Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ ESTÁGIO SUPERVISIONADO II - AÇÃO EDUCATIVA EM ARQUIVO

Por:   •  25/10/2018  •  1.137 Palavras (5 Páginas)  •  442 Visualizações

Página 1 de 5

...

“Jonas: O que é perigoso em uma memória de um trenó?

Doador: Para um trenó é preciso neve, neve é fria, o frio destrói lavouras e agricultores não podiam plantar. Clima imprevisível, colinas, montanhas.. Tornavam difícil transportar os alimentos, e tivemos fome, desnutrição, inanição... Tudo está ligado, tudo é equilíbrio, com o bom, há sempre o ruim. Os dois.”

A uniformidade conservava o equilíbrio, a inexistência de desigualdade. O filme tem por esteio acepções de cunho filosófico elevadas, no que concerne à vontade humana, livre arbítrio, a autoridade do Estado na vida dos indivíduos e sobre o homem ser o lobo do homem, a narrativa fílmica trata desses aspectos de maneira rarefeita. É válido ressaltar a inexistência de vilões explícitos, existem apenas decisões refutáveis pelos conhecedores da memória. Jonas é detalhista, inquisitivo, como o próprio doador observa, caracteres que devem ser assumidos pelo historiador em seu ofício no arquivo.

A ausência de memória e história criava uma mentalidade coletiva errônea concernente à natureza das coisas e as circunstâncias da realidade, ad exemplum a cena em que o pai de Jonas indica para o bebê Gabriel uma miniatura de elefante como se fosse um ser mitológico, e ainda, inadvertidamente, indicando ser um hipopótamo.

“Olhe pra isso, é uma criatura mítica chamada hipopótamo, e é incrivelmente veloz, porque tem duas, três, quatro, cinco pernas!”

O escritor da obra reconhece a importância, essência e periculosidade que a história e a memória têm para uma sociedade e dentro da organização e controle de uma determinada ordem, apresenta isso condensando a conceitos filosóficos que imbricam o desenrolar da narrativa, tudo era suprimido no sentido que causava instabilidade. Jonas é o escolhido de guardar o arquivo da humanidade, a ele era permitido, assim como é ao historiador, a ficcionalização, preencher as lacunas, no filme o termo especifico é mentira, e a viver com uma poética para a história, isto significa dizer, repassá-la aos anciões em forma de conselho. No entanto, através de sua consciência e percepção do mundo, ele percebeu os absurdos, notou que as memórias, símbolos e afetos haviam sido tomados das pessoas sem arbitrariedade. Desta forma, ele desvelou as representações daquela realidade mecânica, atravessando o limite das memórias, destarte, devolvendo as emoções e às memórias aos indivíduos.

Ao passar da fronteira, Jonas inicia a existência de uma essência para os indivíduos daquela sociedade, concede um passado, que subverta o presente plástico, dotando os indivíduos de consciência e ética sobre suas ações, Jonas dá sentido às memórias e informações recebidas, dando sabor àquele corpus documental, iniciando um processo de corporificação de um arquivo que se tornará coletivo e vivo em relação à sociedade anterior semi morta e sem consciência.

BIBLIOGRAFIA

Neil Koenigsberg, Nikki Silver & Phillip Noyce (2014), The Giver, EUA, Walden Media, Paris Filmes &The Weinstein Company.

...

Baixar como  txt (7.5 Kb)   pdf (51.4 Kb)   docx (14.1 Kb)  
Continuar por mais 4 páginas »
Disponível apenas no Essays.club