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A MÚSICA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS DE 6 ANOS

Por:   •  7/6/2018  •  5.685 Palavras (23 Páginas)  •  360 Visualizações

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A música é um excelente meio favorecer para o processo da aprendizagem da criança, pois o aluno a vivencia desde seus primeiros dias de vida. Quando a música é bem utilizada, melhora o processo de compreensão do aluno, sua capacidade criadora e outras habilidades, no entanto, é preciso aplicar esta valiosa atividade na escola.

Em relação à escola, a música tem o objetivo de aumentar e dar condições ao aluno no que diz respeito a aprendizagem, pois educa a pessoa a escutar e a ouvir de modo operacional e pensado.

Esse trabalho é de grande importância pelo fato da música ser um meio de comunicação universal e por meio dela, se pode ampliar o universo cultural das crianças em idade escolar.

1 A trajetória da Música nas Escolas Brasileiras

1.1 A música como arte na escola

De acordo com Duarte (1994), a cultura brasileira nasceu baseando-se na cultura européia, não havendo preocupação em resgatar a riqueza cultural gerada pela presença das diversas etnias (indígena, negra e européia) no Brasil.

Segundo sua ideia, como o povo europeu era tido como classe dominante no país, e, portanto exercia forte influência de dominação sobre o restante das etnias, transplantou sua cultura, ignorando a diversidade cultural aqui existente e impedindo a construção de um pensamento tipicamente nacional.

Para Duarte, os interesses envolvidos eram de dar continuidade a lição transmitida a seus descendentes, transformando a terra descoberta em um pedacinho de seu país, para que assim, a sua cultura não morresse, passando de geração a geração.

Esse pensamento repercutiu no sistema educacional deixando marcas que sobrevivem ate os tempos atuais. A educação brasileira caracterizou-se pela imposição de sentidos distantes da vida concreta dos educandos por manter - se a realidade em que estava inserida.

... A diversidade permite ao aluno a construção de hipótese sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade, aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e as dos outros.

(PCN p. 75)

Sob esse mesmo olhar, a arte surgiu no currículo escolar. Esteve sempre afastada do contato popular e alimentada por um preconceito, sendo vista como acessório da cultura, além da ideologia a respeito das atividades manuais que até então eram exercidas pelos escravos e que acabou refletindo na forma como a arte foi encarada. As artes literárias sempre foram vistas com melhores olhos do que as práticas musicais e as aplicadas à indústria (DUARTE, 1994).

Em 1854, foi instituído nas escolas brasileiras o ensino de música, através de um decreto que previa a pratica musical em dois níveis: noções de musica e exercício de canto ( FONTERRADA ,2008).

Até 1889 (Proclamação da República) a arte no currículo baseava-se no desenho geométrico e técnico, em que era destinada à pequena burguesia e as classes trabalhadoras.

A arte, por muito tempo, foi vista como uma forma de preparar o intelecto para atividades que eram julgadas como mais importantes, esquecendo-se do seu sentido enquanto um fim em si mesmo além do valor, pragmático que lhe era atribuído por alguns teóricos.

Em 1890, um decreto federal faz novas referências ao ensino de elementos de música e a exigência de professores especiais nesta área.

Com a semana da arte moderna que aconteceu em 1922, a arte tomou um novo rumo, deixando de ser encarada como uma preparação do intelecto ou simplesmente moral, para ser vista como forma de expressão de experiência e libertação de fatores emocionais. Porém, isso não significou uma revisão total de valores que envolviam a arte, uma vez, que ainda predominou os valores programáticos, e técnicos (DUARTE, 1994). De acordo com autor a arte nesta época (1922), ao se pensar no ensino brasileiro, era entendida como desenho e música, pois eram as únicas formas incluídas no currículo escolar. A música era vista como uma atividade de lazer, em que o aluno apenas ouvia o mestre, cantar ou tocar, com uso de um acompanhamento, os hinos do país ou algumas poucas canções.

Uma década mais tarde, emerge a figura de Heitor Villa-Lobos, que definiu uma tendência musical, em que sobressaiu o canto orfeônico, pretendia levar uma linguagem musical, elaborou um projeto que pregava coletividade e civismo (Parâmetros Curriculares Nacionais - Arte, 1997).

“Qualquer proposta de ensino que considere essa diversidade precisa abrir espaço para o aluno trazer música para a sala de aula, acolhendo-a contextualizando-a e oferecendo acesso a obras que possam ser significativas para o seu desenvolvimento pessoal em atividades de apreciação e produção.”

(PCN p. 75)

Villa-Lobos acreditava que através do canto em conjunto poderia despertar gosto e sensibilidade, para se chegar à compreensão e domínio da linguagem musical, além da função social que dava à música, pois acreditava ser capaz de estimular convivência entre as pessoas.

A partir de 1942 foi implantado nas escolas brasileiras o Movimento Nacional de Musicalização através do canto, a partir da criação, por Villa-Lobos, do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico (FONERRADA, 1993).

Vinte anos depois, esse projeto musical foi substituído pela lei 4.024/61 que fixa leis das diretrizes e bases (LDB), para o ensino de 1° e 2° graus, na qual a educação musical foi integrada à disciplina denominada Educação Artística. Mas que só teve uma participação efetiva em meados desta mesma década.

Com a incorporação da educação musical que se baseava em métodos europeus, que de certa forma retrocede ao passado, o ensino de música passa a ter outro enfoque.

Questões agora como sentir, tocar, e dançar passam a integrar o currículo, abandonando a velha ideia da música apenas cantada, buscando desenvolver ritmo, expressão corporal, audição e socialização entre as crianças em situações em que poderiam experimentar improvisar e criar. Também foram introduzidos jogos, instrumentos de percussão, rodas e brincadeiras (PCNS, 1997).

“A linguagem musical tem potencial enorme, pois é um conhecimento que valoriza o que há de mais humano nas pessoas: a emoção, o transcendental e a paixão.”

(GRANJA, 2006, p.106)

Verificamos que essa mudança, que teve também repercussão na educação, foi gerada pelas transformações musicais

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