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PROJETO INTEGRADOR - GESTÃO DE MERCADOS

Por:   •  5/3/2018  •  6.690 Palavras (27 Páginas)  •  288 Visualizações

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Alguns hospitais brasileiros, preocupados com as novas premissas, em especial as sociais, estão tentando mudar a visão formada sobre as empresas de saúde, que ao longo dos anos vem sendo motivo de desgosto e vergonha para o país. Em função do crescimento das exigências, tanto da população quanto do próprio governo, os hospitais começam a programar processos e novas formas de gestão em função de melhorar toda a estrutura hospitalar. Com a intenção de que a população brasileira recupere sua fé nas instituições, bem como de cumprir as determinações governamentais, as mudanças estratégicas estão aparecendo gradativamente com maior intensidade, e a tendência é que cresçam ainda mais. O hospital passa então a ser administrado como uma empresa de qualquer outro setor, e parte para uma realidade onde existe a concorrência, regras e onde o descaso é substituído pela preocupação com o cliente e com a imagem que a população como um todo tem sobre a instituição (RODRIGUES, 2001).

Assim, motivados pela intenção de satisfazer seus clientes internos, externos e outros interessados, bem como cumprir normas governamentais e restaurar sua imagem pública, alguns hospitais estão adotando programas de qualidade. Estas normas estão sendo adaptadas ou criadas de acordo com a realidade das instituições do país, embora, certos hospitais ainda estejam extremamente distantes do que seja o sentido de qualidade, por desinteresse, ou apenas por ignorância do que os outros do mesmo setor estão fazendo. (RODRIGUES, 2001).

Segundo Novaes (1998, p. 10), existem no mínimo quatro formas de avaliar e atestar a qualidade dos serviços de uma instituição hospitalar. Uma destas formas utilizadas é habilitação, licença sanitária ou alvará, que é executada pela autoridade sanitária jurisdicional, pela Agência de Vigilância Sanitária ou por outra entidade com autoridade e competência para este propósito. Nesta espécie de avaliação, o hospital analisado responde as exigências legais para o seu funcionamento, sendo que a obtenção deste licenciamento ou alvará é o requisito básico para que a instituição passe a atuar na área da saúde.

Outra forma é a categorização, que, conforme Novaes (1998, p. 10) se relaciona a “classificação de serviços ambulatoriais e de internação conforme critérios determinados, como graus de complexidade, prevenção de riscos, as especialidades médicas, entre outros”. Através destes critérios, será possível determinar as funções, a concentração das atividades, os benefícios, de acordo com o tipo de estabelecimento em análise. É a categorização que determinará quais os serviços que podem ser prestados e quais as redes provedoras.

Os programas de auto-avaliação são monitoramentos das atividades hospitalares, baseados em critérios aceitáveis e explícitos de desempenho. Exemplos disso é uma avaliação prévia do paciente, para fins de admissão da internação deste na instituição, o tipo de assistência oferecida na estada do paciente no hospital, as seqüelas clínicas, entre outros critérios que servem como avaliadores do desempenho. Por fim, existe a Acreditação Hospitalar. Como se poderá constatar a seguir, a Acreditação Hospitalar é um modo de avaliação dos recursos institucionais, que acontece de maneira voluntária, periódica e reservada. O propósito da Acreditação é garantir a qualidade dos serviços prestados através de padrões pré-determinados, e é vinculada a racionalização destes serviços de maneira a garantir a qualidade médico-hospitalar. (RODRIGUES, 2001).

2.2 – Acreditação Hospitalar

A certificação de Acreditação constitui-se uma referência de garantia da qualidade da assistência prestada aos clientes e, à sociedade em geral, uma vez que indica e atesta que as instituições hospitalares de saúde encontram-se em conformidade com determinados padrões, o que torna menos provável a ocorrência de erros e eventos adversos que coloquem em risco à saúde e acarretem danos aos usuários (QUINTO NETO, 2000). Além disso, autores (ANTUNES, 2002; CAMPOS, 2006; RIBEIRO, 2006; MANZO, 2009) apontam também a importância da investigação e análise de processo de Acreditação ocorridos em hospitais, a fim de que sirvam de instrumentos para comparação entre 14 os resultados obtidos nas diferentes instituições, e assim orientem outras instituições que estão em busca da certificação de hospital acreditado.

No Brasil, desde a década de 70 o MS tem publicado Normas e Portarias com o objetivo de regulamentar a atividade de avaliação hospitalar para a qualidade. A OMS, por sua vez, considera a Acreditação como um elemento estratégico para o desenvolvimento da qualidade na América Latina e neste sentido, nos anos 90, estabeleceu um convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS, a Federação Latino Americana de Hospitais e o MS, com o intuito de elaborar o Manual de Padrões de Acreditação para a América Latina (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005).

O processo de Acreditação Hospitalar tem fundamentos reconhecidos internacionalmente, os quais se consideram que podem traduzir-se em melhores práticas e resultados, sendo eles: Visão Sistêmica; Liderança e Estratégias; Orientação por Processos; Desenvolvimento das Pessoas; Foco no Cliente; Foco na Prevenção; Foco na Segurança; Responsabilidade Socioambiental; Cultura da Inovação; Melhoria Contínua e Orientação para Resultados (BRASIL, 2010, p.18).

A Acreditação Hospitalar é uma iniciativa de qualidade relativamente recente e, para diversos autores, os fatores que estão motivando os hospitais a adotá-la são os mesmos que impulsionaram as indústrias de manufatura a adotar os princípios da qualidade total: competição, satisfação do consumidor, valor percebido, marketshare, e, principalmente, manter a lucratividade (SEABRA, 2007; LANDAU, 2010).

Em síntese, a literatura indica que há quatro grandes motivadores para se buscar a Acreditação: melhoria dos processos; imagem do hospital; avaliação objetiva da qualidade; e pressões competitivas (POMEY et al., 2004; SHAW, 2004; SEABRA, 2007; SEKIMOTO et al., 2008; CHASSIN, 2008; GREENFIELD; PAWSEY; BRAITHWAITE, 2011; SACK et al., 2011).

Os Hospitais têm enfrentado desafios em termos de redução de custos, aumento da qualidade e da segurança dos pacientes, que demandam a busca constante pela melhoria dos processos e estimulam a busca pela Acreditação Hospitalar (RITZ, 2009; DIAB, 2011, GREENFIELD; PAWSEY; BRAITHWAITE, 2011). Nesse sentido, Shaw (2004) afirma que o processo de Acreditação racionaliza recursos financeiros, humanos e tecnológicos.

Estudos

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