A Formação de Professores de Marcelo Garcia
Por: Kleber.Oliveira • 20/12/2018 • 1.731 Palavras (7 Páginas) • 312 Visualizações
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Mestrado Profissional em Educação – Formação de Formadores[pic 2]
Disciplina: Ação Formadora: princípios e metodologias
Profª Dra. Vera Maria Nigro de Souza Placco
Aluna: Maria Eliane Maia Sousa
RESENHA Nº 02
Livro: Desarrolo Profesional docente – Cómo se aprende a enseñar? Autor: Carlos Marcelo e Denise Vaillant; Narcea,S.A. de Ediciones, Madrid. Cap. 3 páginas: 35- 46; Identidad y profesión.
O capítulo 3 intitulado ‘Identidade e profissão’ dos autores: Carlos Marcelo e Denise Vaillan trás uma análise da construção da Identidade Docente, sua importância, valorização do sentido vocacional, crises identitária. Parte do pressuposto que essa identidade começa a configurar-se desde o período de estudante e se prolonga durante todo o exercício profissional do docente sendo um processo individual e coletivo de natureza complexa e dinâmica. Não existindo pois, uma única identidade docente, mas uma construção individual que dependerá dos contextos pessoais de trabalho e da trajetória profissional de cada um. A existência de uma identidade profissional contribui segundo os autores para a percepção de autoeficácia, motivação, compromisso e satisfação no próprio trabalho do professor, fator importante para que este profissional venha converter-se num bom professor. É notório afirmar que a identidade profissional docente se encontra no momento de crise, oriundas das mudanças das últimas décadas que afetam a própria profissão docente e que desestabiliza o próprio sistema educacional. Segundo Hargreaves, a docência é uma profissão paradóxica, pois é através dela que se pode desenvolver uma série de habilidades e capacidades para sobreviver à sociedade do conhecimento. Também se espera que serão os professores, aqueles que ajudarão a minimizar os principais problemas emergentes da sociedade pós-moderna.
De acordo com Shulman, a profissão docente deve ser uma comunidade de prática, em que “a experiência individual possa converter-se em coletiva”. Neste sentido, o ‘novo profissionalismo’ segundo a visão de Hargreaves y Godson(1996), se manifesta, principalmente nas atuais demandas para que os professores trabalhem em equipe, colaborando e planejando conjuntamente, e que sejam incluídas ações relacionadas à formação inicial e continuada centradas na escola, favorecendo a criação e uma ambiente escolar que propicie a aprendizagem. Nos últimos anos, outra visão que tem influenciado muito na profissão docente por meio da intervenção das instâncias políticas é o docente como ‘consumidor de reformas’. Deste modo, o docente tem se tornado um ‘aplicador automático’ de inovações, que muitas vezes, não tem tempo para assimilar e muito menos de compreender, visto que estes não tomam parte nas discussões e muito menos na criação. As mudanças então sempre acontecem de forma impositiva, vindas de experiências de outros países, sem nenhuma contextualização. Portanto, é mister afirmar que qualquer discurso sobre o desenvolvimento profissional docente deverá tomar em consideração o significado do que é ser um profissional e qual a grande autonomia destes profissionais no exercício do seu trabalho.
RESENHA Nº 03
‘Processos Multidimensionais na Formação de Professores’, páginas: 185 a 197, de autoria Prof.ª Dra. Vera Maria Nigro de Souza Placco, do livro: Desafios da Formação de Professores para o Século XXI; editora-ufs, 2008.
A questão central do texto nos remete para olhar a Formação de Professores em sua multiplicidade, o que possibilitará o desenvolvimento do professor em suas múltiplas dimensões, sincronicamente entrelaçadas no próprio individuo. Para uma melhor compreensão do texto foi necessário recorrer ao conceito de ‘sincronia’ segundo Bechara: ‘ato ou efeito de sincronizar, estado produzido pela realização simultânea de dois ou mais fenômenos; ausência de conflitos; harmonia, equilíbrio’. A autora utiliza o conceito-consciência de sincronicidade para explicitar os processos internos presentes nos educadores, em sua prática. As relações pessoais e pedagógicas no processo formativo incluem dimensões técnicas e humanas, presentes no referido conceito e que pode ser descrito segundo Placco(2002), como a ocorrência crítica de componentes políticos, humano-interacionais e técnicos, que se traduz em sua ação, ocorrência que gera movimento que é ação de e entre professor-aluno-realidade. Portanto, o que Placco propõe é um conceito de sincronicidade coma intencionalidade e a consciência do formador e dos formandos. Afirma ainda que se as múltiplas dimensões do processo formativo não forem consideradas sincronicamente, não haverá resultados ou repercussões no próprio sujeito a ser formado e, consequentemente, em sua própria prática cotidiana. Propõe-se portanto, o desenvolvimento profissional do professor como conseqüência da sua formação, por meio da ampliação da consciência de sua sincronicidade e da sincronicidade da sua formação considerando em seu processo formativo as seguintes dimensões: técnica ou técnico-científica; humano-interacional; política; da formação continuada; do trabalho coletivo; dos saberes para ensinar; crítico-reflexiva; avaliativa; estética, cultural e ética. Ressaltando porém, que a dimensão ética perpassa todas as demais, envolvendo valores, atitudes, compromissos, desejos, intencionalidades e ações. Neste sentido, é preciso dar atenção para as dimensões humano-interacionais(interpessoais) políticas e éticas, cuja valorização nasce do cotidiano escolar, da experiência vivida no ambiente educativo. Pois o que se vive na escola só ocorre pela intermediação do afetivo em relação ao cognitivo, fundamentados no ético-político.
No entanto, na prática docente em sala de aula, no cotidiano da escola, as ações pedagógicas e as relações professor-aluno são concretizadas, muitas vezes de forma fragmentada e não sincrônica. O que se busca é analisar alternativas para superar essa visão dicotômica das relações que permeiam o processo formativo, enquanto movimento de sujeitos em interação, no qual
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