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A APRENDIZAGEM ATRAVÉS DE BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  19/1/2018  •  5.747 Palavras (23 Páginas)  •  692 Visualizações

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1 O JOGO COMO PROCEDIMENTO DIDÁTICO

Diante de um jogo, crianças e adolescentes dão o melhor de si: planejam, pensam em estratégias, agem, analisam e antecipam o passo do adversário, observam o erro dele, torcem, comemoram - ou lamentam - e propõem uma nova partida. Todo esse interesse faz dele um valioso recurso, que pode ser incluído nas aulas com dois objetivos: ensinar um conteúdo ou simplesmente ensinar a jogar.

Nem todos os educadores, no entanto, veem os jogos de regras com bons olhos, muitas vezes porque eles geram competição. Para Macedo, a disputa é benéfica e deve ser incentivada na escola. "A palavra competir indica que os oponentes se orientam para a mesma direção, que é ganhar. Ambos perseguem um resultado, uma melhor competência, e esse processo implica colaboração, cooperação e respeito mútuo e à regra."

A inclusão de jogos na escola demanda planejamento. Antes de disponibilizá-los para a garotada, analise a variedade e a quantidade disponível para avaliar se todos podem brincar ao mesmo tempo ou se é necessário fazer um rodízio. Além disso, os jogos devem ser atraentes e bonitos e ter bom acabamento. "É na intensidade, na fascinação, na capacidade de excitar que residem a própria essência e a característica primordial do jogo", diz Johan Huizinga (1872-1945) .

2 JOGO E CULTURA

O ato de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, pois este sempre manifestou uma tendência lúdica, isto é, um impulso para o jogo. Alguns autores vão além, afirmando que o jogo não se limita apenas á humanidade seria anterior, inclusive ao próprio homem, pois já era praticado por alguns animais. Johan Huizinga (1971, p. 3) diz que

[...] os animais brincam tal como os homens... convidam-se uns aos outros para brincar mediante um certo ritual de atitudes e gestos. Respeitem a regra que os proíbe morderem, ou pelo menos com violência, a orelha do próximo. Fingem ficar zangados e, o que é mais importante, eles, em tudo isto parecem experimentar um imenso prazer e divertimento.

Quem tem um cão ou um gato em casa, certamente já teve a oportunidade de ver seu animal de estimação brincando: é o caso do gatinho que brinca com um novelo de lã, ou do cachorro que corre atrás de uma bola para pegá-la.

Quanto à relação existente entre jogo e cultura. Huizinga (1971), fez um estudo profundo sobre o assunto, abordando a função social do jogo desde as sociedades primitivas até as civilizações consideradas mais complexas. De acordo com a tese desse autor, a cultura surge sob a forma de jogo, sendo que a tendência lúdica do ser humano está na base de muitas realizações na esfera da Filosofia, da Ciência, da Arte (em especial da música e da poesia). No campo militar e político e mesmo na área judicial.

De acordo com Santos (2006) o brincar sempre esteve presente na vida do ser humano independente da época, cultura ou classe social, todo mundo um dia já brincou e as brincadeiras realizadas, muitas vezes deixam saudades e se tornam inesquecíveis por mais que os anos passem.

O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento infantil proporciona um campo amplo de estudo e pesquisas e hoje questão de consenso à importância do lúdico.

Brincar é coisa de criança? Santos (2006) ainda afirma que diversos autores têm dado ênfase de que o brincar está presente em todas as idades, apenas de forma diferente. Dessa forma, podemos entender porque o adulto quando brinca diz que voltou a ser criança. Sendo assim, o ato de brincar è uma manifestação que acompanha o ser humano ao longo de sua existência, mas ao referir-se ao brincar usa o termo jogar para distinguir da atividade infantil.

Na realidade ambos simbolizam o mesmo encantamento, satisfação, prazer e alegria, onde o ato de brincar pode ultrapassar a fronteira da infância. Por isso é necessária à busca de meios e estratégias adequadas para cada faixa etária, respeitando as diferenças e as possibilidades de cada fase.

A importância do brincar para o desenvolvimento infantil reside no fato de esta atividade contribuir para a mudança na relação da criança com os objetos, pois estes perdem sua força determinadora na brincadeira. "A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação ao que vê. Assim, é alcançada uma condição que começa a agir independentemente daquilo que vê." (Vygotsky, 1998, p. 127).

Segundo Piaget (1989), a maneira de a criança assimilar, transformar o meio para que esta se adapte as suas necessidades e de acomodar (mudar a si mesmo para adaptar-se ao meio) deverá ser sempre através do lúdico. Ao brincar a criança se relaciona com outras crianças, sendo capaz de perceber-se com um “ser” no mundo numa relação entre o que é pessoal e o que permite o ingresso no mundo das regras. Brincando as crianças constroem seu próprio mundo; o mundo que querem e gostam; e os brinquedos são ferramentas que contribuem para esta construção, pois proporcionam à criança demonstrar e criar fantasias de suas vivências e experiências.

A brincadeira das crianças evolui mais nos seis primeiros anos de vida do que em qualquer outra fase do desenvolvimento humano e neste período, se estrutura de forma bem diferente de como a compreenderam teóricos interessados na temática (BROUGÈRE, 1998). A partir da brincadeira, a criança constrói sua experiência de se relacionar com o mundo de maneira ativa, vivencia experiências de tomadas de decisões. Em um jogo qualquer, ela pode optar por brincar ou não, o que é característica importante da brincadeira, pois oportuniza o desenvolvimento da autonomia, criatividade e responsabilidade quanto a suas próprias ações.

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo poder se comunicar por meios de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes tais como: atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização por meio da interação, da utilização e da experimentação de regras e papeis sociais. (Brasil, 2002)

Sabe-se que o aspecto lúdico é uma necessidade do ser humano em qualquer idade o qual desenvolve a aprendizagem e por esse motivo não deve ser visto como diversão, mais sim como um eixo no currículo escolar importante para o desenvolvimento infantil.

Na mesma forma

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