Luís Antônio de Assis Brasil e a Metaficção Históriográfica
Por: Ednelso245 • 20/4/2018 • 1.196 Palavras (5 Páginas) • 278 Visualizações
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Além disso o fato histórico confunde-se com a ficção, pois Félix Nadar realmente existiu, seria esta realmente uma história falsa. São essas questões contraditórias e subjetivas que fazem da metaficção historiográfica, uma arte pós-moderna presente na literatura contemporânea.
Sandro Lanari em busca de sua identidade como artista/retratista, vai à França buscando aperfeiçoar sua arte, porém depara-se com a fotografia, com o impressionismo que rejeita a pintura retratista. Lanari encontra Nadar, é fotografado pelo mesmo, porém não gosta do resultado. Com relação a seu retrato, Sandro Lanari Conclui:
“ Não se parecia a nenhum retrato seu. Era alguém ignorado, um outro, que o fixava com um olhar obtuso, aturdido por uma obstinação equívoca e desagradável”.
(Pintor de retratos, p.34)
Decepcionado com sua imagem no retrato, Lanari entra em conflito, despreza a fotografia como arte e em contraponto odeia Nadar.
Ele migra para o Brasil, onde se depara com sua nova realidade torna-se um fotógrafo de sucesso e o ponto culminante de sua carreira é na Revolução Federalista de 1893, quando fotografa um prisioneiro que fora degolado, por ele “sua obra prima”.
Ficção e história estão presentes na obra de Assis Brasil, é a reescrita da história, da Revolução Federalista e uma página a mais na história do Francês Félix Nadar, confundindo assim o leitor e fazendo um link entre história/ficção.
O paradoxo da obra seria o conflito do personagem principal Sandro Lanari, e sua busca incansável por aceitação como artista/homem, que mesmo alcançando fama no Brasil, para Lanari sua grande façanha, foi a foto da revolução, que não impressionou Nadar.
De forma irônica Sandro Lanari que desprezava fotografia, tornou-se fotógrafo, e mesmo assim tinha necessidade de ser aprovado por Nadar em sua obra, porém a ironia está no ponto de partida da história, pois ele, mesmo depois de todo sucesso no Brasil como fotógrafo, ainda não encontrou sua identidade como artista. A metaficção trata também dos conflitos .
Mas como todo conflito do ser humano, Lanari buscava a aprovação de todos, em uma busca desesperada por aceitação de sua arte de seu “eu”. Os protagonistas da metaficção historiográfica são um tipo diferenciado, pois passam por conflitos e são excêntricos, como Lanari, que fugiu, e após retorna no ponto de partida a França e viu que todo seu esforço foi em vão, acaba rasgando sua obra.
Que acaba sendo encontrada por crianças, um senhor tenta remontar e diz: “ Após várias tentativas, percebo que é um retrato de um homem, faltam muitos pedaços”. Assim como Lanari um protagonista, com um conflito contemporâneo, sem achar a felicidade pois foi espedaçado pela vida.
CONCLUSÃO
A metaficção historiográfica enriquece a literatura, pois impacta, com seus paradoxos e ao mesmo tempo, nos faz repensar a história.
Como o protagonista da história Sandro Lanari, como estamos pessoal e profissionalmente, o que buscamos?
A reescrita da história/ficção, nos faz repensar vários pontos e se realmente a história fosse desta maneira, seria extremamente interessante. “ O passatempo do tempo passado”.
Interessante seria podermos reescrever nossa própria história, como não podemos, devemos nos conformar com as obras pós-modernas e os leques de possibilidades que a literatura metaficcional nos proporciona.
REFERÊNCIAS
ASSIS, Brasil. Pintor de retratos. Disponível em: http://assisbrasil.org/luizanto.html
HUTCHEON, Linda. Poética do Pós-Modernismo, Imago ed. Rio de Janeiro.
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