A Fenomenologia

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1. Amadurecimento profissional e a sua relação em equipes multiprofissionais;

2. Desligamento de segmentos da Igreja Católica mais tradicional e a imersão de grupos católicos mais progressistas;

3. Participação do movimento estudantil nas escolas de Serviço Social;

4. O referencial próprio de parte significativa das ciências sociais do período, imantada por dimensões críticas e nacional – populares. (NETTO, 2005, p. 140 apud VARANDAS, 2011, p.20).

A busca pela modernização engendra três elementos associados ao processo de erosão do Serviço Social tradicional: a necessidade de se sintonizar as exigências da época; elevar o padrão técnico, científico e cultural da profissão e reivindicar funções não apenas executivas.

O processo de erosão do Serviço Social traz como resultado três vetores que influenciaram na reprodução teórico-metodológica da profissão de Serviço Social: um amadurecimento da categoria, desgarramento de segmentos da Igreja, ingresso no movimento estudantil e fundamentação nas ciências sociais;

O Movimento de Reconceituação emerge a partir das insatisfações acumuladas pelos Assistentes Sociais que passam a questionar as bases da profissão. O arranque deste Movimento ocorre no I Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social realizado em Porto Alegre em Maio de 1965, Com representantes do Brasil Argentina e Uruguai. A união desses países irá se desfazer por duas ordens de causas segundo Netto (1994, p.147 apud RANCIARO, p.21):

- As mudanças ocorridas no continente por causa do regime ditatorial ocorridos nos países da América Latina que não deixavam vingar as propostas que situavam a ultrapassagem do subdesenvolvimento como função da transformação substantiva dos quadros societários latino-americanos.

- O Serviço Social tradicional é colocado em xeque:um pólo buscava uma atualização do serviço social e outro tencionava uma ruptura com o passado profissional.

Consequentemente foi apontado três projetos para a profissão: A manutenção da matriz conservadora e tradicional; Uma modernização conservadora; E a ruptura com o conservadorismo.

Na Perspectiva Modernizadora o positivismo constitui o seu pano de fundo. No positivismo procura-se utilizar o "método científico" das ciências naturais para também analisar a sociedade e opera no limite da reificação, sem conseguir ir além desse limite, ou seja, sem fazer a crítica ao processo de reificação da vida social.

Os grandes monumentos da perspectiva modernizadora são os textos dos seminários de Araxá e Teresópolis. O eixo que atravessa o Seminário de Araxá é o transformismo, a conservação do Serviço Social tradicional sobre novas bases, já o o texto de Teresópolis o que se tem é o coroamento do transformismo, a perspectiva modernizadora se afirma não apenas como concepção profissional geral mas sobretudo como uma pauta interventiva.

A perspectiva de Reatualização Do Conservadorismo coloca o diálogo como instrumento de trabalho e a transformação social é entendida como crescimento da pessoa. O objeto de intervenção profissional é caracterizado como situação existencial problema. Busca, na fenomenologia, criticar o positivismo no Serviço Social, negando a separação (ou o dualismo) sujeito-objeto, se propondo resgatar o Serviço Social Tradicional.

A perspectiva de Intenção de Ruptura surge a partir da crise final da ditadura, quando o movimento operário, emerge no cenário político-social, na passagem dos anos 1970 para 1980. Este processo, já tinha um acúmulo realizado nos anos 1960 e também, ainda que em circunstâncias totalmente desfavoráveis, nos anos 1970, como ficou patente com a experiência do Método B.H. que consiste na busca para ampliar o espaço profissional buscando ganhar autonomia profissional para poder desenvolver uma prática profissional crítica.

A perspectiva de Intenção de Ruptura para Netto,

manifesta a pretensão de romper quer com a herança da Europa teórico-metodológica do pensamento conservador (a tradição positivista), quer com os paradigmas de intervenção social (o reformismo social). Na sua constituição, é visível o resgate crítico de tendências que, no pré-64, supunham rupturas políticos-sociais de porte para adequar as respostas profissionais às demandas estruturais do desenvolvimento brasileiro. Especialmente, ela toma a forma pela elaboração de quadro docentes e profissionais cuja formação se dera entre às vésperas do golpe [militar] e a fascistização assinaladas pelo AI-5. (NETTO, 1994, p.159 apud RANCIARO, p.25).

A FENOMENOLOGIA: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA

A Fenomenologia foi proposta por Edmund Husserl em reação ao psicologismo e ao positivismo aproximando-se mais do existencialismo e é um dos movimentos filosóficos mais importantes do século XX.

Quanto ao conceito do termo Fenomenologia Martinelli,

reporta-se a isso ,dizendo sobre o ponto de vista etimológico, a palavra fenomenologia significa ‘estudo dos fenômenos’ e por extensão ‘ciência dos fenômenos’. […]. O termo Inicialmente foi utilizado por Hegel, em 1807, dando o título uma de suas obras capitais, fenomenologia do Espírito. Posteriormente, foi a denominação adotada por Hursserl para caracterizar o movimento filosófico por ele iniciado, na Alemanha, no início do nosso século, bem como a ciência, a doutrina e o método decorrente de tal movimento. Conceituadamente, fenomenologia vem sendo entendida como uma ciência descritiva da consciência e de seus fenômenos. Não se trata, portanto, de ciência destinada a dar explicações sobre o mundo, e as coisas, ou de teoria explicativa que venha a se acrescentar às anteriores. É antes de tudo, uma mudança de perspectiva na filosofia. Como queria o próprio Husserl, é uma direção de “é uma direção de nossa atenção, que voltando as costas as coisas percebidas, se detém na sua qualidade de serem percebidas” (MARTINELLI, 1987, p.22, apud RANCIARO, p.2).

Husserl entende a fenomenologia como uma espécie de método que faz a mediação entre o sujeito e o objeto ou, dizendo de outro modo, entre o eu e a coisa. O Fenômeno para ele é consciência enquanto fluxo temporal de vivências, apresentando intencionalidade enquanto consciência de algo..

A construção do método fenomenológico de acordo com Husserl deveria buscar fundamentar-se na filosofia como “Ciência de