ANÁLISE COMPLETA DO LIVRO DIDÁTICO - A Conquista da Matemática

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O livro apresenta exercícios de todos os tipos, alguns são mais elaborados, permitindo aos alunos que testem seus conhecimentos e busquem diferentes estratégias para resolvê-los, têm também muitos exercícios contextualizados e que fazem a ligação com outras disciplinas, entretanto as atividades são majoritariamente de repetição e memorização.

Ao final de cada unidade, existe uma seção intitulada “Tratando a Informação”, que leva o aluno a trabalhar com o conteúdo aprendido sob a forma de análise de dados, construção de tabelas e gráficos. Esse é um fato muito interessante, uma vez que a análise de dados é um dos conteúdos presentes no currículo mínimo para o 7º ano do ensino fundamental. Sendo assim, o livro trata deste tópico ao longo de todo o ano letivo, relacionando-o com todo os demais conteúdos aprendidos, o que é muito importante, uma vez que tal tipo de conhecimento é necessário para resolução de inúmeras questões que os alunos podem e certamente virão a presenciar em seu dia a dia e ao longo de sua vida acadêmica.

Existem também, ao longo dos capítulos, as seções “Chegou a sua vez!”, que tem por objetivo verificar a capacidade do aluno de interpretar problemas, a seção “Desafio!”, que desafia o aluno a resolver questões divertidas, a seção “Explorando”, que avalia a capacidade do aluno em desvendar os conceitos matemáticos, estimulando a percepção e o raciocínio matemático e a seção “Brasil Real”, que apresenta situações reais do país, que podem ser trabalhadas de maneira matemática, fazendo o diálogo entre esta e outros campos do saber, tais como: Geografia, Meio Ambiente, História, Economia, Literatura, Ciências, Educação e Cidadania, Atualidades e Esportes, Ecologia, etc.). Essa última seção, sempre evidencia qual outra disciplina está sendo trabalhada juntamente à Matemática, bem como acontece quando a interdisciplinaridade ocorre durante outras seções do livro.

Por fim, tem a seção “Retomando o que aprendeu”, onde é feito um apanhado de todos o conteúdo aprendido no capítulo e são propostos alguns exercícios para que o aluno faça um breve resumo do que foi estudado e teste se seu aprendizado foi eficaz.

A teoria do livro apresenta uma linguagem bem clara e acessível para a idade dos alunos que o utilizarão e, apesar de objetiva, apresenta todos (ou quase) os conceitos pertinentes ao conteúdo explicado. O raciocínio parece ser sempre bem gradativo, de modo a construir o conhecimento junto ao aluno.

Algumas vezes, por apresentar um excesso de exemplos, estes podem acabar por confundir o aluno quanto à apreensão do conteúdo. Na unidade de números inteiros, ao tratar de números negativos, ele apresenta um exemplo de uma linha do tempo com datas antes de Cristo e depois de Cristo, uma noção que, para a faixa etária em questão, pode acabar sendo confusa e atrapalhar no desenvolvimento do conhecimento.

Outro problema está em alguns termos utilizados pelo livro, como o termo “módulo de um número” quando na verdade seria ideal utilizar a noção de “valor absoluto”, uma vez que ele está tratando de distâncias, ao falar de reta numérica, números opostos (simétricos). Além disso, ao tratar da comparação de números inteiros, a representação gráfica que o livro utiliza parece confusa e pode atrapalhar na compreensão por parte do aluno.

Na unidade referente às equações de primeiro grau algumas dessas falhas podem ser observadas, por exemplo, ao se tratarem as propriedades da igualdade (reflexividade, simetria e transitividade) onde a linguagem é demasiadamente matemática e formal, bem como direta demais, podendo tornar difícil a compreensão do aluno a respeito dos conceitos.

São poucas as vezes em que o livro incentiva a interação aluno-aluno, mesmo que esse seja um fator muito importante para o desenvolvimento pleno do ser humano, dentro ou fora da sala de aula. No caso do conteúdo dos números inteiros, isso só ocorre uma vez, na seção “Desafio!” no capítulo onde fala sobre adição algébrica e é pedido ao aluno que convide um amigo e estes reproduzam juntos um móbile igual ao mostrado na figura e que coloquem em cada bolinha do móbile um número inteiro entre -6 e +7, de modo que a soma dos números da parte esquerda seja igual à soma dos números da parte direita. Na parte das equações, isso também ocorre somente na seção “Desafio!”. Um desses casos é quando é abordado o tema resolução de equações do primeiro grau com uma incógnita, onde há a figura de dois jovens (Ivo e Eva, já conhecidos do aluno desde o início da unidade) que falam sobre suas idades. Sabe-se que os dois fazem aniversário no mesmo dia, que ambos têm um número ímpar de anos e que Ivo é 6 anos mais velho que Eva e que a soma de suas idades resulta em 40 anos. Pede-se, então ao aluno que troque ideias com um colega para que possam resolver o desafio. Apesar de incentivar essa interação, o desafio parece muito simples para que