Projeto sobre Educação Sexual

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Ao tratar do tema Orientação Sexual, busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros, que são problemas atuais e preocupantes. (BRASIL, 1998, p.287)

Hoje no Brasil, não há nenhuma lei que obrigue as escolas a inserirem a Educação Sexual nos seus currículos. No entanto, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) sugerem que a Orientação Sexual, seja trabalhada em todas as disciplinas, sempre que uma oportunidade aparecer. Pesquisas relatam que diversas escolas não encontram espaço curricular para tratar o assunto em questão, e nas raras vezes em que o tema é abordado fica restrito nas aulas de ciências e biologia, na qual é trabalhada a memorização de conceitos.

Praticamente todas as escolas, atentas para a necessidade de trabalhar com essa temática em seus conteúdos formais, incluem aparelho reprodutivo no currículo de ciências naturais. Geralmente o fazem por meio discussão sobre reprodução humana, com informações noções relativas á anatomia e fisiologia do corpo humano. Essa abordagem normalmente não abarca as ansiedades e curiosidades das crianças, pois enfoca apenas o corpo biológico e não inclui as dimensões culturais, afetivas e sociais contidas nesse mesmo corpo. (BRASIL, 1998, p.292)

A orientação sexual aborda a sexualidade além dos conceitos biológicos relacionados à reprodução humana, abrange também temas como: afeto, autoestima, respeito e limites, discussões sobre valores e concepções de mundo e homem, sobretudo as identidades do individuo, as expressões positivas do desenvolvimento para o bem estar social e pessoal. Sua presença está em todos os aspectos da vida humana desde a concepção até a morte, manifestando-se em todas as fases da vida, infância, adolescência, fase adulta, terceira idade, sem distinção de raça, cor, sexo, deficiência, etc.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental propõem a abordagem da Orientação Sexual na escola como tema transversal, para ser trabalhada em consonância com as outras disciplinas, Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática, Ciências Naturais, Arte, Educação Física e Língua Estrangeira, visando “proporcionar aos estudantes a possibilidade do exercício de sua sexualidade de forma responsável e prazerosa” (BRASIL, 1998). A proposta de orientação sexual no documento é justamente trabalhar o esclarecimento e a problematização, com o intuito de promover a reflexo e a reformulação das informações.

A família e a escola juntas incorporam papeis fundamentais no exercício da educação sexual das crianças e jovens, sendo que não podem ter influenciam opostas ou contrarias, devem estar de comum acordo. Souza, (1999, p.76) diz: “Se a família e escola não tiverem com pensamento comum, a criança ficará espremida, pressionada e se angustiará. Não sabendo qual direção tomar, pois ama os pais e os professores são seus modelos de comportamento”. Por isso é essencial o dialogo entre escola, professor e família.

A Educação ou Orientação sexual como sabemos é um tema pouco visto nas escolas, na maioria aborda a educação sexual apenas em palestras, cartazes e folders, ou nas “feiras culturais” onde o assunto fica restrito a DST e AIDS. Os alunos, às vezes trazem para a escola dúvidas relacionadas à sexualidade na forma de brincadeiras, gozações e piadas sobre sexo, reações essas que são consideradas normais para encobrir a timidez ou vergonha, e por causa das brincadeiras os professores acabam ignorando as duvidas dos alunos.

Para os professores falar sobre a sexualidade já é um desafio, pois nesta temática estão imbricados, crenças, valores, e os obstáculos são os mais variados. A maioria se sente despreparado, não tiveram uma formação profissional satisfatória, não tem acesso à formação continuada, não se interessam por cursos e palestras sobre o assunto, falta de material didático, a escola não incentiva a abordagem do tema, tem medo da reação dos pais, e das reações dos alunos, entre outras, o que dificulta a abordagem do tema na sala de aula. Mas, observa-se que muitos estão procurando mudar atitudes e buscar formação especifica na área, informação atual para trabalhar com a temática, o que vem contribuir com todos: alunos, pais e escola.

Vivemos em uma sociedade modernizada, as crianças e os jovens sofrem influencias constantes dos meios de comunicação e sentem curiosidades em saber coisas relacionadas à sexualidade, e através da mídia na maioria das vezes, as mensagens não são abordadas de maneira correta, gerando mais duvidas aos estudantes. E a escola tem o papel de informar os alunos e tirar suas duvidas, porque o estudante precisa conhecer cientificamente o que acontece com o seu corpo.

O professor por ser o mediador do ensino aprendizagem na sala de aula enfrenta muitos desafios para trabalhar a Educação/orientação sexual com seus alunos. Exigindo de todos revisarem conceitos, superar preconceitos, olhar reflexivamente sobre a sua própria sexualidade, lidar com tabus, medos e vergonhas.

No tocante a Educação Sexual na escola esta pesquisa se torna relevante porque as crianças desde cedo vão descobrindo o seu corpo, são altos os índices de gravidez na adolescência, erotização da infância, doenças sexualmente transmissíveis, novas constituições familiares e inúmeros casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Esses fatos são vistos constantemente na sociedade, e deve ser trabalhado na sala de aula, pois é o espaço que desempenha um papel fundamental na educação da sexualidade ligada à vida, à saúde, ao prazer e ao bem-estar, que integra as diversas dimensões do ser humano envolvidas nesse aspecto.

Desta maneira, é imprescindível conhecer, analisar e refletir, como é abordada a educação sexual na escola, como os professores dos anos inicias do Ensino Fundamental trabalham a educação sexual da melhor maneira possível com os alunos, quais os desafios enfrentados pelo professor, e qual a importância dessa educação sexual na escola perante a nossa realidade.

- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A educação sexual é muito mais do que a questão reprodutiva. O ensino nas escolas pode enfatizar tanto a questão do prazer quanto a do direito ao livre exercício da sexualidade. O tema deve ser tratado nas escolas abordando a questão dos direitos sexuais,