A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM
Por: kamys17 • 17/4/2018 • 2.466 Palavras (10 Páginas) • 414 Visualizações
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Cotrim dá uma ideia da abrangência dos movimentos de contestação ao regime imposto na década de 60 quando destaca os grupos que participaram ativamente contra a ditadura militar.
Já Gorender (1987), em seu livro Combate nas trevas, afirma que, com a vitória fulminante dos golpistas em 64 e sua ação repressiva não havia lugar para tantos presos: uma parte deles foi encarcerada em navios presídios no Rio de Janeiro e em Santos.
Mesmo com torturas assassinatos e exílio o governo não conseguiu destruir por completo a oposição de esquerda que se articulava na clandestinidade.
Entre os artistas que marcaram presença nessa contestação podemos citar; Caetano Veloso e Gilberto Gil que em 1967 através do Tropicalismo proclamaram é proibido proibir. Algumas músicas escandalizaram o país como: Caminhando contra o vento sem lenço sem documento, de Caetano.
O teatrólogo José Celso, o escritor e compositor, Chico Buarque e o cineasta Glauber Rocha entre tantos outros, engajaram-se em uma arte política no movimento de reação ao governo ditatorial.
Durante todo o período do regime militar a sociedade civil tentou, de várias formas manifestar o seu descontentamento. Seja pela forma pacífica, ou através da luta armada que ocorreu depois da instalação do AI-5 que impedia qualquer forma de manifestação (RIBEIRO, 1985).
No dia 15 de março de 1974, tomou posse o general Ernesto Geisel, prometendo uma abertura lenta e gradual do regime, possibilitando, mesmo sem querer, a volta das mobilizações sociais.
Desde 1973 o milagre econômico demonstrava sinais de falência. A crise econômica brasileira se agravou com a crise internacional do petróleo. A sociedade começa a sentir na pele os verdadeiros efeitos do “milagre econômico” com a inflação em índices elevados, queda do PIB e o desemprego aumentando.
Em novembro de 1974 ocorreram eleições para as assembléias legislativas estaduais e para o Congresso Nacional.
Nessas eleições o povo mostrou seu descontentamento votando nos candidatos do MDB, único partido da oposição bem comportada que conquistou 13 das 22 vagas disputadas no Senado, na Câmara Federal, o MDB passou de 87 para 165 cadeiras e a ARENA, o partido oficial, regrediu de 223 para 199.
Mesmo com dificuldade para digerir a derrota, os militares respeitaram os resultados (PILETTI, 1996).
Para evitar um desgaste maior do sistema, nos primeiros meses do governo de Geisel, os órgãos de repressão optam pelo método de ocultar as prisões seguidas de mortes já que as divulgações repetitivas de “atropelamento”, “suicídio” e “tentativa de fuga”, há muito tempo não convenciam a população.
No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Wladimir Erzog se apresentou no DOI-CODI do II Exército de São Paulo para prestar depoimento. Foi torturado até a morte. A divulgação, seguiu as regras já de costume, suicídio, porém o descrédito do governo e as fotos estampadas nos jornais onde Wladimir aparece como se tivesse se enforcado na cadeia porém com os pés no chão, quase que ajoelhado. Esse fato provocou a reação da população manifestada n a missa de sétimo dia realizada no dia 31 de outubro onde compareceram oito mil pessoas para participar do culto ecumênico celebrado pelo cardeal Dom Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e o reverendo Jaime Eright.
Outro fato que marcou o governo de Ernesto Geisel foi a morte do operário Manoel Fiel Filho em 17 de janeiro de 1976, em Osasco, nas mesmas circunstâncias do jornalista Wladimir.
Perante esses fatos Geisel demitiu o comandante do II Exército Ednardo D’Ávila Mello e em seu lugar nomeou o general Dilernando Gomes Monteiro, gerando certo descontentamento na chamada “linha dura” dos militares.
Nas greves de 1978-1979, os operários mostraram a capacidade de resistência perante a política de arrocho salarial e a falta de liberdade. Essas lutas serviram também, para revelar nossas lideranças sindicais que em pouco tempo seriam reconhecidas a nível nacional como, Lula, Olívio Dutra e Jacó Bittar. Era a maior greve desde 1964 (COTRIM, 1996).
Em menos de dois meses, o movimento espalhou-se por 18 cidades e quatrocentas indústrias, mobilizando meio milhão de trabalhadores.
O governo agia com rigor em relação a essas lutas como nos demonstra novamente Jatobá.
O movimento foi declarado ilegal pela Delegacia Regional do Trabalho, baseando-se na lei de greve nº. 4330, mas os movimentos grevistas não acabaram e as punições não foram decretadas: os empresários preferiram negociar acordos com os sindicatos. O êxito dos metalúrgicos do ABC, deflagrou muitas outras greves, como a Brown Boveri, em Osasco, e a dos funcionários e médicos do Hospital das clínicas de São Paulo. No final de julho, haviam sido firmados 166 acordos entre empresas e sindicatos, beneficiando cerca de 280 mil trabalhadores (Jatobá, 1997.p. 20).
A crise econômica e as pressões populares não deixavam muitas saídas para o governo que era “obrigado” a fazer concessões liberais na política.
No ano de 1978 o governo começa a tomar medidas mais liberais sem perder o controle dessa abertura “lenta e gradual”. Em outubro revogou o AI-5, em novembro abrandou a Lei de Segurança Nacional e em dezembro suspendeu a censura prévia aos comerciais de rádio e TV.
Em 1979 assumiu a presidência o General João Batista Figueiredo com a responsabilidade de continuar a abertura política à um sistema que já estava em crise internamente e internacionalmente o mundo capitalista começava a adotar, através de seus países líderes, a política neo-liberal, iniciada na Inglaterra por Margaret Tchater e estendida aos Estados Unidos com Ronald Reagan
Nesse período o movimento pela anistia fazia manifestações por todo o país com comícios e passeatas exigindo “anistia ampla, geral e irrestrita”. Em agosto de 1979 foi assinada a Lei de Anistia com algumas ressalvas. Não anistiava os que tinham sido condenados por crimes de terrorismo, assalto, seqüestro e atentado pessoal. Trouxe de volta ao país, exilados políticos como: Leonel Brizola, Miguel Arraes, Luís Carlos Prestes e muitos outros e garantiu a impunidade aos torturadores.
Livre dos Atos Institucionais reabriu-se o processo de organização partidária. Em 20 de dezembro de 1979 foi extinto de forma arbitrária o bipartidarismo e imposto um prazo de 180 dias para que novos partidos fossem criados (PILETTI, 1996).
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