A Didatica da Alfabetização e do Letramento
Por: Salezio.Francisco • 25/11/2018 • 4.695 Palavras (19 Páginas) • 336 Visualizações
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– Escrita Silábica
A ampliação do sistema de escrita ocorreu pela necessidade de agregar, às transcrições, elementos das línguas faladas, fazendo com que as pessoas abandonassem os símbolos para representar coisas e passassem a utilizar, cada vez mais, os símbolos que representassem sons da fala como, por exemplo, as sílabas.
Há evidências históricas de que os primeiros sistemas silábicos possam ter surgido cerca de 1.500 anos depois da escrita ideográfica, em 2800 a.C., na cidade de Ur, no atual Iraque.
Esse passo adiante, da escrita ideográfica para um sistema silábico e baseado nos sons, tornou-se muito conveniente e difundido na sociedade, pois como há, em média, 60 tipos de sílabas diferentes por língua, o sistema de símbolos necessário para representar as palavras através das sílabas ficou muito reduzido e fácil de ser memorizado (ROCHA, 2005).
– Escrita Alfabética
O alfabeto foi uma criação única que mudou a história da humanidade. A invenção do sistema de escrita alfabético se deu graças à noção de que a escrita poderia ser mais bem organizada se cada som individual fosse representado por um sinal específico, o que reduziria, consideravelmente, a quantidade de sinais utilizados para representar a escrita.
Os primeiros alfabetos foram inventados no Oriente Próximo em cerca de 1.500 a.C. Porém, eles representavam apenas os sons consonantais, deixando de lado as vogais. Essa invenção do alfabeto consonantal é atribuída, de modo incerto, a palestinos, fenícios ou sírios. (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007, p. 7).
O alfabeto fenício tinha 22 letras que representavam sons e não a palavra toda como na escrita egípcia e suméria. Para representar a palavra, usavam-se objetos cujos nomes começavam com o mesmo som. Exemplo: a letra alef queria dizer "boi', usava-se o hieróglifo da cabeça de um boi para representar o som inicial da palavra alef.
Com os gregos, a letra alef passou a representar a vogal A, agora denominada alfa. Assim, os gregos, diferentemente de outros povos, além de identificarem na fala as consoantes, também identificavam as vogais. Nosso próprio alfabeto latino é uma derivação do alfabeto grego, a partir do alfabeto romano.
Os romanos, por sua vez, aprenderam o sistema de escrita dos gregos, mas perceberam que não precisavam nomear de maneira especial as letras, era mais simples atribuir ao nome da letra apenas o próprio som dela, ficando mais fácil usar o alfabeto e se alfabetizar. Foi assim que alfa, beta, gama, etc., tornaram-se a, bê, cê..., e assim por diante (CAGLIARI, 1998).
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A aquisição da escrita foi um dos processos mais longos pelos quais passou a humanidade. A escrita constitui-se em um sistema de intercomunicação humana por meio de signos convencionais visuais, que são registrados em diversos tipos de material, os quais foram evoluindo através dos tempos.
Os símbolos da escrita foram marcados em ossos, pedras, tabuinhas de barro ou argila, objetos ornamentais, papiros, pergaminhos, até chegar ao papel e aos suportes multimídias, como o advento das tecnologias da informação e comunicação. A invenção do papel contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da escrita.
– A Escrita no Contexto Escolar
Nos dias atuais, a escrita tem ligação direta com a prática escolar. Entretanto, essa ligação está desatrelada do
papel que a escrita cumpre na formação social e cultural da criança.
Vemos, com frequência, nos anos iniciais e em classes alfabetizadoras, um exercício mecânico do ato de escrever e ler, deixando de lado a linguagem escrita propriamente dita, ou seja, o "sistema particular de símbolos e signos cuja dominação prenuncia um ponto crítico em todo o desenvolvimento cultural da criança', segundo Vygotsky (1999, p. 140).
Vygotsky (1999) questiona ainda se o desenvolvimento da escrita deve ser visto, exclusivamente, como uma complicada habilidade motora ou se ele deve ser analisado como a linguagem escrita como tal, com suas especificidades, constituída por um sistema de signos que designam os sons e as palavras da linguagem falada.
O que acontece é que, aos poucos, a linguagem falada (ou seja, os signos das relações e entidades reais), que apoia o processo da escrita, diminui sua inluência, e a linguagem escrita (que é constituída por um sistema de signos que designam os sons e as palavras da linguagem falada) transforma-se num sistema de signos para representar essas entidades reais e as relações entre elas (ou seja, a linguagem falada). Em outras palavras: num primeiro momento, a linguagem falada regula, organiza a linguagem escrita que, posteriormente, prescinde da linguagem falada para converter-se, ela mesma, num sistema de signos que passa a representar essa linguagem falada.
Pensando nisso, como a aquisição de um sistema tão complexo de signos pode ocorrer de maneira mecânica, imposta e tão precoce como observamos nas escolas?
Não estamos tirando da escola a sua atribuição como responsável pela alfabetização das crianças e pelo ensino das especificidades da escrita. Porém, o que não pode ocorrer é que essa prática seja exclusivamente mecânica e artificial. Para Vygotsky, a aquisição da escri•ta resulta de um longo processo de desenvolvimento das funções superiores do comportamento infantil, etapa à qual o autor dá o nome de pré-história da linguagem escrita. Esta história - que é,
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na verdade, a história das formas de expressão da criança - é constituída por ligações, em geral, não perceptíveis à simples observação e começa com a escrita no ar, com os gestos
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