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Fichamento do Livro " A Matriz Africana no mundo"

Por:   •  2/6/2018  •  1.774 Palavras (8 Páginas)  •  365 Visualizações

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luta de Chocó na Colômbia. Essa comunidade negra carecia de serviços básicos. Vale salientar que esses povos têm como ícone uma mulher. A rainha guerreira Nzinga, famosa por ser boa estrategista de guerra e formar um exército de “saldados-escravos” em Angola, enfrentou o poder militar dos portugueses e dos holandeses. Nascimento também cita outras mulheres que participaram ativamente de lutas contra o período escravista como, Madame Tinubu, da Nigéria, Kaiphire, do povo herero da Namibia.

No cenário de luta brasileiro, a luta pan-africana se destaque na comunidade de Palmares, comunidade formada por quilombos, que lutavam contra no colonialismo durante muito tempo, ganhou destaque em todo território nacional. Palmares foi uma comunidade fortemente articulada chegando a desenvolver uma estratégia militar fortemente elaborada, assemelhando-se as comunidades africanas. Nesse sentido, no século XIX o Brasil testemunhou uma série de revoltas, a amis conhecida delas foi a Revolta de Malês, em 1835, na Bahia, seguidas por outras revoltas como a Balaiada, no Maranhão, comandada com Manuel Balaio e Preto Cosme, Em Alagoas, os quilombos lançaram um movimento revolucionário chamado Guerra dos Cabanos, que deixou uma fama legendária na região e resistiu de 1832 até 1850, essas e outras revoltas marcaram a resistência dos quilombos no Brasil.

Nessa conjuntura, a autora relata que a cultura possui uma inspiração e força para esses acontecimentos (revoltas), além de servir como estrutura basilar para as comunidades. Desse modo, a sustentação das lutas era uma integração e uma unificação de várias culturas africanas. Sobre o pan-africanismo a autora fala que há uma ideia erronia de ver como uma palavra de ordem para a volta em massa dos africanos da diáspora à terra natal. Na verdade, o pan-africanismo significa a luta pela libertação dos povos africanos em todos os lugares onde se encontram. Desmentindo a versão comum de que não existe uma identidade africana, de que na África existiriam apenas identidades étnicas ou tribais, incapazes de sustentar a solidariedade entre os povos negros. Dessa forma, a história das lutas de resistência africana no continente e na diáspora constitui, na visão da autora, outro exemplo da identidade africana, forjada acima das especificidades étnicas, em função de sua experiência histórica comum e em torno de um objetivo: a libertação do jugo colonial escravista no continente e na diáspora. Assim, outra dimensão do pan-africanismo é a sua articulação em movimentos de natureza mais explícita, expressa no desenvolvimento de uma ação orientada pela ideia de solidariedade e unidade de objetivos entre os povos que compõem o mundo africano.

Nesse sentido, os primeiros registros do pan-africanismo explicitamente articulado se encontram em movimentos que conclamaram pela volta dos afrodescendentes à África. Já em 1773, africanos escravizados nas então colônias inglesas dos Estados Unidos pleitearam, mediante petição, o retorno à África após sua manumissão. Outro fato importante na constituição de desenvolvimento do pan-africanismo foi a independência do Haiti. Jean-Jacques Dessalines, primeiro governador-geral da nova nação, emitiu, em 1804, um apelo para que os negros da diáspora ajudassem a construir o país. Outra dimensão fundamental do pan-africanismo nessa época refere-se do paralelo sul-americano ao movimento de emigração na América do Norte. Com considerável frequência, africanos escravizados e emancipados no Brasil e em Cuba resolviam voltar à África, formando comunidades de “retornados” na Nigéria, e outras regiões. O pan-africanista compôs também um elemento central dos movimentos anticolonialistas no continente africano a partir do século XIX. Nascimento aponta Marcus Garvey como um dos principais líderes do movimento pan-africanismo. Marcus Garvey, jamaicano, fundou a Associação Universal para o Avanço Negro (Unia). O objetivo de Garvey era de uma África unida, livre do poder europeu, forte e que apoiasse os negros em todo o mundo. O movimento de Garvey exerceu influência na África. Na Primeira Convenção dos Povos Africanos do Mundo, realizada em Nova York em 1920, 25 miL delegados de todos os cantos do mundo africano lançaram uma Declaração de Direitos, na qual condenavam o colonialismo e afirmavam “o direito inerente do negro de controlar a África” Entre outras medidas, a Unia adotou o verde, o preto e o vermelho como as cores simbólicas da emancipação dos povos afrodescendentes; reivindicou o fim do linchamento e da discriminação racial nos países da diáspora; pleiteou o ensino da história africana nas escolas públicas. Garvey resumia seu objetivo no lema “A África para os africanos, no próprio Continente e no exterior’ o que significava a construção de uma África unida, livre da hegemonia europeia, bem erigida como baluarte de força e apoio para os negros em todo o mundo. Para Garvey, o alvo era a conquista de conhecimento técnico, infraestrutura e tecnologia para a África. O pan-africanismo como movimento formal e plítico iniciou em 1900 com a Conferência Pan-Africana, realizada em Londres e organizada por Sylvester Willians. Ao longo dos anos, surgiram outros quatro congressos pan-africanos organizados pelo sociólogo e escritor afro-norte-americano William Edward Burghardt Du Bois. A palavra “pan-africanismo” refletiu uma tendência da época, caracterizada pelo surto de vários movimentos nacionalistas internacionalizados, como o pan-arabismo, o pan-eslavismo e o pan-americanismo. Era o auge do colonialismo europeu, e as identidades se articulavam em oposição à hegemonia mundial imposta pelo poderio militar, econômico e cultural do Ocidente. No primeiro congresso Pan-Adricano, Du Bois deu início ao projeto de apresentar aos aliados

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