O autor do livro “História na América Latina: Ensaio de crítica historiográfica”

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Outra característica marcante da historiografia desse período é que os “inovadores” estavam mais distanciados dos espaços acadêmicos, na época fortemente marcados pelos “tradicionalistas” e positivistas. Na década de 60 ganhou força o questionamento acerca do positivismo, do colonialismo e das teorias hegemônicas de sustentação do imperialismo na ciência e na economia. As abordagens econômicas estruturalistas perdem espaço para outras visões de poder voltadas para a percepção dos indivíduos, das violências e dos símbolos em um movimento denominado como pós-estruturalismo.

Essas mudanças propiciaram o que Carlos Rojas, segundo Malerba, chamou de “irrupção do presente na história”, ou seja, a contemporaneidade passa a ser objeto do historiador com uma ênfase nunca antes vista novos temas surgem e ganham força entre os historiadores, as questões ambientais, de gênero, de classe, de raça e etc. impulsionam novas reflexões e exigem novas ferramentas analíticas, o que acaba criando novas chaves conceituais e metodológicas.

O Marxismo, na visão do autor, desenvolve um papel muito importante na historiografia latino-americana por permitir esse turning. Nos diz Malerba (p. 41) que “toda a rica história social e econômica praticada na América Latina entre finais dos anos 1970 até a década de 1990 foi alicerçada em maior ou menor escala, nos suportes teóricos e metodológicos da tradição marxista”. O marxismo é então um ponto importante para a compreensão da historiografia latino-americana seja como uma parte transição paradigmática ou da relação entre a América Latina e as teorias europeias, as quais os intelectuais latino-americanos sempre estiveram em dialogo por imposição ou por necessidade, e aqui entra a questão do colonialismo cientifico que é importante de se compreender na visão de Malerba, mas que ele faz apenas uma menção direta nessa parte para nos ajudar a compreender essa relação.