A IDEOLOGIA EM MARX
Por: Lidieisa • 26/9/2017 • 3.650 Palavras (15 Páginas) • 432 Visualizações
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Assim, a sociedade burguesa se mantem dona dos meios de produção enquanto os proletários seguem ganhando míseros salários que não dá nem mesmo para a sua sobrevivência mais básica. Para marx e Hengels:
As representações, o pensamento, o comércio intelectual dos homens surgeaqui como emanação direta do seu comportamento material. O mesmo acontececom a produção intelectual quando esta se apresenta na linguagem das leis, política, moral, religião, metafísica, etc., mas os homens reais atuantes e tais como foram condicionados por um determinado desenvolvimento das suas forçasprodutivas e do modo de relações que lhes corresponde, incluindo as formas mais amplas que estas possam tomar. A consciência nunca pode ser mais que o Ser consciente; e o ser dos homens é o seu processo da vida real.(Marx e Engels ,(1932-1976)
Marx dizia que a ideologia também é necessária para tomar algumas ideias pelo conjunto da realidade, e ao considera tais ideias separadamente da vida prática e material, a ideologia oculta o modo como ela se produz, onde sua base é a divisão de atividades e nessas também se estabelece a divisão do trabalho. Essa é uma divisão desigual, onde uns possuem mais e usufrui mais, e detém também o poder, enquanto outros trabalham muito e recebem quase nada como salario. A ideologia é portanto a divisão do trabalho e a manutenção das ilusões e das manutenções dos interesses da classe dominante sobre a classe dominada[2].
Como diz Marx, o trabalhador, ao trocar-se por um salário, torna-se uma mercadoria. Mas é uma mercadoria que produz mais valor do que o necessário para a sua sobrevivência. Dito de outra forma, há uma diferença entre o valor da força de trabalho, que corresponde à manutenção do operário, e o valor que este operário produz. Essa diferença é a mercadoria que tem valor de uso e valor de trocae é exatamente o que produz a mais-valia, ou seja, o produto final que o capitalista toma para si. Isso significa que a repartição desigual da riqueza entre trabalhadores e capitalistas constitui a própria dinâmica do capitalismo.
O trabalho segundo Marx é uma forma ideológica, é justamente por isso, algoque na verdade é material e pode ser tomado como um valor. Por isso, o trabalho é material, mas é colocado como um valor, o que o torna quase divino. A abstração é a ideia quase religiosa sobre as coisas, fazendo com que elas sejam boas ou más, divinas ou diabólicas. Assim pode ser considerado como aquilo que destrói o ser humano pelo cansaço, pela doença profissional, pela baixa remuneração e por privar o trabalhador do desenvolvimento intelectual, pois no capitalismo o trabalhador não tem tempo para se dedicar a uma atividade puramente intelectual. Com efeito, é claro que há elementos positivos no trabalho. Entretanto, a abstração que a ideologia propõe idealiza o mundo e acaba tirando a possibilidade da reflexão crítica sobre a realidade. Segundo Marx:
Toda ideologia, entretanto, uma vez que surge, desenvolve-se em ligação com a base material das ideias existentes, desenvolvendo-a e transformando-a por sua vez: se não fosse assim, não seria uma ideologia, isto é, um trabalho sobre ideias conhecidas como entidades dotadas de substancia própria com um desenvolvimento independente e submetidas tão-somente às suas próprias leis.
O capitalismo, nesse sentido, é um modo de produção em que o capital, mediante o trabalho assalariado, produz mais-valor, que, por sua vez, se converte em capital acumulado, e consequentemente não deixa de ser uma ideologia. Mas esse dinamismo, que auto reproduz o sistema capitalista, requer como pressuposto a divisão prévia da sociedade em proprietários privados e não-proprietários, isto é, a separação entre os meios de produção, que se concentram nas mãos de uns, e os trabalhadores.
No curso da história, essa separação não tem nada a ver com a hipótese daqueles que fantasiaram sobre homens laboriosos e vagabundos. Ela é, antes, um processo de violência e de expropriação pelo qual os camponeses foram expulsos de suas terras, como ocorreu na Inglaterra. Do mesmo modo, o capital acumulou-se não apenas pela expropriação de terras, mas também por meio da usura e do comércio, avolumando-se com o sistema mercantilista, que não raramente recorreu a conquistas e escravidão de indígenas e de negros.
Para o filosofo Marx, a propriedade assumiu historicamente várias formas, a começar pela propriedade comum. Essas são as ideias de Marx e Engels. Em A Ideologia Alemã: “As premissas de que partimos não são arbitrárias, nem dogmas, mas premissas reais (...). São os indivíduos reais, sua atividade e as condições materiais sob as quais vivem, tanto aquelas que já encontram existentes quanto as produzidas por sua atividade”.( Marx e Hengls).
Para ambos, o que importa não é tanto o que o homem produz, mas como produz, pois isso determina o modo de sua relação com os demais homens, ou seja, as relações de produção. As quais, por sua vez, estão intimamente vinculadas ao grau de desenvolvimento das forças produtivas a força de trabalho, a técnica, e a divisão do trabalho, de toda uma sociedade.
No capitalismo, as relações de produção estabelecidas entre o capital e o trabalho - que não deixam de serem ideológicas, segundo Marx - tornaram-se possíveis pelo desenvolvimento das forças produtivas, que asseguraram a exploração em larga escala do trabalho assalariado, assegura Marx. No prefacio de a ideologia alemã ele deixa mais claro ainda qual é o objetivoito da classe dominante:
Este primeiro volume desta obra tem por objetivo desmascarar esses carneiro que se julgam lobos e que são considerados como tal; propõe-se a mostrar que eles não fazem mais do que balir de modo filosófico as representações da burguesia alemã, e que a vanglória desses interpretes filosóficos simplesmente reflete a lamentável pobreza da realidade alemã. Tem por objetivo evidenciar e desacreditar essa luta filosófica contra a obscuridade da realidade, que é conveniente ao sonhador e sonolento povo alemão. (Marx e Henels)
Ao mesmo tempo, as relações capitalistas de produção cuja expressão jurídica consagra a propriedade privada, isto é, a separação entre os meios de produção e o trabalhador permitem o contínuo desenvolvimento das forças produtivas, como testemunha a história do próprio capitalismo.
Mas, diz Marx, do mesmo modo como o capitalismo emergiu destruindo as relações feudais de produção, que já não comportavam o desenvolvimento das forças produtivas, as próprias relações capitalistas de produção também se tornam obstáculos para as forças produtivas que
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