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A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  9/11/2018  •  3.393 Palavras (14 Páginas)  •  324 Visualizações

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O estágio demanda do aluno um mínimo de conhecimento teórico da profissão e exige uma supervisão direta que dialogue entre estes dois espaços institucionais em que o aluno está inserido – campo de estágio e universidade – propondo uma discussão teórico-prática durante sua formação. Para tanto, é imprescindível que o estagiário esteja conjuntamente sob supervisão direta do profissional docente da disciplina de Estudo da Prática e o profissional supervisor de campo, não obstante, que haja espaços para que as discussões sejam propostas aos alunos-estagiários a partir de suas experiências, tanto no meio universitário quanto na troca entre supervisor e supervisionado.  

Uma vez que são diversas a experiência entre os colegas de classe, devido aos variados campos de estágios e particularidades de cada supervisor de campo, é inevitável que o professor supervisor provoque debates entre os alunos para exposição de suas distintas realidades, opiniões e angústias. Esse momento de troca contribui para uma reflexão e formação da concepção individual e particular de cada aluno estagiário. 

Distante da forma “doutrinária” como se dava no início da profissão essa relação de troca entre supervisor e supervisionado alcançou um significado importante para o processo de formação do aluno-estagiário, contudo se estende ao supervisor cuja “formação profissional não se completa com o curso, ao contrário, ele é o seu desencadeador [...] o estágio e a supervisão constituem-se momentos privilegiados para o ensino e aprendizagem profissional” (PINTO, 1997). Enquanto o/a Supervisor (a), com toda sua bagagem teórico-prática da profissão, que é mais extensa em relação ao aluno, contribui significativamente na construção de um perfil profissional do aluno-estagiário, ao mesmo tempo é obrigado a repensar sua prática. 

A autora Buriolla (2009), no que diz respeito a supervisão de campo, identifica ser “complexa e polêmica: há desde a sua concretização até a não-existência da mesma, na qual o assistente social apenas formalmente dá o nome de 'supervisor' para constar nos documentos da Unidade de Ensino.”, este se refere àquele profissional supervisor que não dialoga com o aluno, que limita sua supervisão em tirar as dúvidas e não propõe uma reflexão junto ao supervisionado acerca da teoria e das demandas do cotidiano da profissão, àquele supervisor que não dá abertura para que o estagiário indague e compartilhe suas inquietações.

O aluno-estagiário acaba, por muitas vezes, não apreender a dimensão da prática profissional no espaço sócio institucional no qual está inserido, pois não há a troca entre os sujeitos do campo de estágio. Contudo, é necessário que a supervisão se torne o espaço favorável onde o aluno possa refletir sobre sua ação para entender seu modo de agir profissional e volte à ação, instrumentalizado por entendimentos sucessivamente mais avançados que obriguem novas reflexões e ações (PINTO, 1997).

- OS DESAFIOS DO ESTAGIÁRIO PARA CUMPRIR AS EXIGÊNCIAS POSTAS NO SEU MOMENTO DO ENSINO DA PRÁTICA

O estagiário durante sua trajetória na academia se depara com diversos desafios, desde o momento para se conseguir um estágio, ou seja, um supervisor de campo para fazer a supervisão nos setores sócio ocupacionais onde existe a atuação do assistente social, nas exigências postas pela academia em questão de prazos para entrega de documentos, o cumprimento da carga horária, e isso vai até o momento da concretização ou não da supervisão direta.

Esse discente, que na maioria dos casos também é classe trabalhadora, não consegue por diversas vezes cumprir as exigências da academia em relação ao prazo curto para se conseguir um estágio. A Universidade estabelece que o aluno cumpra uma carga horária de 450 horas que deve ser realizado em três semestres/períodos, o que exige que o aluno vá para a seu campo de estágio pelo menos duas vezes na semana para que se consiga completar as horas. Infelizmente, nem sempre isso é possível por vários motivos que serão descritos a seguir com base na minha vivência nesse processo de ensino-aprendizagem.

Quando mencionamos essas problemáticas que pelo menos 90% dos alunos de uma Universidade/Faculdade passa para se graduar, não podemos deixar de falar nem que seja minimamente da conjuntura atual do País com as instâncias neoliberais instaladas que refletem intrinsecamente na vida do aluno-estagiário.

Se remeter ao sistema vigente é pensar na flexibilização do trabalho que carrega consigo funcionários subcontratados e contratados, onde o vínculo empregatício não tem garantias e a qualquer momento aquele sujeito que se encontra atuando possa ser substituído, ou seja, o funcionário que trabalha nas condições do neoliberalismo atualmente vive em extrema precariedade no seu setor de trabalho, desde o momento que a instituição exige que as demandas sejam respondidas em seu “favor”, que fere meramente o código de ética do assistente social e seu projeto ético político, até o momento que o assistente social passa a se submeter a essas questões com medo de perder aquele vínculo.

O assistente social também é classe trabalhadora e se encontra no meio desses confrontos em seu cotidiano profissional, sem estabilidade no emprego, sem autonomia, muitas vezes sem salários e cada vez mais desmotivado e cansado da situação que se encontra, com base nos pontos destacados é possível conseguir enxergar o macro da situação que os profissionais perpassam no seu dia a dia.

Visto isso, conforme as leis que regem o estágio do Serviço Social COMPLETAR a supervisão direta tem que haver um supervisor de campo, que é a presença de um profissional que realiza o exercício profissional em alguma instituição e esse assistente social a partir de documentos se encontra responsável pelo aluno, se comprometendo a realizar aquela supervisão com base nas leis que o definem.

Com essa precariedade do trabalho mencionada, os assistentes sociais na maioria dos casos não querem receber o estagiário por que estão sem salário, não tem recursos para uma atuação qualificada, se submetem a exigências institucionais absurdas como controle da população usuária atendida, metas, prazos para entrega de relatórios, fora que ainda existe um sistema onde o profissional de forma obrigatória necessita lançar suas produções/evoluções, enfim.

Exposto isso, ressalto a questão do aluno-estagiário mediante esse cenário, há necessidade de se enfatizar na questão dos desafios que ele perpassa mediante todo esse contexto precário

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