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O ensina da lingua estrangueira

Por:   •  13/1/2018  •  1.377 Palavras (6 Páginas)  •  309 Visualizações

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Em outras palavras, a língua concebida como discurso, não como estrutura ou código a ser decifrado, constrói significados e não apenas o transmite. O sentido da linguagem está no contexto de interação verbal e não no sistema linguístico (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 53).

Resumidamente, os pressupostos de Bakhtin entendem a língua como manifestação e construto cultural, assinalando que os discursos variam de acordo não apenas com os usuários de uma determinada língua, mas com o contexto social no qual estão inseridos, e, obviamente, com a finalidade do discurso.

Segundo Bakhtin, os Gêneros do Discurso são formas relativamente estáveis, determinadas pelas relações estabelecidas dentro de uma determinada cultura e de um determinado tempo:

A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da atividade humana é inesgotável, e a cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica mais complexa” (BAKHTIN, 1992, p. 279).

O contato com os diferentes tipos de gêneros do discurso propicia aos alunos uma diversificada fonte de formas de produção e circulação, apresentando assim as diferentes práticas de linguagem.

Diante da interação entre teoria e prática proporcionada pelo Projeto PIBID, comprova-se que, apesar de os documentos oficiais que regem o Ensino de Língua Estrangeira apregoarem o uso do trabalho com os Gêneros Textuais, a prática no ambiente escolar não segue tal premissa.

Observa-se, apesar dos já citados documentos e teóricos, o trabalho com o uso sistêmico de estruturas gramaticais descontextualizadas, priorizando a habilidade escrita, o que não seria, em tese, o principal objetivo do Ensino de Língua, pois desconsidera a compreensão teórica do que é a linguagem, distanciando o aluno dos conhecimentos em relação ao uso da língua e sua função social, além de não contribuir para a construção de significado, do seu engajamento do discursivo e interação no mundo social, descaracterizando a natureza sociointeracional da linguagem que também é apregoada nos documentos oficiais.

A opção de privilegiar o uso de estruturas gramaticais é um dos fatores pelo qual o Ensino de Língua Estrangeira não é visto, por parte dos alunos, como uma disciplina importante para a sua formação como aluno e sobre tudo como um indivíduo social, ocasionando um desinteresse e, em alguns casos, até mesmo uma rejeição ao aprendizado da língua.

O trabalho com os Gêneros do Discurso propicia ao aluno o contato com o uso social da língua, além da possibilidade, através da ponte estabelecida entre o texto e o leitor, das diferentes formas de comunicação, nos diversos meios em que ela circula, dos elementos linguísticos, e, por fim, os gramaticais contidos em um determinado gênero.

- Conclusão

Diante dos conceitos e referenciais teóricos apresentados, bem como a leitura dos documentos oficiais, o subprojeto PIBID espanhol, tem buscado discutir e trabalhar com essas fontes teóricas a fim de proporcionar aos bolsistas e professores participantes deste projeto uma forma possível de diminuir a distância presente entre teoria e prática.

Dentro das observações feitas nas escolas com as quais trabalhamos, pode-se evidenciar que ainda há dúvidas e pouca aceitação no trabalho desenvolvido com os gêneros do discurso, ocasionando a opção por trabalhar, em grande parte das aulas, apenas com métodos de compreensão escrita, que exploram conteúdos gramaticais descontextualizados, o que resulta em grande desinteresse por parte dos alunos em relação ao aprendizado de Língua Estrangeira.

Este trabalho não tem como pretensão apresentar uma solução, ou uma forma correta do Ensino de Língua, mas sim trazer a tona discussões que possam ser produtivas a fim de que nós, enquanto futuros docentes juntamente com os atuais, possamos contribuir de maneira a proporcionar um ensino que de fato se aproxime dos documentos que regem a educação brasileira, seu referencial teórico-metodológico, tendo como consequência uma elevação na qualidade do ensino dos nossos alunos.

- REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira/Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. 120p.

REFERÊNCIAS ON LINE

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_lem.pdf. Acesso em 21 de setembro de 2014.

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