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O SERVIÇO SOCIAL DE 1960 A 1980

Por:   •  18/1/2018  •  1.366 Palavras (6 Páginas)  •  281 Visualizações

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Nos anos 60 e 70 a violência cruel do Estado e a falta de respeito para camada mais pobre da população, fez com que grupos articulassem movimentos de revolta contra o regime autoritário que feria os direitos humanos com torturas e assassinatos. A Igreja Católica diante dessa situação de derramamento de sangue e de dor criou uma comissão de Justiça e Paz, muito importante para garantir e defender a vida.

A década de 80 no Brasil e para América Latina para alguns defensores da implementação do projeto neoliberal em termos mundiais é considerada como uma “década perdida”, traduzida assim na perda da industrialização, na crise da divida externa e na inflação para alguns defensores. Mas para outros, foi um tempo de grandes ganhos na política e sociais importantes, é reconquistado a liberdade de expressão e organização social, como a garantia de uma eleição regular. Foi um processo de transição para a democracia, graça a participação popular; aos avanços civis e políticos; à campanha pelas “Diretas já”; a convocação da Assembleia Nacional Constituinte; e por fim, uma concepção de proteção social, onde tantos os direitos sociais e políticos receberam uma atenção especial.

2.1 POSTURAS DO SERVIÇO SOCIAL

Os anos 60, ao longo dos quais se processou um agravamento do quadro político nacional, encontrava o Serviço Social recuado do cenário histórico, produzindo e reproduzindo práticas incapazes de se somarem aos esforços de construção e preservação de espaços democráticos em uma sociedade oprimida por uma ditadura militar, e ainda em pleno século XXI, uma pequena parte da população manifesta o desejo do retorno desse método.

Para classe trabalhadora daquela época, a prática do Serviço Social significava imposição, dirigida a situações particulares e individuais dos reais interesses do proletariado. A realidade deixava transparecer que a “não identidade” invadiu o Serviço Social, atendendo assim, aos interesses dos mandantes da prática e dos compradores da força de trabalho. Por lado, surge o Movimento de Reconceituação, movimento esse apresentado com a proposta de romper com o conservadorismo, distanciando das práticas de caridade da Igreja Católica. Com esse modelo novo e dinâmico, a partir dessa postura, o Serviço Social passa a assumir correntes teóricas para o crescimento profissional de seus “agentes”.

2.2 O COMPORTAMENTO DOS PROFISSIONAIS DO SERVIÇO SOCIAL

O Serviço Social, que vinha avançando na sua perspectiva modernizadora, acabou sendo reprimido com o período militar, pois este não dava abertura para o desenvolvimento de uma reflexão mais crítica da realidade social. Segundo Vicente de Paula Faleiros (2005, p.24-25), apesar da ditadura militar alguns profissionais defendiam uma perspectiva de profunda transformação social das estruturas de opressão e exploração da maioria, onde a participação social e política passassem a ser questão fundamental de transformação da sociedade e do sistema dominante. O pensamento crítico do Serviço Social está vinculado diretamente às lutas de classes, resultando assim um processo histórico, complexo e de resistência ao imperialismo.

No plano do exercício profissional, ao final dos anos 70 e início de 80, correspondeu um avanço significativo da prática social, especificamente na construção de alianças com a classe trabalhadora. A prática profissional estava ligada aos interesses das classes populares, procurava somar-se ás forças democráticas que impulsionavam o desenvolvimento da sociedade. Nesse período o aumento do efetivo de profissionais brasileiros se fez de forma mais acelerada e intensa que em qualquer outro momento de sua história.

De acordo Marilda V. Iamamoto (2001, p.50), o ano de 1980 foi extremamente importante para o direcionamento ético-político do Serviço Social. As diretrizes norteadoras do projeto profissional se desdobraram no Código de Ética Profissional do Assistente Social de 1993 e na lei 8662/93 que regulamenta a profissão resultante de discussão e construção coletivas dos profissionais realizadas as mais de duas décadas.

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- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que ao longo dos anos o Serviço Social avançou muito na questão renovação, apesar nas décadas de 60,70 e 80 tem ainda pensamentos conservador, foram anos importantes para que os profissionais rompessem com as práticas e a intervenção da Igreja Católica. Apesar da ditadura militar, a mobilização popular favoreceu a militância política dos profissionais.

O processo de ruptura com o conservadorismo representou momento significativo para profissão, levando ao questionamento de sua atuação e formação, possibilitando decifrar a realidade para uma intervenção competente frente à realidade da sociedade.

Assim, o Serviço Social entrelaçado dentro do contexto do capital e da economia estabelece uma relação parecida com a Psicologia Social que busca compreender o encontro social, ou seja, a interação dos indivíduos, e suas relações, e ambas, de formas específicas, vem contribuindo para que os direitos humanos não sejam violados.

Enfim, olhando a história, é extremamente notável a presença de avanços fundamentais, mas ainda é preciso lançar-se para caminhos que valorizem as posturas e a capacidade dos profissionais que buscam melhorias e oferecem meios de se ter vida digna em plenitude.

É uma longa jornada, muitos desafios estão por vim, “mas a graça das graças é não desistir”. D. Helder Câmara

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