Resenha do livro: Sexo Proibido de Luiz Mott
Por: Evandro.2016 • 1/9/2018 • 1.365 Palavras (6 Páginas) • 425 Visualizações
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Após Luiz Mott escrever como acabou o julgamento de Delgado, ele expõe motivos pelos quais a homossexualidade era malvista naquela época, levantando “a hipótese de que a intolerância à sodomia se devia mais ao fato de ser conduta perturbadora da hierarquia social do que repulsa a uma prática sexual pecaminosa; ...” (MOTT, 1988, p.117),
No terceiro capitulo, Mott o divide em três partes. Na introdução do mesmo expõe que: “ o dogma da pureza virginal de Nossa Senhora continua tema dos mais sacrossantos do catolicismo, verdadeiro tabu, que vale dizer, intocável e imutável. ” (MOTT, 1988, p.132)
o simples questionamento e a eventual negação da virgindade de Maria Imaculada tocam numa das verdades mais delicadas e basilares da teologia católica, isto porque alguns axiomas da moral ocidental, sobretudo de nossa sexualidade, dependem diretamente da manutenção deste dogma. (MOTT, 1988, p.132)
Na primeira parte: O culto da virgem Maria no Brasil colonial, Luiz Mott apresenta alguns milagres feitos através da Nossa Senhora e outras crendices, também relata que quando os portugueses vieram para o Brasil trouxeram consigo sua religião e, que aqui Maria recebe vários títulos.
Na segunda parte: A virgindade na Mitologia, o autor aponta diversas teorias para provar a virgindade de Maria antes e depois do parto. São
inúmeros povos antigos, dos Egípcios aos Gauleses, dos Romanos aos Incas prestaram culto à Virgindade ... o nascimento fantástico ou sobrenatural de deuses ou profetas tem sido uma das idéias mais comuns no folclore e mitologia mundiais, vários destes partos atribuídos a mães virgens.[6]
Terceira parte: O questionamento da virgindade de Maria no Brasil Colonial, segundo Mott, muitas pessoas desrespeitavam as imagens de Nossa Senhora, entre essas estavam os novos cristões, negros e brancos. Por conta desse ato de desrespeito eram punidos, queimados ou perdiam seus bens, percebe-se o medo desta sociedade, das chamas do inferno, quando se nota que as denúncias, várias das vezes, eram realizadas pelos próprios parentes. Um dos motivos do insulto as imagens, segundo Mott, era o questionamento da virgindade de Maria ou, até mesmo, a afirmação de que ela não era virgem coisíssima nenhuma.
Luiz Mott, chega a conclusão de
que este mito está na gênese de todos os infortúnios da repressão sexual em nossa sociedade patriarcal, inclusive da dominação machista e conseqüente desigualdade dos sexos. Numa sociedade onde virgindade e castidade são sinônimos de excelsa virtude, obviamente sensualidade equivale a impureza e pecado. (MOTT, 1988, p.185-186)
O livro apresenta um ponto de vista diferente ao qual não estamos acostumados, percebe-se isso na forma como Mott se expressa em relação aos aspectos apresentados por ele ao decorrer dos três capítulos. Como as hipóteses levantadas a partir da página 178. “O leitor vai encontrar no texto a contextualização segura e definida, a crítica e a utopia, num estilo de propriedade e sobriedade. ” (APARECIDO, 1989, p.8). É uma leitura libertadora para ateus e homossexuais. É útil para estudantes e pesquisadores da linha de sociedade, senhores e escravos, cultura da África Ocidental, Brasil colonial, religião, homossexualidade, entre outras.
Jadson Dantas
Universidade do Estado da Bahia
FOLHA DE CORREÇÃO
Quesitos de avaliação
Valor
Nota
Obs.
Revisão ortográfica
1,0
Formatação
1,0
Organização das ideias
2,0
Redação final
4,0
NOTA
8,0
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