, e como se deu o fenômeno da precarização desse trabalho profissional.

Assim a autora Raichelis(2011) fala quanto a precaização do trabalho do assistente social: “é um tema novo, pouco debatido, pouco pesquisado, portanto pouco conhecido pelo Serviço Social e seus trabalhadores, e que não apresenta acúmulo na literatura profissional.”

Trata-se de uma temática pouco discutida porém de

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