O prazer na idade média
Por: Evandro.2016 • 14/5/2018 • 1.449 Palavras (6 Páginas) • 383 Visualizações
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Prega-se o desprezo ao mundo, já que segundo o evangelho a vida nesta terra é passageira, e durante a existência terrena deve-se preparar ao máximo, buscando um estilo de vida o mais parecido com a que se viverá no paraiso com Deus, logo, é fundamental que resistamos as tentações da carne, tal como o desejo sexual, essas tentações poluem o espirito e o espirito deve estar puro, é uma excelência da vida sem prazer que é pregada.
As duas primeiras parte do livro abordam em geral o prazer visto da ótica sexual, Jean Verdon busca mostrar como era essa ótica tanto na realidade do homem medieval, como era retratada em seu imaginário atraves da literatura e por fim como a Igreja teve de lidar com esse assunto para adequa-los e controla-los de acordo com suas doutrina.
Na terceira parte “Prazer em todos os sentidos” a desmistificação da “Idade das Trevas”, onde a diversão não existia continua, o historiador vai então fazer uma abordagem ampla de todos os prazeres da sociedade medieval, saindo do sentido sexual da palavra, ele entra no prazer que se obtem através de lazer e diversão. Ele começa sua exposição citando Hugo de São Vitor, que escreve pioneiramente sobre os cinco sentidos que compoem o homem, a Visão, Audição, Paladar, Oufato e Tato, e diz que o homem possui uma natureza epiritual e corporal, no interior esta sua razão que busca contemplar o invisivel, questões do espirito e no exterior esta a sensibilidade do homem, esta são os sentidos que contemplam o visivel, esta abertura da alma as coisas visiveis é capaz de gerar o que agrada, o que desagrada e o necessário ao organismo humano.
Para explicar detalhamente o prazer pelo sentidos, entender o lazer e a diversão, ele explica questões que vão de habitos alimentares medievais, as grandes festas e bebedeiras; a caça que era a grande diversão do Nobre no periodo e também as mais simples atividades de lazer do cotidiano medieval, tais como festas, justas ou torneios. Neste capitulo ele assinala as diferenças entre o prazer esteticos, a beleza, contemplação de artes de da musica e os prazeres do espiritos, como a leitura, mesmo que limitada a uma parcela pequena da população medieval.
O medievalista frances conclui sua obra dizendo que mesmo com uma mentalidade onde doutrinas religiosas estavam impregnadas o prazer não esteve ausente na Idade Média como um senso comum pensa, havia um certo controle e repressão, isso é um fato inegavel, mas dizer que os prazeres estavam ausente nesse periodo não cabe a realidade desta sociedade, mesmo porque apesar das controversias, os prazeres no medievo am certas ocasiões tornam-se mais claras e fortes.
A obra de Jean Verdon é um obra muito bem estruturada, sua linha de pensamento nos permite entender a importância e o papel do prazer dentro da sociedade medieval, e as relações que este estabelecia com as instituições dominadoras da época; onde muitas vezes era uma ferramenta de controle para adequar aquela sociedade regida por dogmas cristãos e ao mesmo tempo o historiador quebra de uma maneira geral os estereotipos que muitas vezes se possui sobre esse periodo, de um periodo obscuro onde se vivia uma vida regada a opressão religiosa e pouco se produziu em relação a memoria coletiva da época.
A obra de Verdon “O prazer na Idade Média” é sem duvida uma produção historiografica rica, cuja bibliografia utiliza-se tanto de documentos antigos quando produções atuais, e proporciona a quem a lê informações essenciais para entender um dos assuntos mais delicados da época e que atualmente ainda ocupa uma posição um tanto polemica que gera inumeras discussões e posicionamentos.
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