Projeto de Intervenção
Por: Jose.Nascimento • 14/10/2018 • 1.779 Palavras (8 Páginas) • 282 Visualizações
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valorizada, pois é muito importante para o sucesso do processo terapêutico. A entrevista inicial tem papel fundamental para que haja esse engajamento dos pais no tratamento dos filhos. Além disso, a entrevista pode nos trazer muitos dados relevantes a respeito da dinâmica familiar e o papel dos pais na família. É neste momento que acontece o comparecimento apenas de um dos pais e responsáveis. Muitos cedem os seus lugares e delegam a outras pessoas a responsabilidade que deveria ser deles. Outros, simplesmente não comparecem por considerarem esta etapa uma “perda de tempo”. E, outros ao comparecerem a entrevista social, não se doam ao momento, estão presentes fisicamente, mas não se envolvem como deveriam, muitas vezes por estarem com pressa para outros compromissos “mais importantes” ou por estarem com o pensamento em outras coisas. Neste contexto, busca-se um direcionamento para contornar essa demanda existente dentro do CTEFB. Através de ideias partilhadas com a supervisora de campo, pensou-se em alternativas aplicáveis para sanar essa deficiência. Na verdade buscamos promover estratégias de conscientização, e entendimento, do porque é realizada a entrevista, seus objetivos, o significado da realização da mesma e, tudo isso é com toda certeza de grande relevância para obter o êxito desejado.
Considerando o exposto nesta proposta de intervenção, fica muito claro a importância da presença dos pais ou responsáveis na entrevista inicial. E, se há uma dificuldade constatada na prática do assistente social em ter, pai e mãe presentes, é preciso observar com bastante cuidado a conduta e procedimentos do profissional entrevistador, para motivar os pais a participarem do tratamento da criança. Na teoria aprende-se o que perguntar. Na prática como direcionar as perguntas e assim alcançar o objetivo principal que é o engajamento dos pais, importantíssimo para os resultados do tratamento. É muito importante desenvolver a escuta, com preocupação em ter uma postura de não julgamento. Cuidar para que a entrevista não caracterize um interrogatório e sim um acolhimento, que busca compreender e amenizar o desconforto e sofrimento dos pais pelo adoecimento do filho. Nunca esquecer que é com o desenrolar da entrevista que muitas informações vão surgindo e, se os pais se sentirem acolhidos e motivados a participarem do tratamento, reconhecerão a necessidade do mesmo, tornando os resultados muito mais satisfatórios.
OBJETIVOS
Fazer uma reflexão com os pais ou responsáveis a respeito da importância da entrevista inicial.
Promover meios e estratégias que levem os pais ou responsáveis, a compreenderem a importância de sua presença na entrevista inicial, para o tratamento de seu filho.
Levar os pais e responsáveis a entenderem a relevância das informações de cada um para o êxito do tratamento.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A cada dia se valoriza mais a entrevista inicial com os pais ou responsáveis. Não só como fonte de informações diversas sobre a criança e motivos do encaminhamento, como também sentir o nível de interesse no engajamento dos pais. Verificar como repercute na família, na escola e espaços de convivência da criança os sintomas/queixas que geraram o encaminhamento. Segundo Cordioli (1998), nos primeiros contatos com a família, é essencial pesquisar o início dos sintomas, seu possível fator desencadeante, agravantes ou atenuantes e sua evolução. Para Aberastury (1992), os pais devem sentir que tudo que recordam sobre o motivo da consulta é importante, e na medida das possibilidades, registrar minuciosamente os dados do início, desenvolvimento, agravamento ou melhora do sintoma, para depois confrontá-los com os que conseguirem no decorrer da entrevista. Conforme Eizirik, Aguiar e Schestatsky (2005), é de suma importância identificar como os pais, cuidadores ou escola lidam com a situação de crise e qual a repercussão do problema na vida familiar, escolar e social. De acordo com Fernandes (apud HÜSKEN, 2010, p.94), a versão transmitida pelos pais sobre a problemática e, principalmente, a forma de descrição do sintoma, oferecem chaves importantes para aproximação do significado real que o mesmo assume no contexto familiar. É fundamental conhecer a história de vida da criança, coletar dados sobre seu desenvolvimento e sua rotina de vida. Segundo Aberastury (1992), é importante saber como transcorre um dia na vida atual da criança, um domingo ou feriado e o dia de seu aniversário. As brincadeiras favoritas, os hábitos e suas principais atividades. Através da rotina descrita pelos pais, podemos perceber o funcionamento familiar e, analisando os hábitos, brincadeiras e comportamentos mais comuns da criança, verificar se seu funcionamento está dentro do esperado para sua faixa etária. Saber dados da história pregressa da criança e do seu desenvolvimento é fundamental, também é necessário saber dados atuais, como a rotina de vida, as características pessoais da criança e seus hábitos. De acordo com Cordioli (1998), dados como: história familiar, antecedentes obstétricos, antecedentes neonatais, desenvolvimento neuropsicomotor, antecedentes mórbidos e escolaridade são essenciais. Conforme Eizirik, Aguiar e Schestatsky (2005), é necessário investigar também o grau de dependência da criança em seus cuidados básicos diários, como hábitos de higiene, alimentação, vestimentas, sua iniciativa e capacidade de enfrentar situações adversas. Morrison (2010) destaca que é importante saber a idade dos pais quando a criança nasceu, se eles eram suficientemente maduros, as condições da família, se eram bons provedores, se têm algum tempo livre para ficar com a criança e que tipo de técnicas disciplinares são utilizadas pelos pais. Também se faz necessário saber “quando o filho desobedece ou desafia os pais, como estes se conduzem? Que tipo de punições e castigos são utilizados por eles? Como a criança reage aos castigos ou a colocação de limites?” ( FICHTNER, 1997, p. 184).
METODOLOGIA
A metodologia a ser aplicada para este projeto de intervenção percorre diversos caminhos. Alguns cuidados devem ser pensados e tomados para a execução do mesmo. Em um primeiro momento, torna-se necessária uma reunião com toda a equipe composta por assistentes sociais e estagiários para estudar a missão, objetivos e perfil da instituição. Desta forma, é possível visualizar e traçar o perfil dos usuários com mais clareza e trazer métodos que minimizem ou venham a sanar de uma vez as dificuldades
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