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Sintese - As Correntes Teóricas na Geografia Agrária Brasileira. (Uma contribuição à crítica teórica, sem a prioris)

Por:   •  7/5/2018  •  2.169 Palavras (9 Páginas)  •  423 Visualizações

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Os debates sobre Geografia se deram fora das universidades, foram os ENGs, o engajamento nas lutas politica, a emergência e o fortalecimento da luta do campesinato ausente dos estudos de Geografia agrária, que voltará às atenções aos processos de modernização da agricultura. Entre tanto, é neste momento em que os movimentos sociais começam a se tornar objeto de estudo nas pesquisas de geógrafos.

Somente as pesquisas poderiam ajudar a demarcar outras referências teórico-metodológicas para a Geografia brasileira, ao invés de persistir em apostar nos discursos e conferências. As pesquisas proporcionaram levar para outros cantos do Brasil a oxigenação dos debates, e a ampliação das novas referências.

“...Para além das trincheiras acadêmico-universitárias, as correntes teóricas em xeque...”

O movimento estudantil foi essencial para a criação das condições para os debates e para os enfrentamentos, implementando ações políticas nos diversos locais. A cada ENG e Congressos da AGB realizados temas como as liberdades democráticas, eleições diretas, perseguições e proibições, movimentos sociais, reforma agrária, libertação de presos políticos, qualidade das aulas, realização de concurso público, e etc., habitaram as pautas.

Além das complicações para se progredir nestas matérias, em uma ciência que apresentava primeiros indícios para a edificação epistemológica e científica, teórico-metodológica capaz de sustentar às questões sociais, nos vimos submergidos no estigma Geografia física x Geografia humana.

Este estigma contaminou as discussões sobre Geografia agrária, devido que as formas de utilização do solo, a dinâmica dos relevos, a disponibilidade hídrica relaciona-se diretamente com os processos sociais de trabalho, de ocupação e de formas de luta. De certa forma foi possível a enfatização de diferentes modos de pensamento em Geografia agrária, porém conquistou adeptos que não correspondem à realidade.

Exemplo disto foi o I Encontro Nacional de Geografia Agrária (ENGA) realizado em 1978 em Aracaju, estes se beneficiaram do movimento de renovação, contudo eram as mesmas pessoas que compreendiam que os debates deveriam ser circunscritos aos pesquisadores.

Foi extremamente proibido no evento abordar assuntos de proximidade dos estudos agrários com os movimentos sociais. Os movimentos sociais eram tratados de forma contemplativa, com sentimento de comiseração, diante de alguma denúncia.

“...E o necessário rompimento com os a prioris...!”

Através do embaralhamento de concepções que procuravam escapar dos estereótipos de neopositivista, que a Geografia agrária foi ampliando seus horizontes de discussão. Muito mais que embaralhamento, as confusões conceituais, teóricas, ideológicas, que obliteram compreensões sobre as distintas posições de geógrafos agrários.

No Brasil em uma década ocorrem importantes mudanças na Geografia brasileira, desde uma maior participação dos geógrafos, estudantes e professores no debate, e o repensar por parte destas pessoas os referenciais teórico-metodológicos-ideológicos.

Nos anos 80 surgiram diversas linhas editoriais e uma série de publicações aonde a Geografia agrária disputava espaço com as demais áreas. Nos 90 e 2000 as linhas editorias tiveram maior alcance, tanto impressa quanto eletrônica.

Segundo THOMAZ (2009) “Nessa última década, de forma mais enfática, a figura dos Grupos de Pesquisa, que veio antes das exigências do CNPq para concorrer a financiamentos, bolsas de pesquisa, hoje é uma realidade/exigência institucional, inclusive os professores que estão fora dessas instâncias não têm direito a pleitear bolsas de estudos, afastamentos etc. Portanto, as nomenclaturas que utilizávamos para classificar as correntes teóricas em Geografia agrária já não têm mais significado prático e analítico nenhum. O que existe, com todas as palavras, é que permanecem as tomadas de posição, a defesa de ideias, os posicionamentos do ponto de vista ideológico e de classe. Alguns chegam a dizer que é praticamente impossível delimitar e dar nomes às correntes teóricas ou do pensamento na Geografia agrária.”

“...Para se descortinar o que se esconde por trás da Geografia crítica...”

Para que possamos identificar as principais correntes da Geografia agrária brasileira, é necessário ir além das identidades, é essencial aprofundar-se neste assunto para podermos efetivamente identificar os posicionamentos dos pesquisadores, adotando como uma referência central os assuntos e quais são os posicionamentos teórico-ideológicos e políticos que norteiam suas reflexões, com isso há a possibilidade de se definir o conceito de Geografia crítica.

Segundo THOMAZ (2009) “As novas denominações que comparecem, como os paradigmas da questão agrária e do capitalismo agrário, dificultam a identificação do conteúdo do projeto de sociedade, os significados das disputas e dos conflitos no interior da sociedade de classes, isto é, pode haver enganos ao identificar um pesquisador, um militante, sindicalista, como partidário da questão agrária por defender a reforma agrária, todavia atrelada à via do mercado e implementada via políticas compensatórias etc., aliás, em ocorrência nos últimos anos.”

No que se trata deste tema, implícita algumas preocupações que entrecruzam as temáticas da trabalho e da questão agrária, exemplo: 1) até quando o trabalhador era proletário um especialista se dedicava a esta situação; 2) depois já funcionário de uma empresa terceirizada, será objeto das atenções do especialista em atividades terceirizadas; 3) como autônomo, na informalidade, outro estudioso irá abordá-lo; 4) e quando atinge a condição de ocupante de terra pesquisadores dedicadas à questão agrária se dedicarão a entender e explicar as demais especificidades do trabalho.

A competência do capital de vincular diferentes externalizações do trabalho para garantir sua reprodução expandida não pode passar distante, e ser compreendida somente do ponto de vista da expressão laboral/cultural, ou da forma abstrata do trabalho, pois estaremos desconsiderando os elementos da subjetividade do trabalho, tão cruciais para a compreensão dos tensionamentos e das disputas internas que movem as lutas.

“...Para um recomeçar do debate em Geografia Agrária...”

O autor trava um debate a respeito das ideias que defendemos, sem que isso tenha que ganhar uma nomenclatura

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