Análise da figura da mulher na obra Inocência

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“Depois de atravessarem um quarto bastante escuro, chegaram os visitantes à sala de jantar, vasto aposento ladrilhado mas sem forro, a um canto do qual estava a filha do mineiro, mais deitada do que sentada numa espécie de canapé de taquara. [...] sua filha é muito bonita, muito bonita, e parece boa deveras... há de ter cores tão lindas, que eu daria tudo para vê-la com saúde... Que moça!... Muito bela! Estas palavas que o inocente saxônio pronunciara ex abundantia cordis produziram extraordinário abalo nas pessoas que as ouviram.”

Esses elementos retirados do texto, dão ideia aos aspectos vão dar lugar à mais um rompimento aos valores até então mantidos por Pereira, pai da menina. No contexto em que se passa a história, percebe-se que é um tempo em que a Mulher era guardada para um só homem, o qual os próprios pais quem escolhiam para se casar com suas filhas. Mas no caso de Inocência era diferente, pois, ela fora criada somente pelo pai que mantinha vista grossa pela filha, e que não deixava nenhum “marmanjo” tirar proveito da sua ingenuidade e beleza. Por isso a atitude do visitante Meyer o deixa um tanto quanto enfurecido.

Por fim, o primeiro hóspede, Cirino, que também se encontrou encantado pela beleza da menina, se apaixona e mais do que de imediato quer ficar com ela mas o seu noivo acaba descobrindo e tira a vida do homem para honrar a sua. E Inocência por sua vez também perde sua vida para honrar a do pai.

Conclusão

A partir dos elementos capturados ao longo do enredo, é possível identificar que trata-se de uma fusão entre a natureza do sertão, que é caráter de todo o local da história, e ao mesmo tempo a figura da mulher do século XIX que se fazia presente nesse ambiente, tomando o papel de submissa, dependente e sujeita as ordens de homens que as tomam como propriedade, fazendo com que a figura feminina seja vista como um elemento complementar no seio familiar.