RESGATE HISTÓRICO DO CONJUNTO HABITACIONAL ANITA GARIBALDI LEMBRANÇAS E MEMÓRIAS

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histórias, do que através das pessoas que vivenciaram o surgimento destes bairros, e os conhecem bem.

O objetivo geral do presente trabalho é regatar a história do Conjunto habitacional Anita Garibaldi através de seus moradores. Tem como objetivos específicos, identificar a visão e o grau de satisfação que a população do Conjunto Habitacional possui em residir no local; apresentar mudanças consideráveis ocorridas no decorrer dos anos; identificar o nível de atenção dos serviços públicos e comunitários, como escolas e postos de saúde.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para melhor compreensão do presente artigo será explicado o que foi o projeto Cohabs e como foi a aquisição destas residências pelos moradores, através de depoimentos e lembranças dos mesmos. Para a efetivação desde objetivo foram realizadas duas etapas principais de resgate histórico. A primeira foi o trabalho de campo com a realização de entrevistas com os moradores e a segunda foi o estudo histórico e bibliográfico. Num primeiro momento, foi elaborado um roteiro de entrevista com perguntas direcionadas para se conhecer a realidade e as evoluções do bairro no decorrer dos anos, a fim de entender o ponto de vista dos moradores. O estudo bibliográfico esta direcionado a resgatar a criação do conjunto habitacional através das leis que o instituíram. O trabalho trata especificamente, do resgate histórico através das lembranças da população e imagens cedidas pelos moradores do Conjunto Habitacional. Para a análise da criação do Conjunto Habitacional foi realizada uma pesquisa na internet em diversos sites, através de informações repassadas pela comunidade, coletando os dados disponíveis sobre o Conjunto Habitacional Anita Garibaldi. Também foram analisados dados obtidos através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Secretaria de Habitação do município de Curitibanos/ SC cedeu mapas do bairro para melhor entendimento das áreas a serem pesquisadas. Para identificar as confrontações do bairro, foi disponibilizada, pela câmera de vereadores, a lei que instituiu os limites de todos os bairros do município de Curitibanos/SC, e também a lei que postulou os nomes das ruas do Conjunto Habitacional Anita Garibaldi. Foram encontradas as Leis que contribuíram para a identidade do bairro. O principal método de investigação para alcançar nosso objetivo foi a realização de entrevistas na população residente, e com alguns moradores que não residem mais no bairro, visando entender como ocorreu a evolução do bairro e a maneira como a população obteve suas moradias. As entrevistas foram realizadas com base em um questionário, com questões relativas ao tempo de morada, evolução, problemas, a utilização de serviços públicos (escola, creche, posto de saúde) e o que poderia ser feito para melhorar esta convivência em sociedade. As perguntas foram direcionadas para os moradores mais antigos o que possibilita uma confiabilidade quanto aos resultados. As respostas foram significativas demonstrando diferentes pontos de vista de uma mesma comunidade. As entrevistas fizeram parte da pesquisa de campo, que tiveram por principal objetivo fazer as pessoas voltar ao passado e relembrar acontecimentos que marcaram a história do bairro.

A CULTURA POPULAR DOS MORADORES

A Cultura Popular é um conjunto de manifestações criadas por um grupo de pessoas que têm uma participação ativa na comunidade. A cultura popular é de fácil generalização e expressa uma atitude adotada por várias gerações em relação a um determinado problema da sociedade. A grande maioria da cultura popular é transmitida oralmente de geração para geração.

BURKE, Peter orienta sobre o termo cultura ter se ampliado para outros lados:

“ O termo cultura costumava se refletir às artes e às ciências. Depois foi empregado para descrever seus equivalentes populares – música folclórica, medicina popular e assim por diante. Na última geração, a palavra passou a se refletir a uma ampla gama de artefatos(imagens, ferramentas, casas e assim por diante) e práticas (conversar, ler, jogar)”. (BURKE, 1937, p. 43).

Nesta linha de raciocínio, o antropólogo Edgward Tylor apresentou uma definição semelhante de cultura como sendo:

“O todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.

Os moradores do Conjunto Habitacional Anita Garibaldi quando vieram residir no bairro não enfrentaram somente as dificuldades de morar em um lugar desconhecido, mas também o preconceito dos moradores de outros bairros. Segundo relatos de alguns moradores, as pessoas dos outros bairros tinham muito preconceito com relação à proximidade das casas. Um dos moradores relatou que ouviu de seu compadre a seguinte frase: “Meu compadre não vá morar lá, é muito perigoso, as pessoas podem brigar de facão de uma casa para outra”, se referindo à proximidade das residências serem divididas por apenas o muro. Porém o morador afirma que uma cultura que foi cultivada, através da proximidade das casas, foi chamar os vizinhos para almoçar em sua casa pelo muro, pedir algo emprestado sem sair do seu lote.

Penso que a questão dos novos moradores não se preocuparem com a aparência de sua residência, também pode se incluir como cultura que se transmitiu de uma pessoa a outra, pois ao visualizar o bairro de um modo geral percebe-se uma diferença muito grande entre os primeiros moradores e os recentes, em relação ao cuidado que eles possuem com suas casas, os moradores antigos cuidam e preservam suas casas, enquanto os mais recentes não dão a devida importância a esse fato.

Um fato que persiste na cultura dos moradores e o hábito de se preocuparem apenas com o que ocorre a seu redor, sem ao menos tentar saber se os moradores dos outros bairros tem o mínimo do que lhes é oferecido; um exemplo deste fato que podemos citar é o asfalto das ruas, a maioria dos moradores citou os buracos das ruas como sendo o problema principal do bairro, no entanto o que se percebe é que possuiu asfalto em todas as ruas, fato que não ocorre em outros bairros do município.

Quanto às pessoas entrevistadas conseguiu-se perceber que são pessoas que sabem se expressar, expor suas ideias de forma clara, sempre visando não serem mal interpretadas. No entanto, quando era pedido aos moradores se poderiam emprestar seus documentos pessoais, para que as entrevistas fossem divulgadas, de imediato se negavam com medo de que algo pudesse ser feito com seus documentos; esse fato