UMA BREVE HISTÓRIA DO PERÍODO FEUDAL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O CONHECIMENTO
Por: kamys17 • 13/10/2018 • 3.763 Palavras (16 Páginas) • 340 Visualizações
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Oficialmente a autoridade política máxima era o rei, pois este era suserano dos grandes senhores e não se valia de vassalo a ninguém. Todavia, a dinâmica real do poder se mostrava diferente por este ser fragmentado entre os senhores feudais configurando uma estrutura política descentralizada. Tais relações eram firmadas através da cerimônia de investiduras que compreendia em três atos: a Homenagem em que o vassalo reconhecia a soberania do suserano; a Investidura propriamente dita onde o suserano concedia ao vassalo a pose do feudo e o Juramento de fidelidade prestado pelo vassalo o qual, em contrapartida, recebia a promessa de proteção por parte do suserano.
Resumindo, era obrigação do vassalo prestar auxílio militar a seu suserano caso convocado; hospeda-lo (com sua comitiva) quando passasse pelo feudo; contribuir com o dote de suas filhas e com a cerimônia de cavaleirismo de seus filhos. Reciprocamente, o dever do suserano com seu vassalo era proporcionar-lhe proteção militar; garanti-lo na pose do feudo; assegurar-lhe o direito de ser julgado por um tribunal de senhores caso fosse acusado de um crime e proteger a viúva de um vassalo falecido.
- Economia
A crise do Império Romano no Ocidente desencadeou o nascimento do sistema feudal, onde os feudos, considerados a base econômica, eram representados por grandes extensões de terras localizadas em áreas rurais e que eram comandados pelos senhores feudais. Neles encontram-se o castelo fortificado, as aldeias, as terras para cultivo, os pastos e os bosques. A divisão do feudo era: Manso Senhorial que compreendia as melhores e maiores terras do feudo cujo pertencimento era do senhor feudal e que eram suficientes para sustentar sua família. No entanto, os senhores não trabalhavam, o cultivo vinha pelas mãos dos servos ou camponeses. Manso Servil, terra dos servos, onde cultivavam seus próprios produtos necessários para sua sobrevivência. Porém, eles realizavam diversas obrigações e pagavam impostos aos senhores feudais. Manso Comum, área comum a todos os grupos e incluía os pastos, as florestas e os bosques. Neste caso toda produção cabia a todos usufruírem e em sua divisão, além do local destinado ao cultivo, havia também a área para caça e pastagem dos animais. Baseada numa estrutura econômica agrária e de autossuficiência onde se produzia o essencial para viver, o feudalismo concentrou-se no consumo bairrista da cultura e não às trocas comerciais. Haja vista a inexistência de um sistema monetário, a prática comercial realizava-se mediante ao Escambo (trocas de mercadorias cultivadas no próprio feudo). Por mais que a agricultura fosse a principal atividade econômica desenvolvida, não se pode ignorar a marcante presença do artesanato, pois a partir de seu auxílio ferramentas e materiais de uso domésticos foram evoluindo.
A ausência de excedentes devido às técnicas agrícolas de baixa produtividade e pela grande mão-de-obra escrava disponível motivaram os grandes proprietários a arrendar suas terras com o objetivo de, ao menos, garantir as condições que precisariam para obtenção do próprio sustento. Ao mesmo tempo, as desvalorizações das atividades comerciais por parte dos povos germânicos, cuja realização era comprometida devido as técnicas produtivas desenvolvidas na época, também foram de grande importância para a consolidação de uma economia predominantemente agrária. Outro fator de impedimento para colheitas expressivas eram os instrumentos de arado utilizados e a qualidade das sementes. A disponibilidade de terras férteis era preocupação constante entre os camponeses, sendo assim, para prolongarem o tempo útil de uma área agrícola dispunham da tática de Rotação de culturas onde dois terços da área de um campo era ocupada por dois tipos diferentes de produção enquanto um terço do mesmo era preservada em descanso a fim de recuperar-se do desgaste das colheitas anteriores, com isso a cada ano as parcelas trabalhadas e preservadas revezavam-se entre si alcançando o objetivo de aumentar o tempo de vida fértil de um determinado campo.
De fato, o comércio perdeu bastante espaço nesse contexto, no entanto as poucas trocas comerciais que aconteciam se davam por meios naturais. Gêneros agrícolas eram raramente utilizados para a obtenção de ferramentas ou outros tipos de alimento em falta. Somente com o incremento das atividades agrícolas e o crescimento demográfico que o quadro da economia feudal sofreu as primeiras transformações responsáveis pelo surgimento de uma classe de comerciantes burgueses. Os servos ou vassalos faziam girar a economia feudal com seu trabalho, tributos e taxas como a corveia (taxa paga para cultivar terras senhoriais), a talha (imposto pago com a entrega de metade da produção ao suserano), a capitação (imposto pago “per capita” ou por cabeça) para os moradores dos feudos, a banalidade (imposto pago para utilizar moinhos e fornos controlados pelos senhores). Portanto, as características do feudalismo e de sua economia destacaram: a ruralização da sociedade passando pela queda do Império até as invasões bárbaras; a fragmentação do poder central nas propriedades senhoriais dos feudos; a privatização da defesa com suseranos mantendo seus exércitos contra os vikings, sarracenos e húngaros; a clericalizarão da sociedade desde a oficialização do cristianismo pelo Império com altos privilégios e o grande poder político-econômico da Igreja Católica Romana.
- Islam e Idade Média: uma história pouco (e mal) contada
Os construtores do Palácio de Alhambra (1248 – 1354), em Granada, sabiam sobre uma geometria complexa originada no mundo antigo. O filósofo grego Pitágoras estabeleceu princípios matemáticos. Pitágoras via números em todo o universo, mas a genialidade foi ver as proporções entre eles.
O Prof. Antonio Fernández Puertas (Universidade de Granada / Universidade de Córdoba), dedicou sua vida à investigação de Alhambra. Ele descobriu que o prédio inteiro, do gramado à decoração nas paredes, está baseado em uma única proporção.
A relação entre o solo e a elevação do edifício, por exemplo, reside entre os lados de um quadrado e suas diagonais; a partir do uso dessas diagonais se criaram retângulos em progressão, sendo o quarto retângulo duas vezes maior que o primeiro, e as diagonais nesta série correspondentes às raízes quadradas de 2, 3, 4 e 5. Isto foi realizado usando dois triângulos e uma corda. Alhambra é um triunfo da engenharia matemática e da estética.
Em algumas décadas, muçulmanos vindos de Medina (hoje parte da Arábia Saudita) chegaram à Pérsia, no leste, e no Egito, Jordânia
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