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Resenha do livro "A Devassa da Devassa" Kenneth Maxwell

Por:   •  20/8/2017  •  1.365 Palavras (6 Páginas)  •  1.033 Visualizações

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Caminhando para o final do livro, nos dois últimos capítulos o autor demonstra como se deu o fracasso do movimento e como as investigações finais relacionadas a este acabaram por favorecer as elites mineiras que participaram, penalizando apenas um homem. Um homem que não fazia parte das elites, que buscava uma ascensão social, que, após o episódio, viria a se tornar um verdadeiro mártir da História do Brasil. No caso, Tiradentes.

Sendo assim, o livro "A devassa da devassa" definitivamente não pode ser visto como apenas mais um livro sobre a Inconfidência Mineira, pois vai muito além de uma exposição de fatos. O livro expõe a preocupação do autor em explicitar suas hipóteses, porém sempre baseando-se em documentos para sustentar seus argumentos, tendo com principal

objetivo sugerir uma nova perspectiva da Inconfidência Mineira, desmistificando o movimemto.

Kenneth Maxwell fez um excelente trabalho ao produzir esta obra, uma vez que retratou muito bem o movimento da Inconfidência Mineira, bem como a situação política e econômica vivenciadas entre Brasil e Portugal. Além disso, como já mencionado, o autor sempre se baseia em provas documetais, o que torna valido cada um dos seus argumentos. Apesar ater-se apemas em documentos ingleses e portugeses, semdo que o movimento da Imcomfidência era assumida,ente baseado no Iluminismo francês. Outra coisa que chama a atenção neste trabalho de Maxwell, é a forma como ele se refere a Tiradentes. Ainda que o autor tenha desconstruído a imagem antes passada de tiradentes como lider, cheio de glórias, associado até mesmo com a imagem de Cristo, destacando que este não participava ativamente das decisões do movimento, atuando apenas nas áreas mais práticas, o autor não tira seus éritos de héroi. O autor exalta que ao ser interrogado,Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), jamais negou seus ideais. Ao contrário, ele defendeu fervorosamente os ideais republicanos e da independência. E justamente a isso se deve seu grande mérito: à sua coragem. Porém, o autor deveria ser um pouco mais cauteloso ao colocar Siva Xavier nessa condição heróica e, quem sabe, talvez rever alguns de seus argumentos. Afinal, existem historiadores que põe em xeque esse papel heróico supostamente assumido por Tiradentes e também sua própria morte por execução. Um exemplo destes, é o historiador carioca Marcos Antônio Correa, que em um artigo publicado no dia 21/04/1998 na Folha de S. Paulo, defende sua tese de que Tiradentes não teria sido morto enforcado em 21 de abril de 1792 (apesar de não ser uma versão aceita dentro da História). Segundo Correa, teria sido enforcado no lugar de Tirdentes um ladrão já condenado, em troca benefícios financeiros concedidos à sua família, oferecida pela maçonaria. Além disso, pessoas que testemunharam a execução de Tradentes em praça pública, se diziam surpresas pelo fato do executadoarecer ter idade inferior a 45 anos. O historiador começaria a suspeitar mais sobre o caso Após ver a assinatura de um homem chamado Joaquim José da Silva Xavier (a qual depois de um estudo grafotécnico foi confirmada como sendo a assinatura de Tiradentes) em uma lista de presença da Assembléia Nacional francesa realizada em 1793 (no ano seguinte a suposta execução do alferes). Nesse contexto, reforça-se a crítica já feita anteriormente: é admiravél o embasamento documemtal de Maxwell ao longo da sua obra, porém ele poderia não ter se restringido apenas aos documentos ingleses e portugueses, devendo também explorar os documentos francese, que aliás, é onde Correa encontra embasamento para sua tese que descostroi a de Maxwell acerca da coragem e condição de martir de Tiradentes.

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