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A avaliação Baseada nas Inteligências Múltiplas

Por:   •  21/3/2018  •  2.700 Palavras (11 Páginas)  •  373 Visualizações

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- Muitos professores não possuem a prática de planejar e, dessa forma, desprezam a avaliação na composição dos planos docentes;

- A avaliação não promove um entendimento comum sobre os critérios que são avaliados;

- A avaliação não existe durante todo o processo de aprendizagem, mas apenas como instrumento de encerramento deste;

- Os professores não possuem formação adequada para melhor proceder à avaliação de seus alunos;

- Não há incorporação prática e docente da realidade de que a avaliação possui impacto emocional sobre os atores envolvidos;

- A avaliação não privilegia a motivação do aluno;

- A avaliação não incentiva ou desenvolve a prática da auto-avaliação do aluno (avaliação reflexiva);

- A avaliação é conteudista, não encampando uma gama diversificada de conhecimentos dos alunos.

Esses são alguns dos inúmeros problemas – averiguados por mim no decurso de uma curta carreira docente –, no que concerne à prática da avaliação da aprendizagem, que podem estar associados ao desconhecimento das inteligências múltiplas. Essa dedução remete à hipótese de adequação do instrumento de avaliação aos diversos saberes discentes, através tanto de utilização de técnicas mais subjetivas, que considerem não apenas o grupo, mas também o indivíduo, como a formação continuada dos professores nessa área.

Por isso, o presente artigo tem por objetivo principal promover o aprofundamento da discussão acerca da avaliação da aprendizagem, balizada pela realidade das inteligências múltiplas, visando ao aperfeiçoamento das técnicas avaliativas, bem como sua adequação às modernas demandas pedagógicas.

No intuito de aprofundar-se na problemática ressaltada neste artigo, relacionada à avaliação da aprendizagem escolar, a metodologia sugerida é a manipulação dos saberes técnicos e científicos acerca do tema, encontrados nas diversas fontes de consultas constantes no referencial teórico.

Embora a pesquisa para construção deste artigo tenha sido exclusivamente bibliográfica, é importante salientar a importância de proceder à pesquisa de campo, lançando mão de instrumentos apropriados, como entrevistas e questionários, a fim de se conhecer o público-alvo e construir um diagnóstico da situação inicial, caso a intenção seja a aplicação das idéias ora propostas em determinado ambiente escolar. Para tanto, é importante que os meios de pesquisa contenham assertivas que procurem responder às questões já propostas na introdução deste artigo.

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II REVISÃO DA LITERATURA

A obra Avaliação da Aprendizagem Escolar, de Cipriano Carlos Luckesi (2002) é, das obras que compõem o referencial teórico, aquela considerada mais relevante para a construção deste artigo.

Numa abordagem mais aprofundada do conceito de avaliação, Luckesi (2002) adverte para a iniciativa de o professor punir – deliberadamente ou não – o aluno, ao julgar como erro a sua conduta. Apesar disso, o autor reconhece que algumas formas de castigo já não fazem parte da rotina escolar, como o uso da palmatória, das reguadas ou coisa similar.

Talvez a extinção destes métodos grosseiros possa criar a falsa impressão de também estar extinta a prática da punição, mas Luckesi (2002) alerta que os castigos modernos não afligem o aluno de forma física, material, mas desequilibram-no no que tange a sua personalidade, visto que o professor propicia um ambiente de medo, ansiedade e tensão entre os estudantes.

Ainda nessa linha de raciocínio, José Eustáquio Romão (1999), em sua obra Avaliação dialógica: desafios e perspectivas, denuncia uma visão moralista do conceito de erro que remete a uma postura autoritária, visto que tal visão determina e impõe como verdades absolutas padrões manipulados, criados ou escolhidos pelo avaliador, que servirão de referência para quantificar o desempenho do educando. Segundo Romão (1999), qualquer divergência entre os resultados obtidos pelo aluno e os padrões tomados como referência desencadeia uma série de punições, que, entre outros males, desgasta ou mesmo extingue a motivação do aluno para a aprendizagem, além de minar ou comprometer seriamente a sua auto-estima.

Todavia, apenas a observação e o diagnóstico da rotina profissional do professor pode permitir a aferição do grau de influência de suas idéias sobre as atitudes e pensamentos dos alunos. Essa imposição de padrões, ou o estabelecimento de plataformas estáticas e indiscutíveis de trabalho, não apenas privam o aluno de entender-se como sujeito ativo nas discussões, como também trucidam-lhe a capacidade de contra-argumentação. Mas é preciso considerar que muitos professores, embora gentis e afetuosos, não conseguem oportunizar ao estudante liberdade para expressar-se, ou mesmo desprezam completamente sua capacidade própria de desenvolvimento.

Por isso, Luckesi (2002) entende que o erro, no cotidiano escolar, promove ou reforça, no aluno, o desenvolvimento de uma visão culposa da vida. Caso essa visão predomine no futuro, o erro não poderá mais ser considerado como fonte de conhecimento pedagógico, e a avaliação, por conseguinte, será apenas um instrumento de acepção, de seleção e de exclusão.

Para o autor, a conduta de cada indivíduo sofre influência determinante das relações sociais a que pertence. Considerando o conservadorismo da sociedade, o indivíduo tende a obedecer a mecanismos de regulação de sua conduta, dentre os quais o medo e a culpa, mediados pelo castigo, fazem parte. Luckesi (2002) acredita que a sociedade é mesmo refém desses mecanismos de controle, atribuindo à culpa e ao medo utilidade indispensável.

A educação, enquanto instituição social responsável pela manutenção das idéias – como essa, denunciada por Luckesi – e pelo desenvolvimento de novas teorias, visando à ordem na coletividade, também acaba reproduzindo tais mecanismos. Nos processos de avaliação dos aprendizes, as respostas corretas são valorizadas na maioria dos casos, apesar de o erro ser parte integrante – e até indispensável – da aprendizagem, visto que demonstra, num dado momento, a tentativa de construção do conhecimento. Por isso, o erro é, mais que uma razão para o castigo, um dos meios para o desenvolvimento

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