Resenha do livro População e Geografia - Amélia Luísa Damiani
Por: SonSolimar • 7/11/2018 • 2.042 Palavras (9 Páginas) • 3.328 Visualizações
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A dinâmica populacional é composta por alguns itens, como a natalidade, fecundidade, mortalidade e a migração da população. Os procedimentos metodológicos da dinâmica populacional variam, mas com o estudo a partir da comparação de dados é possível tracejar um perfil qualitativo comportamental da população, um exemplo seria o aumento do nível de escolaridade dos indivíduos e a redução de filhos por família.
A taxa de natalidade seria expressa pelo número de nascimentos de um dado ano, multiplicados por mil e dividido pelo número total da população no ano e local considerados; a fecundidade, relaciona o número de crianças com menos de 5 anos de idade ao número de mulheres em idade reprodutiva, a variação da natalidade indica o perfil socioeconômico dos países estudados, países com baixa taxa de natalidade são países com características desenvolvidas, enquanto a alta taxa de natalidade se apresenta em países subdesenvolvidos. A mortalidade seria expressa pelo número de óbitos em determinado ano multiplicados por mil e dividido pelo número da população total, a taxa de mortalidade demonstra a exceptiva de vida ao nascer, assim podendo identificar o perfil socioeconômico dos países, entende-se que países com uma alta taxa de mortalidade, haja uma menor qualidade de vida. A migração por sua vez, vai além do entendimento de crescimento populacional natural e deslocamento humano, sendo que com o avanço do capitalismo, desencadeasse um grande fluxo migratório. Para os autores como Pierre Georg a migração é como irradiação geográfica de um sistema econômico e estrutura social.
A Geografia da população pensada a partir da Geografia clássica para Pierre George os estudos geográficos da população limitaram-se a um simples esboço de distribuição espacial quantitativa da população da relação entre os homens e o meio, a autora sustenta a limitação na qual é aprofundar nessa temática. Ela cita outros autores para diversificar essa variedade como Vidal de la Blache a apreciação das relações entre a terra e o homem, Wilbur Zelinsky na utilização de mapas para o estudo da distribuição da população e Max Sorre.
Para a autora os fatores de distribuição da população não se dizem respeito apenas fatores naturais, mas também históricos. Alega a desigualdade na ocupação dos continentes, na qual até meados do século XX, cerca de 2/3 dos habitantes, estariam concentrados em 1/7 da superfície do planeta, principalmente na Europa, China e Índia devido a atuação de elementos físicos, além do capitalismo influenciar a distinção do povoamento.
A demografia é um elemento muito importante para à análise geográfica a partir dela é possível determinar a balança dos nascimentos e óbitos de um determinado local, no qual é o movimento natural da população. Com o constante aumento de nascimentos é necessário que haja o aumento em investimentos demográficos, como hospitais, creches, escola entre outros, já que o número de população com idade dependente aumentou, este investimento faz com que haja agravo em investimentos produtivos, assim reduzindo o crescimento econômico, no qual pode gerar estágios de subdesenvolvimento nestes locais.
O capítulo população e geografia vai desvelar a relação do homem com o homem e do homem que se constrói através de um mundo e que constrói um mundo.
O estudo da população e conhecimento dela através de áreas de conhecimento como a geografia pode vir a gerar estratégias políticas que girem em torno de interesses econômicos, políticos, sociais.
O homem se desenvolve a partir da relação com o outro e com o mundo, porém o mundo é exterior ao homem, o homem é posto em um mundo e necessita de manter uma luta natural pela vida. Na luta natural pela vida o homem passa a apreender um mundo para si, desvelando estratégias, apoderando do mundo e desta forma produz um mundo fora e dentro de si, pois na produção do homem operam dois processos: de objetificação e subjetificação.
O homem além de desenvolver um mundo, também se desenvolve enquanto ser humano pela relação com outros seres humanos e a atividade humana se dá de formas no interior de formas especificas, a atividade humana vai também constituir-se através de movimentos de alienação e desalienação que são processos inerentes e que todos irão experienciar. Alienação diz respeito a um processo pelo qual se objetifica o homem através de sua produção, é o desenvolvimento das potencialidades da humanidade em detrimento da essência humana do indivíduo de interesses de várias classes sociais, o produzir do homem então vive permeado por alienações, carências, que são construídas e descontruídas e que possuem um sentido histórico.
Sobre o homem ao trabalho e a regulação de sua sexualidade, o homem é produzido pelo próprio homem, processo esse que vai perpassar pela reprodução humana, porém o capitalismo reserva pouca atenção a família e que se produza mais homens, o controle de natalidade apareceu como um processo que busca dar lugar a uma família nuclear, esterilizando as massas populacionais, criações como o método de anticoncepcional vem em detrimento disso, que o homem então se volte apenas a produzir e viver para o trabalho.
A relação do homem e da mulher durante todos os séculos foi regulada por regras morais, instituições, que acabaram por recriar desigualdades entre os dois sexos e aos papeis que são desempenhados por ambos, a separação de papeis onde existem trabalhos que devem ser exclusivamente feitos por mulheres ou homens colocou o homem em uma posição de dominante. As relações de homem e mulher durante o tempo então sempre está em virtude dos interesses políticos e econômicos vigentes de cada época histórica onde cada vez mais o estado, o capitalismo possui um poder sobre esses corpos, sobre essas relações dizendo de qual modo devem ser e diante disso a família torna-se portanto reprodutora das relações de dominação e se reduz a uma unidade de consumo e o tempo livre é permeado por manipulação de instituições e organizações econômicas como indústria, televisão dentre outros.
Autores como Focault irão discutir a essa questão das instituições que movem o homem, governam sobre ele e sobre seus corpos, a partir do desenvolvimento do capitalismo o que se tem são corpos preenchidos por representações morais, religiosas, políticas e o corpo é levado apenas para funções determinadas.
Nesse espaço onde os corpos são controlados e domesticados e onde se estabelecem os papeis do homem e mulher, percebemos que existem papéis extremamente demarcados para a mulher. A mulher que deve ser
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