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A RELAÇÃO ENTRE INDISCIPLINA E APRENDIZAGEM NA ESCOLA PÚBLICA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM BIRITINGA

Por:   •  25/12/2018  •  4.445 Palavras (18 Páginas)  •  427 Visualizações

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- CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO

Desde as últimas décadas do século XX, a sociedade vem passando por profundas transformações que refletem em casa, na escola, e no trabalho. Tais mudanças (políticas, tecnológicas, econômicas, sociais, e culturais) incidiram diretamente nos relacionamentos interpessoais como, (falta de valores éticos e morais), falta de compromisso, desinteresse pelos estudos, desrespeito à pessoa do professor, gritaria (violência verbal contra os demais). Todos esses acontecimentos provocaram e continua gerando debates extensos em todos os segmentos sociais sobre a gênese da indisciplina.

Por sua vez, a Constituição Federal de 1988, no Art. 205 defende a educação como um direito de todos principalmente do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o desenvolvimento do sujeito, para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Contribuindo com a Constituição, a LDB (Lei n° 9394/96) da à escola, o direito à liberdade de refletir coletivamente e traçar metas para garantir ao aluno e a comunidade escolar e o atendimento educacional, a partir de suas necessidades específicas, respeitando as particularidades locais. Deste modo, a escola enquanto instituição responsável por fornecer aos sujeitos conhecimentos para o desenvolvimento intelectual, além de reconhecer e assumir uma identidade cultural é vista como um local reservado a aprendizagens formais, normas e valores de convivência e respeito mútuo, não perdendo o ideal de “educação para cidadania”.

Nesse sentido, a indisciplina escolar apresenta-se de várias maneiras nas escolas, durante a execução da aula, podendo ser tida como uma das fontes responsáveis pela repetência, e em alguns casos específicos pelo analfabetismo. Sendo assim, o professor deve aliar sua prática a uma base continuada, considerando as especificidades dos educandos para que possa proporcionar uma aprendizagem efetiva. Doutro modo, se a aprendizagem não for satisfatória, vários fatores podem estar relacionados, desde a organização do sistema escolar, à relação familiar, entre outros.

Sabemos que, assim como uma avalanche, a indisciplina escolar espalhou-se nos diversos segmentos educacionais, prejudicando o desenvolvimento, a aprendizagem, o diálogo, a relação professor-aluno. Todos esses fatores contribuem para que a escola seja requisitada a repensar o planejamento que norteia todas as atividades usadas no ensino, além do modo de agir para resolver os casos de indisciplina e promover a aprendizagem dos educandos.

Ultimamente, tem se utilizado muito os conceitos de educação inclusiva, emancipatória e libertadora, todos eles abarcam o ideal de acesso, de permanência e de formação do sujeito para atuação social. Em contraponto, a concepção do sujeito indisciplinado coloca-o à margem da sociedade, contrariando o artigo 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o qual assegura crianças e adolescentes, todos os meios necessários para o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Diante disso, torna-se necessário realizar esta pesquisa, devido à indisciplina ser um problema que desrespeita, prejudica e interfere nas relações sociais e na aprendizagem.

Por outro lado, é de interesse acadêmico, a realização desta pesquisa, devido a pouca existência de produções dentro do Campus XI realizada com a temática. Visto que, servirá para compreender as facetas do problema nas escolas públicas, além de nortear os trabalhos dos docentes em formação. Por outro lado, é indispensável porque o sistema educacional necessita de parâmetros, bases teóricas ou dados fundamentados na atualidade para poder desenvolver propostas de aprendizagem que promovam o desenvolvimento do sujeito, além de construir projetos de intervenção.

A indisciplina surgiu refletindo em resistência nas relações entre sujeitos, bem como no campo das relações desses com o conhecimento, mas apenas nas últimas décadas é que se tornou uma preocupação pedagógica discutida amplamente nas escolas. Consequentemente, apareceu no meio das relações entre professores e alunos, bem como no modo em que estes se comportavam, caracterizando-se como incivilidade, subversiva, desordem, ou uma articulação entre a noção de ruptura e negação de esquemas norteadores e reguladores na escola.

Analisando os prejuízos causados pela mesma no espaço escolar ao longo de décadas, percebemos que é de suma importância compreender as relações existentes entre alunos, pais e professores, buscando intervir nos fatores que interferem no processo de ensino-aprendizagem. Diante da realidade, faz-se necessário a urgência de um estudo voltado a temática em questão.

Durante a observação realizada na Escola X, localizada na Comunidade de Trindade em Biritinga onde moro, notei que não havia uma relação harmoniosa entre a docente e os alunos. É diante dessa realidade que surge o desejo de desenvolver este projeto de pesquisa na tentativa de abordar um dos maiores problemas encontrados no ambiente escolar que sobressai como um comportamento inadequado para aquele espaço.

Nesse contexto, enquanto discente do curso de Pedagogia e defensor da escola, como um ambiente adequado ao desenvolvimento e à aprendizagem dos sujeitos, conduzindo-os a formação do caráter, defendo a realização desta pesquisa, no intuito de compreender os fatores que estão relacionados com a indisciplina. Doutro modo, servirá para aprofundar meu conhecimento sobre as relações pessoais e interpessoais em sala de aula, além de nortear minhas futuras práticas pedagógicas.

Este projeto, não visa resolver os problemas da indisciplina no interior das escolas, visto que estes aparecem a todos os momentos e de maneiras diferentes. Mas através dele podemos propor soluções práticas para a redução dos casos indisciplinares como, a implantação de oficinas entre escola e comunidade, palestras. Além disso, trago a Educação Moral como um campo de pesquisa que vem crescendo e ampliado ás discussões sobre a formação ética e moral do convívio na sociedade.

A indisciplina hoje é discutida a partir da concepção de Educação Moral, ou seja, aquela que trata os princípios éticos e morais direcionados ao funcionamento geral da sociedade, ditando o que normal dentro de um padrão ético ou não, permitindo que o homem possa construir a própria autonomia vivendo e agindo como um ser livre.

A educação moral fornece a

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