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Favela: Um modelo Sustentável

Por:   •  10/3/2018  •  3.630 Palavras (15 Páginas)  •  300 Visualizações

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Em 1897, após retornarem do conflito que ficou conhecido como Guerra de Canudos, cerca de 20.000 soldados, que anteriormente teriam ouvido a promessa de moradia do governo a todos os combatentes que lutaram em Canudos, se veem obrigados a junto com suas famílias a erguerem, até então, provisoriamente seus barracos no Morro da Providência, onde já se encontravam os escravos libertos no período da abolição em 1800. Como as promessas do governo não se cumpriram, os militares ficam permanentemente alojados no morro, que a partir de então fica conhecido como, Morro da Favela. O sentido para esse apelido é pelo fato de que em meio a campanha em canudos os militares montando acampamento em um local repleto de faveleiros (árvore que dar como fruto, a favela). Com o passar do tempo, é chegada a crise da habitação em 1940, obrigando aos grupos menos favorecidos compostos por trabalhadores agrícolas que anteriormente, mesmo diante de toda dificuldade conseguiam permanecer em suas casas, à migrarem para as favelas.

Segundo dados estatísticos, o nosso país é rico em recursos naturais. A maioria das nossas terras são agriculturáveis, somos o maior país da América Latina e com um contingente populacional jovem. Mas apesar de todos esses dados, somos também, ricos quando falamos em desigualdade social. Onde, segundo estudos, 10% da população recebe metade da renda nacional e quase 10% sobrevive abaixo da linha da pobreza. E mesmo o governo federal e o poder público local incentivando a retirada do povo das favelas, ou até mesmo obrigando a bem da força como ocorreu na década de 70, onde o governo se utilizando de força militar, expulsa cerca de 10 mil moradores das favelas, afim de mostrar resultados que nunca existiram, forçando os mesmos, a voltarem para as suas terras improdutivas, que por outrora se deslocaram ao território carioca na intenção de moradia digna e qualidade de vida e não sendo suficiente a falta do que já procuravam, não puderam permanecer com o pouco que encontrara. Outro ponto negativo evidenciado na pesquisa, foi sobre o contexto da favela e a falta de ação do governo na maiorias das comunidades. Quando se fala em segurança pública, não conseguimos enxergar a ação do governo através da polícia militar na interação com aquele povo. Muito pelo contrário, o que vemos, é a onda crescente do narcotráfico na maioria das comunidades, tendo em vista a falta da ação do governo e a necessidade do povo com a segurança, sendo suprida pela própria comunidade, dando início as milícias armadas, a livre passagem de drogas e a imagem do traficante como governo presente. Verificamos ainda, que quando falamos em estrutura física na favela, os índices afirmam um posicionamento satisfatório do povo. Ótimos números sobre saneamento básico (esgoto e água) e energia elétrica. Mas quando realizado uma pesquisa financiada pelo CNPq e pela prefeitura do Rio de Janeiro, verifica-se que apenas 15% das pessoas residentes nas favelas cariocas possuem tv e apenas 12% possuem computadores, instrumentos indispensáveis para a transmissão da informação. Outro fato que merece nossa atenção, é que na década de 50, apenas 7% da população do Rio de Janeiro viviam em favelas contra 22% da população atual reside atualmente nas comunidades cariocas. Isso mostra claramente uma rápida crescente da população e nos faz refletir sobre ações para melhorar a qualidade de vida da classe local, já que até o momento, todas as ações se mostraram ineficazes no que se trata da remoção dessas comunidades. Com o avanço industrial e o aumento da economia do país até pouco tempo, tem feito com que empresas criem raízes em regiões como o nordeste, isso diminuiu muito a migração dos nordestinos para cidades polos como Rio e São Paulo, em busca de empregos e uma melhor qualidade de vida. Tendo em vista, que esse problema na maioria das vezes tem sido resolvido nas próprias regiões. Ainda sobre as estruturas das favelas, mas dessa vez com um enfoque na saúde pública, vemos ainda que o Estado deixa a desejar no que se refere ao tema. A falta de saneamento básico, esgoto a céu aberto (realidade na maioria das comunidades), aliado a falta de informação, transforma esse ambiente em um ambiente propenso a doenças infecto contagiosas como hepatite, hiv, hpv e tantas outras doenças que necessitam do apoio do poder público e de pessoas disseminadoras de informações. Sobre o desemprego dentro da favela, Índices que comparam a favela e as regiões convencionais, o triplo das pessoas entre 18 e 39 anos buscam colocação no mercado de trabalho. Tendo em vista que esse é um momento da vida onde os jovens (ou pelo menos boa parte deles), buscam constituir uma família, conquistar a independência financeira para sair de casa. Esses são dados que nos trazem informações tristes. Em algumas residências localizadas nas favelas cariocas a renda per capita é de pouco mais de R$100,00, mostrando quão difícil é a vida na favela e o quanto é difícil a inserção profissional para os moradores das dessas comunidades. Uma dos fatores que auxiliam a movimentar a economia local são os microempresários locais, que abrem pequenos negócio dentro da comunidade resultando em uma melhoria da qualidade de vida e na geração de empregos.

Através desse estudo verificamos que há vários fatores que implicam na causa para a existência e permanência das favelas no mundo, levando desde o seu contexto histórico e isso vem se arrastando até os dias de hoje com as faltas de políticas públicas específicas para esse povo. Há alguns fatores que implicam na existência e permanência das favelas. E um deles é o êxodo rural, onde as pessoas deixam (hoje menos que ontem), suas cidades em busca de uma melhor qualidade de vida, através de uma colocação no mercado de trabalho e mesmo sem a certeza de um emprego fixo, aventuram-se deixando toda uma história para traz, na esperança de que em um curto espaço de tempo possam trazer suas famílias para compartilhar de uma nova vida em uma nova cidade. Mas compreendemos também que a falta de uma política habitacional é mais um dos fatores dominantes para a permanência e até o aumento das favelas no Brasil. Tendo em vista que cada vez mais tem se tornado caro viver de aluguel e na intenção de cortar os gastos, buscam moradias mais simples, encontrando na favela, um lugar com baixo custo de moradia, já que não é cobrando algumas taxas por ser moradias irregulares em muitas das vezes. Por último e não menos importante, a falta de dinheiro também é um fator determinante para inserção do povo na favela. Com as grandes empresas localizadas nos grandes centros, as vizinhanças rurais deixam de ser prioridade, em quanto moradia de baixo custo, e na intenção de viverem próximo as grandes oportunidades, os mesmo

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