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Ética Serviço Social

Por:   •  29/10/2018  •  1.632 Palavras (7 Páginas)  •  295 Visualizações

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Barroco, descreve a década de 60 como revolucionária devido a potencialização de ruptura com ideologia e princípios de moralização de costumes, como a família e o papel feminino. É nesta década que alargam-se as bases para emancipação da mulher, sua inserção no mercado, na educação superior, vida pública e defesa dos direitos políticos e sociais. Ao lado desta “luta” feminina, a juventude entra em cena, marcadas por eventos em maio de 1968 na França e questionamentos da sociabilidade. A autora coloca como “anos rebeldes” uma recusa radical das normas, valores e formas de ser. Assim, apontam uma atitude ética crítica, desobediência civil, transgressão das normas, dentre outros.

Nos anos 60, Barroco diz que “vincula-se duas dimensões da vida profissional: a dimensão da vida cotidiana, espaço da singularidade e do enfrentamento de conflitos éticos e de questionamentos em face do papel “feminino”, do preconceito e do moralismo, o que põe condições para uma reflexão crítica, capaz de mediatizar os questionamentos empíricos; e a dimensão das intervenções práticas” (p. 102), vincula-se a profissão a projetos democráticos o que permite a ampliação de consciência ético-política e construção de uma moralidade fundada na liberdade.

Nos anos 60/70, o terceiro mundo é marcado por revoluções, na América-latina é marcado pela crise de acumulação e pela política desenvolvimentista. As estratégias políticas partiram da intervenção norte-americana que tendia a uma hegemonia das américas.

Houve uma aproximação da juventude com a igreja em busca de um ethos militante que se recusava a sociabilidade burguesa, assim, nessa perspectiva evidencia aproximação vinculando pensamento marxista e cristão abrindo possibilidade à construção de um ethos tradicional.

Em nível mundial o Serviço Social evidencia um processo de erosão das bases tradicionais, condições expressas no movimento de reconceituação, que emerge um conceito crítico sobre a teoria e prática profissional. Assim, a uma aproximação nas décadas de 60/70 com as ciências sociais e por conseguinte, de correntes filosóficas.

O projeto da modernização conservadora implementado pelo Estado pós-64, coloca novas demandas a profissão que necessita de uma nova renovação e assim o ethos de ruptura desenvolve-se no interior da academia durante a ditadura, nos anos 70, de elaborações teóricas para debate teórico-metodológico. Entretanto, a ditadura também fortalece o conservadorismo.

“Assim, podemos considerar que as vertentes emergentes no processo de renovação do Serviço Social brasileiro rearticulam concepções éticos-morais em função desse cenário mais amplo, no qual se configura o movimento entre ruptura e conservadorismo.” (BARROCO, p 115, 210).

Os projetos profissionais surgem neste período, no qual se baseia primeiro o “Documento de Araxá” em 1967, sendo a segunda representada no código de 1975 e de forma articulada na obra de Ana Augusta Almeida.

Analisando código de ética na década de 70, a autora traz a problemática de incorporação da ética liberal burguesa, que configura-se no código norte-americano. A hegemonia do tradicionalismo ético no Brasil em 60 e 70, não se restringe ao código de ética; na escassez de produção ética profissional é publicado em 1962, pela ABESS, um livro que fornecia subsídios para formação moral de Serviço Social de origem europeia que era fundada no tomismo reproduzindo perspectiva humanista cristã tradicional.

A prática profissional já na década de 70, o Serviço Social, na passagem do neotomismo para o personalismo não rompe com a metafísica que informa historicamente sua ética, porém não são sinônimos.

Enfim, a mulher e juventude frente aos questionamentos e lutas por um ethos seja de ruptura ou não, trouxe horizontes a profissão, e a erosão das bases tradicionais que se materializa com o movimento de reconceituação, renovação do conservadorismo e intenção de ruptura.

Em 1962 no código moral do Serviço Social, expressava a tentativa de reatualizar o conservadorismo.

1980 – 1990:

Houve um amadurecimento teórico político nos anos 80, o marxismo implementado no Serviço Social na metade da década de 70 foi bom, mesmo com um ecletismo teórico-metodológica e em termos políticos ele questiona o basismo, voluntarismo, messianismo, militantismo e revolucionarismo.

Em 1979, o III CBAS, assinalou o posicionamento ético-político que passa a configurar como marco decisivo com setores popular o compromisso político e coletivo da categoria.

A redemocratização brasileiras nos anos 80, segundo Barroco, fornece bases para explicar as conquistas e a ruptura. A militância política profissional, que se evidencia em organização sindical nacional junto aos trabalhadores e demais atividades representativas e eventos revela contorno crítico e politizado. A produção marxista supera os equívocos das primeiras aproximações e o ethos profissional é representado pela inserção e divisão sócio-técnica do trabalho, como trabalhador assalariado.

A formação profissional também recebe novos direcionamentos contanto com currículo crítico e explicativo a favor da classe. Em 1986, o código de ética, praticamente igual desde 1948, é reelaborado, buscando garantir uma ética profissional objetivadora da nova moralidade profissional.

O ethos profissional passa a basear-se em Gramsci, que aparece como influência em várias produções dos anos 80,

“Ao colocar-se nas funções do intelectual orgânico, o assistente social encontra sua identidade profissional na função

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